terça-feira, 24 de outubro de 2023

Mulheres Lendárias

 De Catarina, A Grande, a Edith Piaf e Janis Joplin

Elas não viviam sem sexo

Várias mulheres lendárias usaram o poder e o fascínio que exerciam sobre as multidões para fazerem o que queriam… na cama.

(Rainha Isabel I de Inglaterra)

É mais fácil associarmos a sexo-dependência a um homem do que a uma mulher. Porém, um livro editado pela Cavalo de Ferro, revela como, desde o século XVI, algumas mulheres lendárias viveram a sexualidade de uma forma mais livre do que seria “próprio” da sua condição. O livro chama-se Sexodependentes – 21 Histórias de Mulheres Radicais e sintetiza as aventuras emocionais de, entre outras, Edith Piaf, Mata Hari, Janis Joplin, Simone du Beauvoir ou Isabel I de Inglaterra – a tal que ficou para a História como “a rainha virgem”. Apesar do título, Paula Izquierdo conta que só identificou duas mulheres viciadas no prazer sexual, um vício que, como qualquer outro, é destrutivo: Paulina Bonaparte (irmã de Napoleão) e Alma Mahler, amante de alguns dos maiores génios do século XX, como Klimt. As restantes não seriam dependentes, mas garante Izquierdo, “O sexo foi muito importante para todas elas.”

(Édith Piaf – Cantora)

Paula Izquierdo explica que estas pioneiras da emancipação eram privilegiadas: tinham poder. “Quanto mais poder tiveres, mais liberdade terás para fazer o que queres, em qualquer área, inclusive no campo sexual. Sempre foi assim e sempre será.”  E Exemplifica: “No caso das rainhas, eram elas quem mandava. Se alguém as confrontasse arriscava-se a perder a cabeça.” Outras usaram o sexo e sedução para alcançar o poder: “É a estratégia mais velha do Mundo. Cada um usa as suas armas para aceder ao poder.”

(Mata Hari – Bailarina)

Artistas emancipadas

Desde Mata Hari, que enlouquecia os homens com a dança do ventre, passando por Sarah Bernhardt, Isadora Duncan, Edith Piaf e Janis Joplin, muitas das mulheres sexualmente libertas retratadas neste livro eram artistas.  Admiradas por milhões, algumas como Piaf, tinham horror a estar sós e precisavam de se sentir desejadas. O mesmo acontecia com Janis joplin, cuja voz poderosa escondia uma personalidade recheada de complexos físicos que afogou em sucessivas orgias sexuais e químicas.

(Janis Joplin – Cantora)

Rainhas do Prazer

Elizabeth I (século XVI) nunca se casou por acreditar que unir-se a um príncipe estrangeiro tornaria a Inglaterra vulnerável. A “rainha virgem” na verdade manteve relações com vários súbditos, rendidos á sua beleza, inteligência e poder. Catarina a Grande, da Rússia, conquistou o trono ao marido e como este não lhe dava filhos, escolheu os amantes que lhe enfeitavam a alcova e asseguraram a descendência, entre a nobreza e o exército.

(Isadora Duncan – Bailarina)

Casos de Lesbianismo

Outras mulheres, como Simone de Boauvoir, Anais Nin ou Virgínia Wool, destacaram-se pela inteligência. Era-lhes fácil encontrar amantes entre os milhares de admiradores: “estavam rodeadas de homens e mulheres que lhes admiravam a personalidade e facilmente se tornavam seus amantes.”, analiza Izquierdo.

(Simone de Beauvoir – escritora)

Simone de Beauvoir manteve uma relação “aberta” com Jean Paul Sartre. Amavam-se, mas tinham amantes – muitos eram seus alunos – e nada escondiam um ao outro. Muitas vezes era Beauvoir quem “fornecia” amantes ao companheiro. Entre as mulheres que viveram no início do século XX, a bissexualidade e o lesbianismo eram frequentes.

(Catarina a Grande, da Rússia) 

Algumas, assumiam-se como lésbicas, algo raro da actualidade. Para Paula Izquierdo, ainda é mais fácil a um homem assumir que é gay, do que a uma mulher: “Em geral, as mulheres ocultaram sempre o desejo e a sexualidade. Hoje têm mais liberdade, mas no que diz respeito ao sexo, continua a haver mais tolerância para os homens. Em Espanha, por exemplo, enquanto alguns homens famosos já assumiram a sua homossexualidade, ainda nenhuma figura pública se assumiu como lésbica.

Fonte: Revista Nova Gente

Texto/autor: Anabela Pereira Fernandes

Fotos da Net

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