terça-feira, 31 de outubro de 2023

Halloween

 Espanta fantasmas

O Halloween, ou Dia das Bruxas, que até há pouco tempo não se celebrava em Portugal, tornou-se um sucesso também no nosso país, historicamente mais virado para os santos do que para os fantasmas. Fique a saber tudo sobre esta tradição que tem mais de dois mil anos. Doce ou travessura?

Para conhecer a história do Halloween, que entre nós se chama Dia das Bruxas, é preciso fazer uma viagem no tempo até há cerca de dois mil anos, quando o povo celta vivia onde é hoje a Inglaterra, a Irlanda, a França e também a Península Ibérica (os celtiberos). Os celtas comemoravam a passagem do ano de 31 de Outubro para 1 de Novembro, que era o seu dia de Ano Novo, quando acabava o verão e as colheitas fartas e começava o Inverno, frio e escuro. Os Druidas, que eram os sacerdotes celtas, acreditavam que nessa noite os fantasmas dos mortos regressavam á terra para tentarem «roubar» a comida e os corpos dos vivos, apoderando-se deles. Então, para os espantar, faziam grandes fogueiras, em redor das quais as pessoas se reuniam para se protegerem e ouvirem as adivinhações dos Druidas. A essa noite os Celtas chamavam Samhain.

Quando o cristianismo se tornou a religião dominante, estas tradições foram sendo adaptadas e no início do século VII a Igreja Católica estabeleceu o dia 1 de Novembro como o dia de Todos-os-Santos e, mais tarde, no século X, dedicou o dia 2 de Novembro à memória dos mortos, passando este a ser chamado Dia de Finados. Mas nem a entrada da Igreja em cena conseguiu apagar as tradições pagãs, antes pelo contrário.

Umas juntaram-se ás outras e a crença de que na noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro os mortos saíam á rua, á procura de almas para levar com eles, manteve-se a continuação e a agir-se em conformidade, claro.

As pessoas acendiam grandes fogueiras, mascaravam-se e saiam á rua umas com as outras, colocavam abóboras assustadoras e iluminadas ás janelas e até pratos de comida ou outras oferendas. Tudo servia para afastar os fantasmas assustando-os ou tentando satisfazer os seus caprichos. A verdade é que o medo as vezes também pode ser divertido e transformado em festa e parece que foi este o caso do Halloween.

Nos séculos XVIII e XIX, os colonos ingleses e irlandeses levaram a tradição com eles para os Estados Unidos da América e para o Canadá, onde o Dia das Bruxas sempre foi comemorado com grande entusiasmo. Hoje, quase todo o mundo foi contagiado por esse entusiasmo incluindo Portugal, onde até há pouco tempo esta festa não tinha grandes raízes. O que acontecia era que no dia 1 de Novembro, o Dia de Todos-os-Santos, de manhã bem cedo, as crianças saíam á rua em pequenos grupos para pedir o «pão por Deus». Iam pela vizinhança, a bater em todas as portas, e ao fim da manhã, se tivessem sorte, voltavam com os seus sacos de pano cheios de doces, fruta, bolinhos, bolachas, rebuçados, chocolates e,ás vezes até dinheiro! O que acaba por não ser muito diferente do «doce ou travessura» (trick or treat) da Noite das Bruxas, muito comum nos EUA, onde as crianças vão de casa em casa, mascaradas de criaturas assustadoras, perguntar: «Doce ou travessura?»

A tradição do Trick or treat tem origem nos duendes, que os antigos celtas acreditavam ser criaturas do mal que na noite de Halloween gostavam de pregar partidas (tricks) aos humanos. Para lhes agradar e evitar as suas maldades, as pessoas deixavam doces e fruta (treats) à porta das suas casas.

Fonte: Revista Terra do Nunca

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