segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Raul Dufy


No dia 23 de Março de 1953 as artes Plásticas perderam um dos seus cultivadores mais apaixonados – o pintor Raul Dufy.
Em 1952, na Bienal de Veneza – onde lhe reservaram uma sala no Pavilhão francês -, obteve o grande prémio da pintura internacional. Repórteres procuram-no para entrevistas – encontram-no a pintar uma procissão na Praça de S. Marcos.
No Verão de 1952, em Genebra, tem uma última alegria ao ver a exposição retrospectiva organizada pelo Museu desta cidade.
Já não assistiu à inauguração da bela exposição do Museu de Arte de Paris – que até hoje nunca consagrara tão grande certame a um só pintor. O catálogo desta exposição – prefaciado por Jean Cassou e anotado por Benard Dorival – assinalava mais de 260 obras.


Com setenta e cinco anos Dufy demonstrou sempre, com clareza e serenidade, o seu bom humor e a sua agudeza de observação.
Gravador, pintor, ceramista, cartazista, decorador de teatro, de tecidos e tapeçarias, em tudo demonstrou talento.
Jamais se poderá olvidar o gravador das madeiras do Bestiaire, de Apollinaire; ou o gravador dos cobres de La Belle Enfant. É inegável que se lhe deve a ressurreição da gravura no livro de luxo.
As cerâmicas decorativas dos jardins-miniaturas de Artigas são duma enorme graciosidade.
Em pleno período 1910/25, em que as Artes Plásticas sofrem forte influência do «ballet» russo, da exposição de Artes decorativas de Munique, do Salão de Outono (Paris, 1910) e sobretudo das criações do costureiro Paulo Poiret, em 1920 Dufy torna-se um inovador da impressão de tecidos – O Caçador é simplesmente admirável.
As tapeçarias O Sena, O Oise,e o Marne dão-nos outra bela faceta deste homem elegante e levemente trocista.
Além de tudo isto executa a maior pintura mural feita nos últimos séculos – a decoração para o Pavilhão da Electricidade da Exposição Parisiense de 1937. Nestes magníficos painéis – que fazem a história da electricidade – estão expressos todos os dotes deste pintor: a profunda fantasia, a imaginação apoiada na realidade e a riqueza infinita da sua cor.


Esta última qualidade, a cor da sua paleta, creio bem que se filia no facto do seu nascimento no Havre. Foi a busca da cor, feita sem a menor nota de pessimismo, com um ar de simplicidade, que levou certos apressados a considera-lo um petit-maitre, foi essa busca que o levou a ser impressionista aos 21 anos, fauvista na maturidade, estudante apaixonado dos processos de Cezanne e admirador profundo de Van Gogh.
Os azuis, os verdes-amarelados, os vermelhos e os negros dos seus quadros hão-de ajudar a romper uns restos de falso academicismo porventura ainda existente.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Joaquim Navarro
Foto da Net
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domingo, 9 de outubro de 2016

Grécia


Uma viagem cultural
Aliar o descanso à descoberta do passado é sinónimo de optar por uns dias de férias num país onde a cultura e as raízes passadas sempre falaram e continuam a falar por si mesmas.

Foi a anfitriã de um dos maiores encontros mundiais, ou seja dos Jogos Olímpicos, mas a Grécia tem, na sua natureza, muitas e diversas atracções turísticas. Na verdade, este é um país bastante procurado, tanto pela sua beleza como pela grandiosidade e sumptuosidade dos seus patrimónios centenários e afamados além-fronteiras. Se quer reunir a tranquilidade à ânsia de descoberta, a Grécia é um destino a ser considerado.

Um passado com história


De acordo com os historiadores, a Grécia antiga construiu uma civilização que, ainda hoje, continua a exercer o seu fascínio nos vários domínios do saber humano. Desde a ciência até à política, passando pela literatura, a filosofia, a arte, entre outros campos de interesse, a sua influência mantem-se intacta e vários são os turistas que procuram conhecer um pouco melhor os segredos de um país que está tipicamente ligado ao mistério e a um passado pautado de diversos testemunhos efémeros e eternos. Apesar de quase todas as cidades serem conhecidas pelas suas raízes históricas, Atenas parece ser, ainda hoje, o local mais procurado. Para além dos Mosteiros de Meterora, uma das curiosidades mais célebres da Grécia, os turistas poderão ainda admirar o centro religioso e monástico datado dos séculos XII ao XVII, constituindo-se como uma verdadeira obra de referência.

