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terça-feira, 5 de maio de 2020

Volkswagen carocha


O carro que marcou muitas gerações…
… chegou ao fim


Há setenta anos pela estrada fora
Depois de 70 anos na linha de montagem, o carro mais omnipresente do Mundo deixou de ser fabricado. O passado dia 10 de julho marcou o fim de um veículo que é, ainda hoje, muito mais do que isso!
Uma peça de ‘design’ intemporal!


Os puristas desta verdadeira pérola da mecânica ridicularizam o novo Beetle! Chamam-lhe tupperware, e perguntam como é que alguém consegue chamar carocha a um carro com motor a diesel, que nem se sabe se durará, sequer, seis anos? De facto, a tentativa de “reanimação” do modelo, por parte do fabricante, foi um sucesso no mercado norte-americano, mas um verdadeiro “fiasco” na Europa, o que os verdadeiros “carochistas” explicam pelo facto dos americanos não terem hipótese de conduzir o verdadeiro ícone da Volkswagen. 


Em 1971 foram exportadas, para os EUA, cinco milhões de unidades Thing (coisa) como lhe chamavam. Contudo, durante o auge do “sonho americano”, era considerado uma vergonha possuir um carro que gastasse apenas 13,5 litros aos 100 km/h. Contudo, desde o seu lançamento, o novo Beetle é uma espécie de adereço com que se identifica a maior parte da comunidade artística nova-iorquina. 


Porém, o grande enigma com que se deparam os adoradores do original é o seguinte: Se ficou provado que a refrigeração do motor do “velho” carocha, por via de uma ventoinha que trabalhava á mesma velocidade da rotação do motor, garantia longa vida ao veículo, porque é que passou a utilizar-se o sistema de radiador nas outras marcas? É simples: Os mecânicos precisam de trabalhar, o que equivale a dizer que não compensa aos fabricantes produzirem um carro cuja assistência seja rara ou mesmo inexistente. Isto vem provar que o ícone da marca alemã foi o último veículo a ser fabricado sem objectivos comerciais. 


O orgulho do “carochista” é possuir um veículo que, com 50 anos, é mais fiável do que qualquer outro, acabado de comprar. Infelizmente, reside aqui um fundo de verdade. Talvez por isso, a unidade fabril no México tenha produzido o último exemplar, que ficará em exposição na Alemanha.

Origem Negra

Estando em guerra iminente, o partido nazi retirou dos arquivos, em 1938, os planos de um veículo militar, o Kubelwagen, cabendo aos engenheiros da Porsche a criação de uma carroçaria suficientemente leve para garantir a mobilidade necessária. Nos testes realizados, o protótipo Typ 62 mostrou ser claramente superior aos pesados 4x4.


Quando exposto a temperaturas gélidas, o líquido de arrefecimento não congelava e, no deserto, não entrava em ebulição. Em 1939, já o definitivo Typ 82 estava pronto, sofrendo algumas alterações no decorrer da guerra, como a adição de amortecedores na direcção e o aumento da cilindrada, de 985 para 1,131 cm3.  Baptizado então como Kubel, foram produzidos mais de 50 mil carochas militares. Quando a segunda Grande Guerra terminou, a fábrica estava arrasada, mas o major Ivan Hirst, um oficial inglês, retomou a sua produção.


Durante a gerência deste, os fabricantes ingleses, franceses e ingleses ridicularizaram o projecto da Porsche, tendo Henry Ford, inclusivamente, recusado o mesmo, por considera-lo “sem futuro”. O controlo da fábrica passa, então, para o governo alemão e, em 1948, já como “carro do povo”, chegava-se ás 25 mil unidades anuais. A Volkswagen contribuiu, grandemente, para o reerguer alemão pós-derrota, empregando milhares de pessoas e tornou-se o maior angariador de divisas, devido á exportação. Como se calculará, este modelo tinha tudo para estar adstricto ao preconceito para com o regime nazi e ser, assim, indesejado. Mas não! A partir desta altura, o sucesso do “insecto com rodas” prolongou-se até aos nossos dias. Constituem, cada vez mais, heranças familiares e é um facto que muitos Beetles passaram de geração para geração, sempre a uso! Mais do que um carro, é um símbolo!

Fonte: Revista Ego
Texto: Nuno Miguel Dias
Fotos da Net
© Carlos Coelho