sábado, 23 de maio de 2020

Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, São Miguel Açores


Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, São Miguel Açores


Resplendor ou Diadema, o seu ex-líbris, da autoria de Mateus Vicente de Oliveira e Ambrósio Gottlieb Pollet, pela Coroa de Espinhos, pelo Relicário, pelo Ceptro, e pela Corda, estas joias representam os instrumentos de morte, com que Jesus foi apresentado à multidão no Pretório de Pilatos, sujeito à suprema humilhação, injuriado e escarnecido.

Apenas usadas nas Festas em honra do Senhor e em épocas festivas, estas joias são alvo de uma enorme curiosidade, pelo seu elevado valor material e artístico, não estando expostas ao público.

O Resplendor é a peça mais emblemática deste conjunto. Está replecta de simbolismo religioso. Desde o Cordeiro sobre o Livro dos Sete Selos, a Cruz, o Triângulo simbolizando a Santíssima Trindade, a Píxide com as hóstias, o Pelicano alimentando os filhos, as Galhetas que contém a água e o vinho, o Galo simbolizando a negação de Pedro, o Guião com as letras SPQR, a Coluna da Flagelação, a Bolsa de Judas, os Dados que sortearam a túnica de Cristo, a Coroa de Espinhos, com que coroaram Jesus no Pretório de Pilatos, os Cravos com que foi pregado na Cruz, a Esponja com vinagre com que Jesus matou a sede, a Lança que trespassou o lado do Senhor, a Mão com que foi esbofeteado, a Moca, a Túnica do Senhor, a Cana que Lhe puseram na mão a fingir de ceptro, a Lanterna com que foram procurar Jesus no Horto das Oliveiras, o Azorrague e o Feixe de Varas com que foi flagelado. As Escadas, o Alicate, o Martelo e a Espada, são os instrumentos que serviram na crucificação, o Jarro, a Bacia e a Toalha, com que o Salvador lavou os pés aos Discípulos.
O Resplendor foi considerado a peça mais valiosa do seu género na Península Ibéria, num congresso realizado em Valladolid (Espanha).



Foto: net
© Carlos Coelho

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Vinho


Combate muitas doenças



Muitas são as vantagens que nos oferece um pequeno copo de bom vinho tinto ás refeições, se não existirem contra-indicações médicas.  Quem o diz é Eduarda Alves, nutricionista e dietista responsável pelo site http://www.clinicadosalimentos.pt . mas a mesma especialista sublinha: “todos os benefícios do vinho podem ser obtidos comendo uvas sempre com a pele e as grainhas. Sem os inconvenientes do álcool e do excesso de calorias e açúcar”.

Os principais benefícios do precioso néctar


O vinho tinto é muito rico em resveratrol, um potente antioxidante. É, por isso, útil para diminuir os valores do mau colesterol, ajudando a aumentar os do bom colesterol – HDL. O resveratrol é muito importante para prevenir o envelhecimento. Faz bem à pele: atenua e reduz o aparecimento de rugas.
O vinho tem também grande variedade de polifenóis, que ajudam a prevenir as doenças cardíacas e alguns tipos de cancro. Contribuem ainda, para evitar a degeneração das funções cognitivas. Há até estudos que indicam que uma pequena quantidade diária de vinho (um copo) pode ser um aliado na luta contra a doença de Alzheimer.

Contra-Indicações e desvantagens


É uma bebida muito calórica. Um pequeno copo de vinho8com menos quantidade do que uma “imperial”) contem mais de 180kcal, muitas para um líquido… em excesso (mais de um copo por dia), o vinho danifica-nos todos os órgãos, como por exemplo, o cérebro e, principalmente, o fígado. Provoca cirrose hepática, aumenta os triglicéridos e o colesterol: engorda, entope as artérias, prejudica o coração. Por último, é prejudicial a quem sofre de diabetes.