A Paixão pelos Deuses


Se há países que são conhecidos por serem católicos ou protestantes, esta é uma nação vista como puramente mitológica. Na verdade, falar da Grécia é falar da deusa Afrodite, da Atena ou mesmo do deus Dionísio e ninguém consegue dissociar a ideia da mitologia ao conhecimento mais profundo deste país. Quem visita os locais históricos depressa se vê a “penetrar” num mundo diferente onde descobrir é a premissa principal, ao mesmo tempo que nos deixamos levar pelo mistério de uma tradição singular e única.

O Povo


Para além dos monumentos tão populares, a Grécia é também conhecida pelo seu povo. Desde sempre os gregos se destacaram em variadíssimos temas, como por exemplo, na cultura, na escrita e na matemática. Quem não conhece as divagações de Sócrates ou então o tão falado Onassis, um empresário de renome, já falecido, mas em tempos portador de uma fortuna que, ainda hoje, é vista como a maior do mundo? Uma coisa é certa: quem visita este país não se dedica apenas ao descanso. Visitar a Grécia é aprofundar os nossos conhecimentos e, acima de tudo, aprender a gostar de uma cultura que, apesar de ser uma das mais antigas, continua a ser de referência e de eleição mundial.

Fonte: Revista Click In
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da Revista
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sábado, 8 de outubro de 2016

O Sushi

Japoneses e ocidentais estão a extinguir o atum azul, cuja carne é a base do sushi.
No Pacífico e no Índico já quase desapareceu.



Está a provocar a extinção de várias espécies de peixes. A pesca industrial já levou a que  12 tipos de tubarão ficassem comercialmente esgotados no Mar Mediterrâneo. No Mar do Norte, o fiel amigo, o bacalhau, praticamente desapareceu. E a próxima vítima, ao que parece, será o atum azul. A sua carne macia e muito apreciada – especialmente a da barriga – faz as delícias do Mundo inteiro, sob a forma de sushi e do seu “primo”, o sashimi.
A captura deste animal começou a duplicar regularmente durante a década de 1990, á medida que os pratos japoneses se tornavam populares na Europa (uma moda que chegou tarde a Portugal) e
Nos Estados Unidos da América. A actividade dotou-se de recursos tecnológicos poderosos – como sonares, aviões de reconhecimento e satélites – eliminando as hipóteses de fuga dos cardumes perseguidos.
No Mediterrâneo, há em vários países viveiros, para nde esta espécie é levada depois de pescada. Aí, ficam dentro de gaiolas, ou aquários, em processo de engorda. Quando atingem o peso ideal, são abatidos e comercializados. Claro que, com uma procura tão intensa, as populações não têm tempo para se renovar.


Cada exemplar nascido demora dez anos a ser capaz de procriar. Agora são capturados antes de conseguir fazê-lo. As duas principais zonas onde este ser cobiçado é apanhado são o Mediterrâneo e o Atlântico. Nas duas, as quantidades existentes hoje representam dez por cento das que havia na passada década de 1950. Nos oceanos Pacífico e Índico, os Japoneses capturaram-no com tal intensidade que se encontra semiextinto. Na Escandinávia, já não existe.
Mesmo nos viveiros que foram construídos no Ocidente, os stocks baixaram 25 por cento nos últimos dois anos.
Em Espanha, por exemplo, seis deles já foram encerrados.
Foi no ínicio dos anos 1960 que os nipónicos concluíram ser o atum azul um ingrediente inagualável na confecção do sushi. Mas só três décadas depois é que o consumo aumentou drasticamente.


Um estudo do Governo daquele país indica que a culpa foi do aumento do número de mulheres a trabalhar fora de casa e de pessoas a viver sozinhas. Os japoneses passaram a gastar menos 30 por cento com a alimentação no lar, ao passo que a compra de sushi em restaurantes de fast-food cresceu 30 por cento. Nos supermercados e lojas de conveniência a subida foi de 70 por cento.

Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Rosana Zakabi/Revista Veja
Fotos da Net

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Tikashi Fukushima


Tikashi Fukushima nasceu em 1920 em Suma, Fukushima, no Japão. Trabalha na lavoura e como desenhador de aviões. Com 20 anos emigra para o Brasil, instalando-se no interior de São Paulo, em Lins, onde conhece Manabu Mabe. Começa a pintar. Seis anos depois muda-se para o Rio de Janeiro e estuda pintura com Tadashi Kaminagai. Regressando a São paulo, em 1949 casa-se com Ai Saito, abre uma oficina de molduras e forma o Grupo Guanabara, fazendo tertúlias com vários pintores, entre os quais Arcangelo Ianelli. Participa em diferentes iniciativas, como o Salão Paulista de Arte Moderna, tendo obtido vários galardões, entre os quais p Prémio Leirner na pintura, e figurado sete vezes na Bienal de São Paulo, desde o início, em 1951, até 1967. Foi eleito presidente da comissão do Salão de Artes Bunkyo, cargo que ocupou até 1999.


