A morte de um ser fantástico
Quimera era uma criatura fantástica,
metade leão, metade cabra, com cauda de víbora, que trazia aterrorizando o
reino de Lícia.
Pela cabeça de leão cuspia
fogo, como se fosse um dragão; com a agilidade da cabra escapava a quem a
quisesse atingir; com o veneno da víbora matava quem se aproximasse. Para acabar
com esta ameaça o rei Ióbates pediu a Belorofonte, príncipe de Argos, que
destruísse Quimera. Para tal, Belorofonte precisava de montar Pégaso, o cavalo
alado, o que conseguiu com uma rédea de ouro que lhe foi dada pela deusa Atena.
Voando pelos ares na sua
nova montada, o príncipe atacou Quimera, enfiando pela boca de leão uma lança
cuja ponta tinha colocado uma bola de chumbo. As chamas que saíam da boca do
monstro derreteram o chumbo e queimaram as entranhas da Quimera que, desta
forma, teve uma morte horrível.
Belorofonte foi aclamado
herói. Recebeu a filha do rei em casamento e todas as pessoas comentavam a sua
bravura. Aos poucos, a vaidade foi-se apossando da criatura, que começou a
comparar-se aos deuses.
Resolveu então visitar o
Olimpo. Trajou-se a rigor, montou pégaso e fê-lo subir para além das nuvens. Já
estava perto da morada dos deuses quando Zeus resolveu castigar tanto orgulho e
atrevimento. O senhor do Olimpo soltou um moscardo, o qual picou Pégaso debaixo
da cauda. Com dor o cavalo escoiceou e deu pinotes até que Belorofonte
escorregou da sela e precipitou-se no vazio, acabando por se esmagar no solo.
Um simples moscardo tinha sido suficiente para por fim aquele a quem a vaidade
levara a pensar que se podia igualar aos deuses.
Fonte: Revista Domingo
Magazine
Texto/autor: Manuel Rosado
Foto da Net