Os melhores e os piores


Os tintos são os melhores. Mais ricos em resveratrol, o antioxidante que torna o vinho saudável. Os que não têm efeitos benéficos são os mais alcoólicos, licorosos e açucarados. Como o Porto, o Madeira, os abafados ou alguns aperitivos e digestivos baseados em vinho. Embora também não nos façam mal, desde que sejam tomados muito esporadicamente e em doses extremamente reduzidas, por pessoas sem problemas de saúde. Os vinhos saudáveis são os de qualidade, puros – até, se possível, biológicos. Escolha um de qualidade, o que é possível por menos de cinco ou seis euros. Pode pedir ajuda a um amigo ou familiar que seja entendido no assunto, pesquisar ou ler as publicações especializadas. Evite os vinhos muito trabalhados e alterados. O vinho deve ser natural, seguir sem pressas todas as suas etapas de maturação tradicionais.

Sabia que… por ter licopeno, o vinho ajuda a prevenir o cancro da próstata, mama e pulmões.

Fonte: Revista NovaGente
Texto: Vasco Ventura
Fotos da net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Cristo-Rei



O cristo-Rei foi construído em 1959, com o dinheiro dos fiéis e destinava-se a agradecer a Deus o facto de Portugal não ter participado na II Guerra Mundial. Nessa altura, a cerimónia que decorreu com pompa e circunstância, reuniu 300 mil pessoas e contou também com a presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que, na altura, saía, assim, pela sexta vez do santuário mariano.


Dia 17 de Maio assinala-se o 61.º aniversário do santuário de Cristo-Rei, em Almada.
História

1934 - O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel G. Cerejeira, passeia-se pelo Rio de Janeiro e fica abismado com a imponência de Cristo Redentor, desejando construir algo semelhante em Lisboa.

1940 - Os bispos portugueses, reunidos em Fátima, decidem que será erguido um monumento ao sagrado Coração de Jesus se Portugal for poupado à II Guerra Mundial, iniciada no ano interior.

1949 - Portugal não entra na guerra, após uma campanha nacional de recolha de fundos, é colocada a primeira pedra, no dia 18 de dezembro.

1959 - A 17 de Dezembro (Dia de Pentecostes), o Cristo-Rei é inaugurado. A imagem de Nossa Senhora de Fátima marca presença na cerimónia, na qual estiveram os cardeais do Rio de Janeiro e de Maputo.

Fonte: Revista Maria / Ronnie Venâncio
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A história do Bilhete de Identidade


Da aldeia de mata do Rei, onde vivia, ao Registo Civil de Santarém, António Cândido demorou cinco horas. Foi de mula, na altura o único meio de transporte de que dispunha. O adolescente, com 15 ou 16 anos, tinha recebido uma bicicleta do pai, mas, para aproveitar o presente, precisava de tirar o bilhete de identidade (BI). “Naquela altura, era necessária identificação para andar de bicicleta”, explica o antigo moleiro, hoje com 92 anos.

Em Santarém, o processo foi rápido. Apresentou a cédula de nascimento, pôs o dedo indicador direito num papel, para deixar registada a impressão digital, e explicou porque queria o documento. “O meu pai só o tirou já adulto. Precisou dele para ter licença de carroço. Tinha uma azenha e um moinho de vento para fazer farinha, que transportava para Santarém.”


O BI do primeiro Presidente era uma espécie de caderneta amarela. data de 1914

Detalhes. O cartão de Manuel de Arriaga discriminava a cor do seu cabelo e barba e uma cicatriz do lado direito da cabeça.

Na época, 1936 ou 1937, os bilhetes de identidade eram documentos mais detalhados do que são hoje. Além do nome, data de nascimento, filiação, naturalidade, altura impressão digital e fotografia, o BI de António Cândido tinha indicações sobre sinais particulares, cor da barba, do cabelo, dos olhos e da pele. O formato também era diferente: em vez do cartão amarelo ainda hoje em uso (embora em substituição gradual pelo cartão de cidadão), os portugueses da primeira metade do século XX tinham uma caderneta desdobrável. Era um documento de três páginas preenchido à mão.