“ Composição em Vermelho e Azul”, óleo sobre tela (135,5cm x 65cm), executado em 1962.

Tikashi Fukushima é mais um dos pintores nipo-brasileiros que tem grande responsabilidade na afirmação da pintura abstracta no Brasil, talvez porque, no pensamento japonês, o abstracto é o concreto firmem relações dialécticas de proximidade e intensidade. Germinando no seio de uma comunidade que se fixa no Brasil na altura da Segunda Guerra Mundial, as linguagens abstractas permitem na sua padronização a liberdade individual expressa na cor, matéria e gestualidade, que marca formalmente a tela e se afirma no primeiro plano. A obra de Fukushima, inicialmente, nas décadas 40 e 50, centrada na pintura de paisagens com alguma referência pós-impressionista, a partir de 1957 evolui para um registo mais emocional e para uma linguagem claramente abstracta. Estruturada a partir de registos de grande carga dramática, que neste caso a enorme porção de vermelho acentua. A sua pintura é sobretudo uma exposição de sensações numa simbiose entre referências a estados de espírito subjectivos e paisagens atmosféricas ou eventos cósmicos.

Fonte: Revista Caras
Texto/Autor: Júlio Quaresma
Foto da Revista
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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Tiróide

Tiróide ou Triplo Reaquecedor?


A tiróide produz e liberta para a circulação sanguínea as denominadas hormonas tiroideias, as tiroxinas T3 e T4, cuja função é a de obter diversos efeitos no metabolismo e desenvolvimento do corpo, por exemplo, para a utilização da gordura corporal, a temperatura basal, a frequência cardíaca, a pressão arterial, os estados de humor, a velocidade cerebral…
Para a tiróide funcionar bem, há que ter em conta que ela necessita de duas hormonas que são geradas noutros órgãos, a hipófise e o hipotálamo, que produzem, respectivamente, as hormonas TSH e TRH, e ainda que exista um bom equilíbrio da imunidade, pois muitas vezes a origem das doenças da tiróide é a falha na imunidade, ou seja, quando o organismo fabrica anticorpos (“defesas”) contra si próprio, neste caso contra a tiróide, resultando quase sempre em quistos e nódulos, para além dos erros na quantidade de tiroxinas fabricadas. Acontece por exemplo, na tiróide de Hashimoto, muito frequente em Portugal. Os problemas de tiróide são muito comuns, sendo mais frequentes nas mulheres do que nos homens, e traduzem-se em hipertiroidismo quando há excesso de hormonas tiroideias e hipotiroidismo quando há falta destas.
O hipertiroidismo, torna o organismo “acelerado”, sendo o mal estar evidente, podendo desenvolver: palpitações, transpiração excessiva, ansiedade, tremores, perda de peso, intolerância ao calor, queda de cabelo, fraqueza geral, exoftalmia…
Já o hipotiroidismo, causa uma “lentidão” no organismo, promovendo por exemplo, aumento de peso, fadiga física e mental, dores sem causa aparente, obstipação, etc.


A medicina chinesa, identificou os quadros clínicos de disfunção tiroideia há três mil anos, enquadrando a tiróide num órgão não material, que designa por Triplo Reaquecedor, tendo funções que incluem as da tiróide e as da imunidade; ao regula-lo, pela acupunctura e fitoterapia, equilibra a tiróide em particular e os metabolismos em geral, tratando com sucesso os hipo e os híper “tiroidismos”. Curiosamente pelo mesmo mecanismo estabiliza a imunidade, o que beneficia igualmente os que sofrem de tiróide por auto-anticorpos.

Fonte: Revista Nova Gente
Texto: Dr. Pedro Choy
Fotos da net
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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Curiosidade


