O Feng Shui é uma arte milenar chinesa usada em residências e locais de trabalho, com o intuito de os harmonizar com técnicas próprias. Hoje em dia, muitas empresas de renome mundial fazem uso do Feng Shui.
O que é o Feng Shui?
Trata-se de uma arte que, aos
poucos, se está a transformar numa ciência. Praticada na China há cerca de
cinco mil anos (alguns investigadores falam em três mil), o Feng Shui foi
apresentado ao mundo ocidental praticamente no final do milénio, como um tipo
novo de ciência do ano 2000.
Antídoto, ou talvez receita de
sabedoria ambiental, o Feng Shui substituiu cientificamente a boa e velha
intuição. Hoje em dia é encarado como um bálsamo pronto para ajudar as pessoas
a preservarem o seu bem-estar físico e mental. Sim, porque o mundo moderno não
nos regala apenas com as vantagens da tecnologia; também nos faz mergulhar num
mar turbulento, repleto de preocupações de todos os tipos.
Os franceses, apesar de tão
conservadores, já vêem o Feng Shui uma verdadeira ciência do meio ambiente. Os
Norte-Americanos também adoptaram o Feng Shui, não apenas nas suas casas, mas
também no ambiente de trabalho. Sabe-se que muitas empresas de grandes
dimensões, como a Coca-Cola e a McDonald’s, por exemplo, já estão a fazer uso
dos ensinamentos tauistas chineses nos seus edifícios funcionais, a fim de
conseguirem um maior rendimento dos seus empregados. Para se ter uma ideia da
força do Feng Shui, em Taiwan não existe uma só empresa que não seja montada e
decorada segundo os preceitos dessa técnica milenar chinesa.
Os chineses sempre estiveram
atentos à interacção entre o ser humano e a natureza. Por isso, são o povo que
melhor entende a necessidade primordial de harmonia e equilíbrio como elementos
essenciais de uma vida longa, com saúde, e abundante em riquezas materiais.
A Origem da expressão Feng Shui
A tradução literal de Feng Shui
é «vento e água», nomes simples, no entanto com um significado que vai muito
além do que imaginamos. O vento faz-nos lembrar o ar, elemento vital, sem o
qual morreríamos. E a água remete-nos para o mais precioso líquido, sem o qual
também não poderíamos viver por muito tempo. Na verdade nada é tão vital para
nós como o ar e a água.
O nome original do Feng Shui
parece ter sido Kun Yue (ou Cun Yi ou Cun Yu). Ninguém, até hoje sabe ao certo.
Um investigador Chinês diz que
o nome foi modificado porque certas disciplinas populares do Fang Shih (tais
como o Feng Qiao) estabeleceram um modelo para os praticantes. E Feng Shui era
bastante mais fácil de pronunciar.
Os chineses interpretam o Feng
Shui como sendo a ciência da terra, mas não através do seu significado literal.
Em português, poderíamos dizer geomancia, desta vez pelo significado literal:
profecia da terra – uma técnica divinatória que não tem quase nada a ver com o
Feng Shui.
Hoje em dia, devemos muito ao
grande sábio Leo Tsé, que codificou esses ensinamentos – isto há cerca de três
mil anos. Assim sendo temos acesso a muitos recursos para viver melhor. Estes
são bem conhecidos até pelos ocidentais: a acupunctura, o Tai Chi Chuan, a
fitoterapia, entre outros. Ultimamente, também o Feng Shui. Tudo isso tem
origem na religião e na filosofia tauistas da China de há milhares de anos.
O Feng Shui faz uso de análises
meteorológicas, geológicas e, é claro, astrológica, com o objectivo de amenizar
a falta de energia positiva em alguns ambientes e de os deixar em condições
propícias à vida. Sim, porque à medida que a energia é correctamente
distribuída pelos objectos que bloqueiam as vibrações nefastas e que o espaço é
utilizado de forma adequada, pode-se ter uma energia a fluir positivamente.
Graças a isso, consegue-se tirar melhor proveito do caminho, com rectidão.
Como já foi dito, Feng
significa vento e Shui água. Juntos, esses elementos constituem os fluxos de
energia que transitam pela natureza.
De um lado temos a água
proveniente das chuvas, dos lagos e dos rios que converge para o mar. Do outro
temos o ar que causa agitação no mar, originário das correntes cósmicas e
telúricas.
Juntos, actuam no sentido de
gerar o bem ou o mal. Isso vai depender da geologia, do sítio e da força com
que invadem os ambientes. Por outro lado, são imprescindíveis em qualquer
lugar.
O verdadeiro trabalho de um
consultor de Feng Shui é administrar correctamente esses dois elementos (o
vento e a água) de qualquer lugar.
Para quem começa a interagir
nos seus preceitos, isso significa a aceitação e a reverência perante uma
totalidade infinitas vezes maior que aquela de que fazemos parte.
O Feng Shui chegou recentemente
a Portugal, e em boa hora. Foi o momento certo, pois quem vive nas grandes
cidades já não consegue ter harmonia, paz e sossego, porque convive diariamente
com problemas de todos os tipos, como a poluição visual e sonora, a droga a
tensão, a ansiedade e a falta de perspectivas. Desta maneira, acabamos por nos
deixar envolver por uma gama de energias negativas, e esse processo torna-se um
ciclo prejudicial ao bem-estar de qualquer pessoa.
O Chi e o Feng Shui
Chi é a mesma coisa que «o
sopro vital». Por outras palavras, é a energia activa que dá vida a tudo, que
está no ar, que respiramos constantemente. É a energia vital que nos liga à origem
de tudo. Está presente nos ventos e nas águas, circula, sem que a possamos ver,
pelos meridianos da acupunctura, propicia colheitas fartas, enfim é a energia
que, se bem compreendida e administrada pelo homem, pode garanti-lhe
longevidade, saúde e bem-estar físico e emocional.
Todas as artes marciais
chinesas assentam no príncipio da circulação do Chi.
Matéria-prima do Feng Shui, o
Chi, como todas as coisas presentes no nosso mundo, está em situação oposta ao
Sha, o sopro daninho, prejudicial, que faz mal e pode provocar até a morte
prematura.
Enquanto o Chi circula a horas
em que a luz é ascendente, ou seja, durante o dia, o Cha tem características
invernais, ou seja, corresponde ao decrescer da luz do dia. Não é por acaso que
os exercícios de Tai Chi Chuan e a meditação são feitos às primeiras horas da
manhã. Vale a pena dizer que o Chi pode ser activado a qualquer momento do dia
por meio de uma meditação silenciosa.
Fonte: Revista Esperança
Fotos da Revista
©CarlosCoelho