No mês de Março de 2014, o BI fez 100 anos. Desde 1914 que é usado para provar a identidade dos cidadãos. Os primeiros registos de identificação em Portugal são do século XVI. Em pleno período dos Descobrimentos, os capitães das naus apontava o nome, alcunha, estado civil, filiação e naturalidade dos marinheiros. Era uma forma de saberem quem levavam a bordo, embora não existisse qualquer papel oficial. Só bastante mais tarde, na Primeira Republica, surgiu essa necessidade: percebeu-se que era preciso ter um registo dos cidadãos porque havia cada vez mais pessoas a viver nas cidades e tornava-se difícil identificá-las quando morriam.
O investigador e antigo inspector da Policia Judiciária, Francisco Moita Flores, diz que foi esse problema de identificação dos corpos que deu origem à palavra “morgue”. “A palavra francesa morguer significa observar com atenção. Na prisão de Paris, havia uma sala enorme numa cave, com uma claraboia com grades. Os presos iam para essa sala e os guardas ficavam a olhar para eles para tentarem memorizarem as suas feições, caso fugissem ou reincidissem. Não havia outro método de identificação”, explica.

Com o aparecimento do bilhete de identidade em Portugal, em 1914, parte destes problemas de reconhecimento acabaram: o documento tinha fotografia e impressão digital. Mas não só: possuía também informações detalhadas sobre os traços físicos. Um dos primeiros portugueses a tirar o BI foi o antigo Presidente da República, Manuel de Arriaga. O documento, que data de 1914, e que hoje pertence ao espólio do Museu da Presidência da República, tinha três páginas. Indicava que o líder republicano vivia no Palácio de Belém, tinha uma cicatriz na cabeça, do lado direito, cabelo e barba de cor branca. Estas informações eram ainda complementadas com duas fotografias, uma de perfil, outra de frente, que ocupavam a parte central da caderneta amarelada. Por baixo das imagens, está a data em que foram tiradas: 1911.

A identificação de Fernando Pessoa, o documento estava escrito em três línguas: português, Inglês e Francês. 


O poeta trabalhava na área do comércio e é com essa profissão que aparece identificado. Tirou-o em 1928, um ano depois de ser obrigatório para todos.

Desde que foi criado oficialmente e até 2007 (ano em que começou a ser substituído pelo cartão de cidadão), o bilhete de identidade sofreu várias mudanças. De um cartão com três páginas cheio de detalhes sobre a aparência física, passou a documento plastificado com menos informação, mas mais difícil de ser copiado. Em 1952, por exemplo, chegou mesmo a haver uma versão diferente para as pessoas que viviam nas então províncias ultramarinas: em vez de só se recolher a impressão digital do dedo indicador, punham-se as dos 10 dedos.

Nos primeiros tempos, o BI não servia para verificar oficialmente a identidade dos cidadãos. Só em 1919 a lei estabeleceu que o documento podia servir como prova. Se, por exemplo, alguém duvidasse do nome verdadeiro de uma pessoa, era preciso levar duas testemunhas que atestassem o Registo Civil a veracidade da informação. Nessa época, o BI português tinha uma validade de cinco anos e era um dos mais modernos da Europa. O director do Arquivo de identificação da Catalunha chegou a anunciar que o iria copiar por o considerar um dos mais bem feitos da época.

Apesar de admirado, o documento enfrentou resistências em Portugal quando, em 1926, se tornou obrigatório para todos os funcionários Públicos. Como as impressões digitais e as fotografias eram até então usadas para identificar presos e mortos, alguns trabalhadores ficaram irritados ao perceberem que iriam ter um documento como o dos criminosos, com as mesmas características. Chegaram mesmo, de acordo com o Diário de Notícias, a enviar um grupo de representantes ao Senado. “Estavam alarmados”, dizia o jornal, porque, segundo a lei, deixariam de receber salário se não tivessem o tal cartão. Além do mais, ainda tinham de pagar 50 escudos para a sua emissão.

Apesar da contestação, a polémica lei do BI foi aprovada. “ A ideia era cruzar o registo criminal com o registo civil. O estado queria ter um papel mais vigilante”, explica à Sábado Maria Rita Lino Garnel, investigadora do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa. O estado também pretendia distanciar-se da Igreja e converter tanto o casamento, como o divórcio ou a morte, em actos civis e não apenas religiosos.