Somos todos curiosos. Não faz mal, dá jeito e, em termos desenvolvimentais, é mesmo garante de sobrevivência. Desde pequeninos que usamos o que de inato isso tem para conhecermos melhor o mundo que nos rodeia, para aprendermos os sinais de perigo e os de gratificação, para chamarmos a atenção das pessoas e estabelecermos relações.
São os mais curiosos que se interessam por mais e diferentes coisas, que exploram e levam para a frente empreitadas e obras que passam ao lado dos que, permanentemente, consideram que o que acontece ao lado não lhes diz  respeito. Claro que há curiosidade e curiosidade.
Se uma parte substancial da nossa curiosidade nos ajuda a crescer e nos serve no sentido de sermos mais e melhor, uma outra parece supérflua e até mesquinha. Prende-se a detalhes insignificantes, toma a parte pelo todo e a partir daí galopa na construção de histórias, que, mesmo não sendo, bem que poderiam ser, que, mesmo que sejam maledicentes, bem que poderiam ser legítimas.
É essa parte da nossa curiosidade que nos faz calar para ouvir a conversa da mesa ao lado entre pessoas que nunca vimos; que nos faz abrandar, quase parar, para ver o tal acidente na auto-estrada; que nos conduz a ler nas revistas aspectos picantes ou triviais da vida de artistas ou figuras públicas, ilustres desconhecidos que têm casas giras, profissões diferentes ou nomes de família.
Interessamo-nos cheios de lata ou disfarçadamente, por aspectos que, juramos a pés juntos, não têm interesse nenhum, não nos dizem respeito, nem tocam, mesmo que ao de leve, no nosso quotidiano morno. Dizemos sempre que aproveitamos as idas ao médico ou ao cabeleireiro para nos pormos a par dos pequenos escândalos e dos acontecimentos sociais, que, valendo o que valem e sendo o que são, nos dão espaço para acreditar que há vidas leves e despreocupadas, que há criaturas que passam os seus dias a preparar-se para noites de festa.
Passamos os olhos pelas notícias dos jornais e das televisões e o que parece sobressair são os eventos romanescos dos maridos e mulheres que se mataram a tiro e à facada, as criancinhas desaparecidas ou abusadas, os crimes pequenos ou grandes que vão acontecendo.
Seremos voyeurs? Cuscos? Criaturas infelizes com vidas chatas? Uma nova espécie de alcoviteiros de aldeia ou de senhoras que passam na janela parte do dia a controlar entradas e saídas de vizinhos e construindo a propósito enredos dignos de novelas?
Para que nos servirá saber como corre o namoro de um actor americano com uma cantora inglesa? Porque é que os maridos e os ex-maridos de uma qualquer princesa, os carros de um magnata, as viagens de uma “tia”, nos farão falta? Porque é que a violência doméstica, os acidentes de viação, a delinquência escabrosa, nos emocionam ou, pelo menos, nos chamam a atenção?
Porque é que polarizamos a vida e os acontecimentos em duas categorias simplistas e reducionistas: de um lado os contentinhos bem cheirosos a quem só acontecem coisas boas e do outro os desgraçados da sorte enredados em tragédias e cenas tristes?
Sabendo nós que estes extremos correspondem à espuma insignificante das representações possíveis, porque é que preferimos umas ou outras, porque é que não nos contentamos coma trivialidade das informações precisas e desapaixonadas que, por mero acaso, nos chegam às mãos?
Há respostas sofisticadas para isto. Mas serve perfeitamente a justificação que ouvi hoje: “ Ainda bem que dá para perceber que o mundo está cheio de gente mais estranha que eu.”

Fonte: Revista Caras
Texto: Isabel Leal (Professora de Psicologia)
Foto da Net

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Marrocos

Taghazout - Na rota do surfe



Taghazout fica alguns quilómetros a norte de Agadir. Ao todo, desde Lisboa, são mais de mil e duzentos quilómetros. Cerca de dois dias na estrada e algumas horas na fronteira, a correr de um guiché para o outro, sem perceber muito bem porquê. Porém toda esta distância, física e psicológica, é o pretexto ideal para ir parando ao longo da viagem em locais como Chefchauen, Fés ou Marraqueche.


Chegámos quatro dias depois de termos partido de Lisboa, perfeitamente extasiados pelas primeiras impressões de Marrocos. Visitar um país tão diferente pela primeira vez parece que abre todos os poros dos sentidos. Por mais que se oiça falar de um sítio, experiências são experiências, e cada um faz as suas. São coisas que não se aprendem em livros, vivem-se. E intensamente…


Longe do luxo de Agadir, que caracteriza a que é considerada a mais bela e hospitaleira estação balnear de Marrocos, Taghazout é uma pequena vila piscatória, destino popular para surfistas, numa pequena enseada que abraça o mar. Como habitual, é em redor de uma pequena praça que se desenrola o tradicional comércio marroquino, onde se compram as coisas essenciais, desde o peixe ao tabaco. É atrás de uma fachada de casas simples e ruas poeirentas que existe um conjunto de ruelas que desemboca, invariavelmente, num pequeno porto de pesca. E é lá, junto ao mar, que se consegue ter a verdadeira percepção da extensão e beleza da vila.


Tal como a maioria dos destinos de surfe, Taghazout oferece condições básicas. Com a evolução do turismo de surfe surgiram as primeiras infra-estruturas, como pequenos restaurantes e lojas familiares. No entanto, é também neste tipo de locais, que de um momento para o outro, sem darmos por isso, já tratamos os donos das pensões por tu e somos nós próprios a galgar a recepção para apanhar a chave do quarto. As portas vão-se abrindo e de repente, por alguns instantes, sentimos que fazemos parte deste lugar.


A harmonia que se vai criando, com as pessoas da vila, marroquinas ou estrangeiras, o mar lindíssimo a dois palmos das janelas, picos de surfe invejáveis e consistentes mesmo à frente das casas e a simplicidade com que se vivem os dias ajudam a sentirmo-nos bem. É também nestas pequenas vilas que todos os dias se conhecem novas pessoas, com um livro de histórias para contar, que enriquecem inevitavelmente qualquer viagem.

Só em lugares como este é que os dias vão passando um a um, sem se dar conta. Que faz também com que o dia seguinte chegue como dádiva de Alá, que traga boas ondas, bom sol e boa gente.

Fonte: Revista Caras
Texto: Alexandre Khull de Oliveira
Fotos da Net
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sábado, 1 de outubro de 2016

Elvis Presley

A vida atribulada de Elvis Presley – Muito sucesso, mas infeliz no amor


 O maior ídolo musical do Seculo XX morreu sozinho, há    anos, vítima de um ataque cardíaco. Resumindo: Partiu milionário mas triste.

Elvis Presley foi dono de uma voz verdadeiramente inconfundível. Decorridos alguns anos após o seu falecimento, a melhor prova  do que acabamos de afirmar é as suas canções continuarem a ser ouvidas e apreciadas no Mundo inteiro. É assim que acontece com os mitos: vivem eternamente e têm dons extraordinários. E Elvis era ainda dono de uma rara beleza e elegância em palco, que fazia as mulheres delirarem.


O seu estilo inovador de actuar no palco – agitava de um lado para o outro o microfone – e o modo de interpretar as letras das suas canções revolucionaram a música. O disco Heartbreak Hotel, editado em 1956, foi o primeiro grande sucesso de Elvis; vendeu mais de um milhão de cópias, nos EUA, e deu origem ao género rock and rol. Apesar de estar morto, conseguiu manter dezenas de clubes de fãs dedicados ao culto da sua imagem no Mundo. Ironia das ironias: Elvis nunca saiu para dar um espectáculo fora dos Estados Unidos.
O cantor nasceu no dia 8 de Janeiro de 1935, em Tupelo, Mississípi (EUA). Filho de Vernon e Glady Presley, a adolescência foi vivida em condições muito precárias. Elvis sempre foi muito ligado á família, mas a pessoa que mais amava era a mãe. Ele era também “doido” por música, mas essa paixão contrastava com as más notas no colégio e o desinteresse pelos livros. Por conseguinte, assim que terminou os estudos, teve de ir trabalhar numa empresa de electricidade. Mais tarde foi também motorista de camião e porteiro num cinema.
Musicalmente, Elvis foi muito influenciado pelas baladas populares e o country da sua época, assim como pela música que escutava na igreja ou nas reuniões evangélicas que frequentou na juventude. O género blues acentuou, também, a sua formação musical.
Assim, antes de tornar-se famoso, os editores discográficos norte-americanos souberam logo que tinham entre mãos uma mina de ouro.

A decadência

Com efeito, nas décadas de 50 e 60 (período áureo da carreira do cantor), Elvis vendeu milhões de discos, no Mundo Inteiro, juntando uma fortuna incalculável. Aventurou-se também no cinema – o seu maior sonho era ser actor – fazendo mais de 30 filmes. No entanto, nunca alcançou o mesmo sucesso do qual gozou enquanto cantor.


No princípio dos anos 70, fazia ainda muito sucesso, cantando em espectáculos ao vivo. Porém, o consumo de drogas excessivo e os diversos romances extraconjugais em que se envolveu, acabariam por ser-lhe fatais. Nesse período, foi mesmo abandonado pela mulher. Ainda se envolveu com uma jovem modelo, de 20 anos, que lhe fazia lembrar Priscilla, mas a relação, naturalmente, acabou mal.

Priscilla trocou-o por um professor


Só duas mulheres marcaram o cantor: Ann-Margret e Priscilla Presley. A última tinha 14 anos quando conheceu Elvis, na Alemanha, onde este se encontrava a cumprir serviço militar. Três anos depois deram o “nó” e da união nasceu Lisa Marie. O casamento durou apenas até 1972. Priscilla fartou-se dos seus excessos (o cantor ingeria drogas e era regularmente infiel) e apaixonou-se por um professor de karaté.

Fonte: Revista Maria
Texto/Autor: desconhecido
Fotos da Net
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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

As Orientações Sexuais


Como a orientação homossexual passou a ser considerada como uma legítima possibilidade, a maioria de heterossexuais ficou desorientada.
A maior parte das pessoas é heterossexual, acham que assim está muito bem e, em abono da verdade, nunca se lhes colocou outra hipótese. Em função disso mesmo, consideram, ainda que íntima e secretamente, as pessoas que não são como elas próprias- quer dizer, as que são homossexuais ou as que, ao longo da vida, vão estabelecendo relações sexuais amorosas, umas vezes com homens outras com mulheres - seres curiosos ou aberrantes (dependendo este último considerando de muitos e variados factores que não vêm agora para o caso).