As impressões digitais começaram por ser utilizadas nos boletins de identificação dos cadáveres. Esta ficha data de 1911.

Um ano depois, em 1927, o cartão tornou-se obrigatório para todas as profissões. O poeta Fernando Pessoa, que então trabalhava no comércio, tirou-o a 28 de agosto de 1928. O documento estava escrito, como determinava a lei, em três línguas: português, francês e inglês. E tinha apenas uma fotografia do escritor.

Até se democratizarem, na década de 50-60, os bilhetes de identidade continham frequentemente informações vagas e imprecisas. Quando, em 1930, com apenas 12 anos, Maria Rosalina pais tirou o seu cartão, os funcionários do Registo Civil escreveram no espaço destinada á altura: “a crescer”. A antiga professora primária, hoje com 94 anos, precisou daquele documento para se matricular no Liceu Filipa de Lencastre, em Lisboa. Na época, o cartão só era necessário para circunstâncias específicas, como estudar, trabalhar, viajar ou para qualquer acto público. “Por exemplo, a minha mãe só o tirou aos 80 anos, quando o meu pai morreu, para poder receber o subsídio”, conta à Sábado.

A antiga professora primária recorda-se de que já naquele tempo o documento era valioso. “As pessoas tinham muito medo de o perder, por isso guardavam-no com cuidado.” Além disso tirar o bilhete de identidade era uma espécie de “prova iniciática”, acrescenta a historiadora Maria Rita Lino Garnel. “Punha-se um vestido bonito, ia-se bem lavado e penteado.”

A Evolução do BI

Passou de caderneta desdobrável a cartão de uma página

1914. Aparecem os primeiros cartões. Têm três páginas e, além do nome, filiação e naturalidade, incluem duas fotografias, uma impressão digital do dedo indicador, assinatura e informações sobre altura, cor da pele, olhos, cabelo, barba, sinais particulares e residência.


1918. Os bilhetes de identidade passam a ter apenas uma foto. Estão escritos em três línguas: português, francês e inglês.

1926. Começam a ter espaço para registar alterações do nome do cônjuge e do estado civil. Tornam-se obrigatórios para todos os funcionários públicos.

1957. São reduzidos a duas páginas e impressos exclusivamente em língua portuguesa. Emitem-se dois modelos: um para cidadãos nacionais, outro para estrangeiros.


1970. Passam a ter apenas uma página e são plastificados. Um ano depois, começam a ser informatizados. Os documentos escritos à mão são cada vez mais raros.

1986. É obrigatório usar fotografia a cores nos bilhetes de identidade.


1992. É introduzido o plástico à volta do cartão e uma faixa de segurança por cima da fotografia, que se encontra do lado direito.

2007. O BI começa a ser gradualmente substituído pelo cartão de cidadão.

Fonte: Revista Sábado
Texto: Ana Catarina André e Lucília Galha
Fotos: Museu da Presidência da República; Espólio Casa Fernando Pessoa
© Carlos Coelho

terça-feira, 19 de maio de 2020

Pá Salazar


Só os portugueses lhe chamam Salazar


Espátula, raspador, raspadeira, rapa-tudo, rapa-tachos. Por vários nomes responde esta pá, mas nenhum nos traz tantas memórias como «salazar». E esse leva-nos de volta a outros tempos de crise e escassez.

Utensílio de serventia comprovada nas casas portuguesas, o nosso melhor salazar é feito de pinho ascético e borracha sinuosa, materiais que conservarão melhor as suas qualidades se forem lavados à mão. Outra coisa não se recomenda a um objecto que ainda hoje se rebela contra a era da máquina, afirmando-se como puro artesanato e não carecendo de outra energia senão a do corpo humano.
Nesse aspecto, o salazar é e será sempre um resistente, avesso á industrialização e ao consumismo – tal como o homem que, sem querer, o baptizou. «Devo à Providência a graça de ser pobre», disse enquanto geria com rigor draconiano a economia do país.