Como há uns tempos para cá a orientação homossexual passou a ser considerada, pelos poderes e pelos saberes que organizam estas coisas, como uma legítima possibilidade – e foi descartada a correlação com doença, vício, deformidade, genes tortos, mau carácter, delinquência e outras suspeições de equivalente conotação negativa - , a tal maioria de pessoas heterossexuais ficou com a curiosa preocupação de, afinal, ser igual a uns tantos (que julgava diferentes) e não saber bem como se resolve esta moderna dissonância cognitiva.

E se fôssemos nós?

É que (estão a ver?) se ser homossexual ou heterossexual é mais ou menos a mesma coisa, então porque é que uns são de uma maneira e outros de outra? Se não é uma escolha, uma decisão, uma compulsão nem uma malformação do desejo mas apenas e tão-só uma casualidade biográfica, entre outras, como é que se faz para controlar o desatino do destino (ou será da estranheza da própria condição humana?).

Mais complicado ainda: se a orientação sexual não é uma construção assim tão estável como isso, o que é que pode acontecer, num futuro mais ou menos próximo ou distante, aos que conhecemos e a nós próprios?

Quem é que garante que o nosso devoto marido não nos troca um dia por um senhor bem-posto, em vez da incontornável secretária com menos vinte anos?
Quem é que nos diz que a nossa filha adolescente, tão feminina, tão preocupada com toilletes, não se vai apaixonar pela sua melhor amiga?

Quem é que nos garante que um dia destes não nos baralhamos e na ressaca de uma separação violenta, daquelas que nos põem cheios de raivas pelos «queridos» do sexo oposto, nos envolvemos, sem dar por isso, com quem não devemos? (Será devemos? Queremos?...)

Como calculam, ninguém garante nada a ninguém. Ainda assim, vale a pena reparar que há orientações e desorientações sexuais, como aliás em tantos outros assuntos.

Desorientações

As orientações, como o próprio nome indica, seguem direitinhas a fila esperada e no caso da sexualidade são convicta e firmemente homossexuais e heterossexuais. 

As desorientações, por seu turno, e como convém à designação, têm momentos e experimentam-se como podem e sabem: muitas vezes mal – independentemente de serem homo ou hetero.

Fonte: Revista Noticia Magazine
Texto: Isabel Leal (Psicóloga)
Foto de : José Fragateiro
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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Paranóia


Entende-se por paranóia o conjunto de perturbações de carácter que pode traduzir-se em orgulho excessivo, na desconfiança em susceptibilidades fora de controlo, na falsidade do julgamento e em interpretações erróneas. Estas disfunções podem provocar reacções agressivas e fazer com que o individuo atinja um estado delirante. Nestes  casos, o doente pode desenvolver um delírio paranóico de interpretação, de perseguição ou de reivindicação. Antigamente designava-se por este termo um delírio crónico de interpretação sistematizada, com conservação aparente da clareza e da lógica do pensamento.
A paranóia crónica pode resultar de lesões cerebrais, do abuso de anfetaminas ou do consumo excessivo de álcool. A esquizofrenia ou a doença maníaco-depressiva são também outra das causas. Pode também manifestar-se em pessoas desconfiadas e sensitivas que parecem emocionalmente frias e se melindram facilmente.
Já a paranóia aguda – uma crise com duração inferior a seis meses – pode surgir em indivíduos com perturbações prévias da personalidade e que sofrem alterações radicais no seu meio ambiente. Nestes indivíduos, se existe uma personalidade vulnerável e predisposta a um factor de intenso stress, o resultado pode ser uma ruptura psicótica mais ou menos transitória.

Fonte: Revista Nova Gente (Dicionário de Saúde)
Foto da net
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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

D. João de Castro

Um Génio raro


Cientista excepcional, militar brilhante, grande administrador: mas o que fez de D. João de Castro um caso raro foi, sobretudo, a sua indiferença perante as riquezas materiais.

Viveu apenas 48 anos de 1500 a 1548, segundo se julga, embora não haja uma certeza absoluta quanto ao ano de nascimento. É , em todo o caso, bem pouco tempo, se comparado com tudo o que este homem fez, sempre ao serviço da coroa, primeiro no Norte de África e depois na Índia, de que foi governador e vice-rei.
Ainda hoje, para todos aqueles que retêm na memória um pouco da história Portuguesa, D. João de Castro é uma figura familiar. Sobretudo por causa do segundo cerco de Diu, que ficou famoso, e após o qual ele quis dar a própria barba como penhor de um empréstimo destinado a reconstruir a fortaleza, que ficara completamente destruída. Mas, justamente porque o episódio não está esquecido, não vamos insistir sobre Diu nem sobre os outros feitos militares de D. João de Castro; focaremos antes, aqueles aspectos, hoje menos conhecidos, da sua vida e da sua personalidade, a começar pelos trabalhos científicos, sobretudo nos domínios da geografia e das ciências náuticas.

TINGIS,LVSITANIS,TANGIARA
(Tânger, a gravura de Braun e Hogenberg de 1572, foi a praça onde o futuro 14.º governador e 4.º vice-rei da Índia se estreou nas armas e onde mereceu a distinção de ser armado cavaleiro.)

Diga-se antes de mais, que este homem recebeu, na infância e na adolescência, uma excelente educação; tal como o infante D. Luís, irmão de D. João III, teve, entre outros mestres, o muito célebre Pedro Nunes. No entanto a ciência, para ele, teria de esperar: como qualquer outro moço fidalgo, frequentador da corte (o pai era governador da Casa do Cível e vedor da fazenda real), a sua primeira actividade foi guerreira e desenrolou-se no norte de África – ele próprio escreveu, aliás, que “em África me nasceram as barbas”. Foi para lá com 18 anos e  só regressou nove anos mais tarde, mas já era então alguém: reconhecendo o seu valor, D. Duarte de Meneses, governador de Tânger, armara-o cavaleiro e recomendara-o por carta a D. João III. Cumpriu depois outras missões navais e militares; e finalmente, em 1538, embarcou para a Índia na armada do vice-rei D. Garcia de Noronha, seu cunhado, que devia ir socorrer Diu, prestes a sofrer o primeiro cerco.

Viagem científica

Segundo se pensa, esta missão de D. João de Castro era mais científica do que militar. Haveria diversas matérias em cujo estudo a coroa portuguesa estava interessada – entre elas, a determinação rigorosa das longitudes e latitudes em alto mar e a qualquer hora do dia, uma questão com incidências políticas e diplomáticas porque estava em causa a delimitação das áreas de influência de Portugal e Castela no Oriente, em cumprimento do tratado de Tordesilhas; e esta era apenas uma parte do “programa” científico dessa primeira viagem para a Índia. 

Três dos desenhos incluidos por D. João de Castro nos seus famosos "roteiros"

(Porto de Dabul)

(Rio e povoação de Chaul)

(Ilustração do roteiro de Goa a Diu)

No seu cumprimento, a actividade de D. João de Castro, a bordo do navio Grigo, foi verdadeiramente espantosa: observou e descreveu fenómenos naturais, aves e peixes; estudou o regime dos ventos e as correntes; descobriu algo da maior importância, ou seja, que as agulhas das bússolas sofrem desvios quando se encontram na proximidade de massas metálicas – o que acontecia facilmente num navio profusamente guarnecido de peças de artilharia. E com tudo isto e muito mais, recolheu os elementos que lhe permitiram elaborar o primeiro dos seus célebres roteiros, itinerários acompanhados de mapas, ilustrações e informações diversas, que ainda hoje impressionam quem os estuda.

Esse roteiro inicial, De Lisboa a Goa (1538), foi imediatamente seguido por outro, De Goa a Diu (1538-1539), o que tem uma clara lógica; depois de a armada do novo vice-rei chegar a Goa, os turcos decidiram levantar o cerco a Diu, mas D. Garcia de Noronha quis, ainda assim, deslocar-se até lá e D. João de Castro acompanhou-o, comandando uma galé; deste modo, teve a oportunidade de prosseguir o seu trabalho cartográfico. Quanto ao terceiro roteiro que chegou até nós (pois terá havido um outro que se perdeu), elaborou-o quando após a morte de D. Garcia, o seu sucessor no governo da Índia, D. Estêvão da Gama – filho de Vasco da Gama, comandou uma expedição a Suez para tentar destruir as naus turcas. Esse objectivo não foi conseguido, porém da viagem, em que D. João de Castro comandou o galeão Coulão Novo, sairia, como ficou dito, mais um roteiro, de Goa a Suez, também conhecido como Roteiro do Mar Roxo (1541).


Todos estes trabalhos não são, evidentemente, best-sellers da literatura light mas, nos meios científicos, deram ao seu autor uma reputação, a nível europeu, de grande cientista – hidrógrafo, cartógrafo, observador e, até, filósofo.

Os amigos

O rei D. João III (em cima, a sua estátua em Coimbra) sempre reconheceu o valor de D. João de Castro. Por isso o nomeou como vice-rei.