Na sua habilidade em chegar ao fundo dos tachos e das tijelas, extraindo o remanescente, o salazar é insuperável. É também, um símbolo da igualdade culinária, já que não faz distinção entre a massa exuberante de um soufflé de camarão e um prosaico pão-de-ló, a todos rapando com a mesma eficácia.
Inquirindo junto dos vivos, há quem ainda se lembre dele talhado somente em madeira, com a parte aplanada fina. Hoje conhecemo-lo com o toque do plástico ou do silicone, banalidade compensada por muitas cores e eventual design que não chegam para fazer esquecer o genuíno salazar que figura na foto.

Fabricado por uma empresa familiar do Porto, passou para a loja Vida Portuguesa e daí para o Museum of Modern Art (MOMA) em Nova Iorque e Tóquio, exibe-se agora, ao lado da torradeira de alumínio ou da vassoura de palha, numa montra de produtos genuinamente portugueses.
Salazar que raramente saía do país e gostava das solas dos sapatos até se romperem, teria certamente achado tudo isto uma enorme falta de modéstia.

Fonte: Revista Notícias Magazine
Fotos da Net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A estratégia das formigas



Surgiram como uma praga nos jardins de Budapeste, em 1990, vindas do Leste e, de acordo com uma pesquisa realizada por investigadores europeus, não tardarão a chegar ao Norte da Europa. As invasoras são as formigas Lasius neglectus, que já foram detectadas também nos Jardins do Reino Unido e de Espanha. Em Portugal, que se saiba, ainda não. Mas é talvez uma questão de tempo. Porquê?
Porque estas formigas têm uma estratégia que as torna poderosas colonizadoras, como descobriram os cientistas. Vivem em pequenas redes de ninhos interligados, têm várias rainhas e transitam livremente entre os ninhos, o que torna a sua propagação um sucesso. O problema dizem os cientistas, é que são uma ameaça à biodiversidade.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto: Filomena Naves
Fotos da Net
© Carlos Coelho

domingo, 17 de maio de 2020

Marco Polo


O grande viajante


Marco Polo uma personagem fantástica. Viveu há mais de 700 anos, mas a sua vida, as suas grandes viagens e as suas aventuras continuam a povoar o imaginário de todos. Terá sido, com o pai e o tio, o primeiro ocidental a percorrer a chamada Rota da Seda. E, no Extremo Oriente, ao serviço do imperador Kublai Kahn, viu coisas nunca antes vistas.
Marco Polo nasceu na República de Veneza, em 1254. Veneza era então um dos principais portos da Europa e, por isso, estava cheia de mercadores, como o pai e o tio de Marco: Nicollo e Matteo Polo.


Quando Marco tinha 6 anos, o pai e o tio partiram para o Oriente numa viagem que durou nove anos e os levou até à corte do imperador Kublai Kahn (neto de Genghis Kahn), chefe do Imperio mongol, que se estendia pela Mongólia e a China.


Quando Nicollo e Matteo regressaram a Veneza, encontraram Marco com 15 anos e sem a mãe, que, entretanto, tinha morrido. Não foi preciso muito para que a cabeça do rapaz ficasse a fervilhar de fantasias. Assim, com 17 anos, Marco Polo partiu, com o pai e o tio, rumo ao reino de Kublai Kahn. Demoraram quatro anos a chegar à China e, uma vez, lá apresentaram-se ao imperador, que os tomou ao seu serviço. Marco Polo terá chegado a diplomata do imperador e passado a maior parte dos vinte anos seguintes a explorar as terras desconhecidas do vasto Império Mongol. 


Conseguimos imaginar as paisagens, as gentes e os costumes diferentes, os animais exóticos, as civilizações, os monumentos, os tesouros e todas as coisas fantásticas que marco Polo terá encontrado nesses anos de aventura em que percorreu quase toda a Ásia. É tão difícil imaginar que nem quando Marco Polo decidiu contar as suas aventuras acreditaram nele! Em 1295, marco, o pai e o tio regressaram a Veneza, carregados de tesouros com os quais tinham sidos recompensados pelo imperador mongol pelos serviços prestados. Tinham passado 24 anos e Veneza estava agora em guerra com Génova.


Trecho da carta do Papa Inocêncio IV "para o governante do povo dos tártaros" encaminhado para Güyük Khan pelo enviado Giovanni de Carpine, 1245.