(O Infante D. Luís, irmão do rei D. João III, foi um amigo de toda a vida)



Um homem tão Excepcional teve também amigos excepcionais. Mencione-se o infante D. luís, um dos príncipes mais inteligentes que houve em Portugal; e o ilustre Pedro Nunes, não só o seu mestre, mas também um amigo. 

O célebre matemático Pedro Nunes, foi mestre de D. João de castro e, mais tarde seu amigo

Outros amigos eram o Conde de Castanheira, o melhor ministro de D. João III, e D. Rodrigo Pinheiro, que foi arcebispo de Braga. Na Índia, D. João de Castro viria a suscitar a amizade e a ardente admiração de D. Cristóvão da Gama, o jovem filho do navegador, que viria a morrer na Etiópia.

E, no fim da sua vida, travou forte amizade com S. Francisco Xavier; este foi um dos seus confessores que assistiram ao seu pensamento.

(S. Francisco Xavier assistiu aos últimos momentos do vice-rei)


Qualidade rara

Quando D. João de Castro regressou à Índia, que entretanto deixara em Janeiro  de 1542 para voltar a Portugal, talvez não previsse que regressaria em breve aquela terra, dessa vez como governador – nomeação  que terá aceite a contragosto, julga-se que por insistência do infante D. Luís. Era um cargo espinhoso e de muitos trabalhos; ele desempenou-o no entanto com brio e ânimo: Em breve teve de enfrentar nova ameaça da praça de Diu – foi o tão celebrado segundo cerco, em que D. João perdeu o seu segundo filho, D. Fernando: Depois de ter libertado a praça e derrotado decisivamente o inimigo, e depois de ter iniciado as obras de reconstrução da fortaleza – a história das barbas… -, regressou a Goa onde entrou à maneira dos antigos triunfadores romanos, com a maior pompa e circunstância que se possa imaginar. Mas, seguramente, este triunfo à romana era simplesmente ditado por razões políticas; porque também   muito seguramente a nossa história conhece bem poucos chefes militares que fossem tão ascéticos, tão indiferentes à ostentação, tão modestos nos seus hábitos como este homem que pouco comia, ainda menos dormia, que em campanha vivia como qualquer soldado e que se gastava em trabalho – terão sido, aliás, estes excessos de renúncia, esta dureza para consigo próprio, que apressaram o seu fim.
Feitas as contas, os nós governo da Índia durou somente cerca de três anos, porém esse período foi muito rico em acontecimentos – e, vamos lá, em heroísmo. Já no final, veio de Lisboa ordem real que lhe prolongava o mandato, mas agora com a dignidade de vice-rei D. João de Castro gozou esta dignidade durante escasso tempo: morreu a 6 de Junho de 1548, assistido, nos seus últimos momentos, por S. Francisco Xavier.
Sim: apesar de tudo, apesar dos “fumos da Índia”, esse ainda era um tempo de heróis e de santos…

A Renúncia ao Ouro



Esta foi a característica mais extraordinária de um homem que teve inúmeras oportunidades para enriquecer. De regresso do seu serviço de nove anos em Tânger, não pediu ao rei qualquer mercê. Em 1535, quando Carlos V lançou uma ofensiva contra Tunis, com o auxílio Português, D. João de Castro tomou parte da expedição, com o infante D. Luís. No final, o imperador resolveu pagar dois mil ducados a cada capitão, mas ele recusou-se a receber esta quantia. Recusou também, na sua primeira partida para a Índia, a capitania de Ormuz. É verdade que aceitara, antes, a comenda de Salvaterra, mas fê-lo, ao que parece, somente pela honra, já que o proveito – ou seja, o rendimento – era muito reduzido. Tanto quanto se sabe, apenas pediria ao rei uma mercê: algum terreno em Sintra, para “arredondar”, digamos assim, a área da sua quinta da Penha Verde, que era património herdado. 

(A Quinta da Penha Verde em Sintra, era o principal património de D. João de Castro e também o seu refúgio)

Por outro lado, o episódio da barba, dada como penhor, tem uma explicação: na época a barba era um símbolo de honra e de prestígio varonil; ora, ao terminar o cerco de Diu, D. João de Castro não tinha consigo nem fortuna nem valores, porque gastara tudo na defesa e na governação da Índia. 

(A Ermida de Nossa Senhora do Monte, mandada construir na quinta por D. João)

Só tinha a honra para dar como penhor. Enfim, já pouco antes da sua morte, teve de pedir que a administração lhe fixasse um pequeno subsídio para se manter, pois gastara, mais uma vez, todos os seus fundos em navios, armamento, etc.                                                                                              
Fonte: Revista Super Interessante
Por: João Aguiar
Carlos Coelho