Marco Polo decidiu usar parte da sua fortuna para armar um navio de combate, que comandou contra as tropas genovesas. Mas os venezianos foram derrotados e Marco foi preso. Durante os três em que esteve na prisão contou tudo o que viu nas suas grandes viagens e aventuras no Oriente ao seu companheiro de cela, Rustichello da Pisa, que as passou a livro.


A Descrição do Mundo ou Livro das Maravilhas tornou-se um dos livros mais lidos durante os séculos seguintes, mas quase ninguém acreditava no que lia, de tão fantásticos que eram os relatos (sobretudo para os horizontes limitados das pessoas da Idade Média, que ainda nem sabiam que a terra era redonda e girava á volta do sol).


Uma página de "As viagens de Marco Polo"

Seja como for, este livro traduzido para português em 1502 com o título de As Viagens de Marco Polo, foi por muito tempo a informação sobre o Oriente, tendo mesmo servido de inspiração, e orientação, a descobridores como Cristóvão Colombo ou Vasco da Gama. Marco Polo morreu em 1324, aos 69 anos, jurando que tudo o que contara não só era verdade como não era nem metade do que tinha visto!

Fonte: Revista Terra do Nunca
Fotos da Net
© Carlos Coelho

sábado, 16 de maio de 2020

Golpe na Civilização Romana


Poderá ter havido muitas razões de natureza política e social para a desagregação e o fim dos impérios romano e bizantino.


O Fim do Império Bizantino marcou, na periodização clássica, o fim da Idade Média

Mas investigadores das universidades de Jerusalém e de Wisconsin-Madison, nos EUA, que estudaram uma amostra de calcite de uma gruta milenar, situada perto de Jerusalém, propõem mais uma hipótese que poderá ter ajudado ao fim daqueles impérios: uma mudança climática desfavorável. Ian Orland e John Valley fizeram uma análise geoquímica com um método que permite detalhar a assinatura climática nas sucessivas camadas do mineral e descobriram que o clima se tornou progressivamente mais seco entre os anos 100 a.C. e 700 d.C. no médio Oriente. “Não sabemos se isto determinou ou não o fim dos impérios romano e bizantino, mas, agora que conhecemos esta informação, podemos fazer a correlação, o que é interessante”, disse John Valley. Numa altura em que, na Polónia, se ultimam as negociações do clima, este é também um motivo mais para reflexão.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto: Filomena Naves
Fotos da Net
© Carlos Coelho

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Amaryllis



Pode ser encontrada nas mais diversas tonalidades e o seu nome tem origem na forma de estrela. Constituída por três ou quatro cálices, a amarílis merece um lugar de destaque em casa.


Oriunda da América do Sul, América Central e da região das Caraíbas, a amarílis foi introduzida na Europa em 1840, onde é muito apreciada especialmente nos países escandinavos, onde é indispensável nas decorações.


A amarílis é uma planta exótica que varia entre 30 a 50 centímetros de altura e se produz por meio da divisão de bolbos.
Algumas das variedades desta espécie crescem em lugares e bosques secos, outras em savanas ou lugares com clima húmido. Mas também pode ser uma planta de vaso ou até em flor de corte.


Constituída por três ou quatro cálices e banhada nas mais diversas cores – vermelho, branco, laranja, salmão e mesclado – a amarílis tem fácil tratamento e pode ser encontrada em qualquer altura do ano, embora a época alta seja em dezembro e março. Vale a pena comprar esta flor mágica, pois logo assim que a colocar em água, os cálices bonitos abrem-se lentamente. É uma excelente opção para fazer magníficos arranjos naturais para embelezar a sala, dando cor e aroma a toda a casa.

Cuidados básicos

Ofereça esta maravilha da Natureza ou coloque-a num lugar bonito, para se destacar bem em casa. Afinal exige poucos cuidados e floresce durante muito tempo. Saiba como tratar esta flor da melhor forma, seguindo algumas regras essenciais.


·    Corte o caule da flor obliquamente, com uma faca bem afiada e coloque-a numa jarra com água limpa;

·       Utilize alimento para flores de corte, apenas se a amarílis estiver num ramo misto;
·       Convém retirar as flores murchas;
·       Como o caule é oco, se colocar um pau fino no interior, ajudará a suportar o peso da flor, não partindo tão facilmente.

Caso deseje plantar a amarílis para ter o ano inteiro no jardim, convém saber escolher o tipo de terra, quantidade de sol e água.

Como plantar os bolbos


O bolbo da amarílis deve ser plantado num vaso não muito pequeno e deve usar substrato e colocar pedras no fundo para possibilitar uma boa drenagem. A mistura de solo ideal é uma parte de terra comum de jardim, uma parte de terra vegetal e duas de areia. Evite utilizar terra argilosa, pois o excesso de humidade pode apodrecer as raízes. Os bolbos necessitam de sol durante todo o dia ou pelo menos de quatro horas de sol directo. Esta flor prefere um clima ameno e regas moderadas – molhe bem após o plantio e depois basta manter húmido. Apenas o pescoço do bolbo deve ficar fora da terra. Apos duas semanas surgem as primeiras folhas e as hastes florais. Nesta altura, convém colocar o vaso num local quente e com boa iluminação.


Curiosidade!

Sobre esta flor, existe uma lenda na mitologia grega; Amaryllis morria de amores pelo pastor Alteo. Existia, contudo, um problema: a grande paixão do pastor eram flores. Um dia, Alteo disse: “Somente darei o meu amor a quem me trouxer uma nova flor”.
A jovem pediu então conselho ao oráculo de Delphi; no templo, deram-lhe uma flecha, com a qual se feriu, enquanto declarava o seu amor. Repetiu este ritual sempre à meia-noite, em frente á cabana de Alteo.


Durante 30 noites, caíram gotas de sangue e o milagre aconteceu: nasceu uma belíssima flor vermelha. O pastor viu a rapariga com a flor vermelha, nascida do amor, nas mãos e beijaram-se pela primeira vez.

Tome Nota!

Esta flor tem um caule oco, por isso, se a retirar da jarra, lembre-se que estará cheio de água. Assim sendo, deixe primeiramente que toda a água saia do interior do caule, evitando, desta forma, molhar o chão ou os móveis.

Fonte: Revista Mulher Moderna / Flower Council of Holland
Fotos da Net
© Carlos Coelho

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Thomas Tusser



Thomas Tusser

Thomas Tusser nasceu,  em 19 de Outubro de 1524, Inglaterra Reino Unido, e faleceu a 3 de maio de 1580, Londres Reino Unido. Foi um poeta e fazendeiro inglês, mais conhecido por seu poema instrucional Quinhentos pontos de bom cultivo , uma versão ampliada de seu título original, A Hundreth Good Pointes of Husbandrie , publicado pela primeira vez em 1557.

Início da vida


St Mary and All Saints' church

Tusser nasceu em Rivenhall , Essex, em cerca de 1524, filho de William e Isabella Tusser. Desde muito cedo, tornou-se corista na capela colegio de São Nicolau em Wallingford Castle , Wallingford, Oxfordshire . Ele parece ter sido pressionado para o serviço na Capela do Rei, cujos coros geralmente eram depois colocados pelo rei em uma das fundações reais em Oxford ou Cambridge. Mas Tusser entrou no coro da catedral de St. Paul e de lá foi para o Eton College. Ele deixou um relato singular das suas privações em Wallingford e das gravidades de Nicholas Udall em Eton.


Ruinas do castelo Wallingford Caste

Ele foi também eleito para o King's College, Cambridge, em 1543, uma data que estabelece o limite mais antigo de seu ano de nascimento, pois ele seria inelegível aos dezanove anos. Do King's College, mudou-se para Trinity Hall, Cambridge.  


King's College, Universidade de Cambridge

Ao deixar Cambridge, ele foi a tribunal a serviço de William Paget, 1º Barão Paget de Beaudesart, como músico. Após dez anos de vida na corte, ele casou-se e estabeleceu-se como agricultor em Cattawade, Suffolk , perto do rio Stour .

Carreira literária

Lá ele escreveu A Hundreth Good Pointes of Husbandrie , um longo poema em dísticos rimados que registrava o ano no país. Este trabalho foi impresso pela primeira vez em Londres em 1557 pelo editor Richard Tottel e foi reimpresso com frequência. Tottel publicou uma edição ampliada Five Hundreth Pointes de Good Husbandrie em 1573. Tusser inclui uma mistura caseira de instruções e observações sobre agricultura e costumes do país, que oferecem uma visão da vida em Tudor Inglaterra, e seu trabalho regista muitos termos e provérbios impressos pela primeira vez. Tempo. Neste trabalho, ele também apresenta dez características que o queijo perfeito deve ter:

Poeta Gourmet

Os 9 requisitos de um queijo perfeito

Em ‘Quinhentos Pontos para ser um bom marido’, obra de 1573, Thomas Tusser, agricultor e poeta da Inglaterra Tudor e autor de vários ‘best sellers’ no seu tempo, explica como deve ser um queijo em perfeitas condições.

Cor: “ Não deve ser como Giezi (personagem bíblico, criado de Eliseu), branco de morte, como um leproso.”
Sabor: “ Nem como a esposa de Lot, puro sal. ”
Buracos: “ Nem como Argos (gigante mítico), cheio de olhos. ”
Forma: “ Nem como Tom Piper (personagem popular da época), fofo e inchado. ”
Textura: “ Não deve ser rijo como Crispin. ”
Qualidade: “ Nem pobre, como Lázaro. ”
Tacto: “ Nem peludo, como Esaú” (irmão de Jacob)
Humidade: “ Nem como Maria Madalena, desfeito em choro. ”
Composição: “ Nem como os bispos, de leite queimado. “

Ele nunca ficou muito tempo no mesmo lugar. Pela saúde da sua esposa, ele mudou-se para Ipswich. Após a morte dela, ele casou-se novamente e cultivou por algum tempo em West Dereham. Tornou-se cantor na Catedral de Norwich , onde encontrou um bom patrono no reitor, John Salisbury.


West Dereham
Mais tarde na vida

Após outra experiência na agricultura em Fairstead, Essex, mudou-se mais uma vez para Londres, onde foi levado por causa da praga de 1572 a 1573 para encontrar refúgio em Trinity Hall, e matriculou-se como servo da faculdade em 1573. 


Fairstead

Na época rente à sua morte, ele possuía uma pequena propriedade em Chesterton , Cambridgeshire, e isso prova que ele não estava, como às vezes foi afirmado, em qualquer tipo de pobreza, mas tinha, de certa forma, a economia que precisava. Thomas Fuller diz que ele "negociava em geral bois, ovelhas, laticínios, grãos de todos os tipos, sem lucro"; que ele "espalhou seu pão com todo tipo de manteiga, mas ninguém gostava dele".

Morte

Tusser morreu em 3 de maio de 1580, com cerca de 55 anos. Uma inscrição incorreta em Manningtree, Essex, afirma que ele tinha 65 anos.
De acordo com a Pesquisa de Londres de John Stow , Cheape Ward, Thomas Tusser foi enterrado na igreja agora perdida de St Mildred, nas Aves. A inscrição na sua tumba era a seguinte:


St. Mildred, Poultry


"Aqui Jaz Thomas Tusser, vestido com a terra,
Isso em algum momento fez as afirmações de Husbandrie;
Por ele, então você aprende mais; aqui learne devemos,
Quando tudo está terminado, dormimos e transformamos em pó:
E, no entanto, através de Cristo, para o céu, esperamos ir;
Quem ler seus livros achará que sua fé era assim. "

O editor de Stow adiciona o seguinte epigrama em Tusser a partir de um volume chamado The More the Merrier (1608), de 'HP':

Ad Tusserum
"Tusser, eles dizem, quando você estava vivo,
Que tu, ensinando parcimônia, nunca poderás prosperar.
Então, como a pedra de amolar, muitos homens não costumam
Para afiar os outros, quando eles mesmos são bruscos. "

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
Fotos da Net
© Carlos Coelho