domingo, 10 de maio de 2020

Jorge Amado



O Capitão da areia

Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no sul do estado da Bahia. Foi o primeiro dos quatro filhos do fazendeiro de cacau João amado de Faria e de Eulália Leal Amado. Uma epidemia de varíola levou a família para Ilhéus, onde Jorge passou a maior parte da sua infância. Desde cedo, mostrou interesse e talento para as letras e com 10 anos criou um jornal chamado A Luneta que distribuía pelos vizinhos e familiares. Fez os estudos secundários no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em salvador. Aqui foi director de A Pátria, o jornal da escola, mas não demorou muito a fundar outro, que fazia concorrência ao primeiro e ao qual deu o título A Folha. Dos jornais escolares para os «verdadeiros» foi um saltinho e com 15 anos Jorge Amado já era jornalista do Diário da Bahia. Apesar de ter começado a trabalhar muito cedo, nunca deixou de estudar. O Curso de Direito levou-o ao Rio de Janeiro, cidade maravilhosa onde se envolveu mais profundamente com a escrita e com a política. Acabou o curso, mas nunca exerceu a profissão de advogado.


Preferiu escrever livros e lutar pelos direitos dos mais desfavorecidos. Em 1931, publicou o seu primeiro romance, O País do carnaval, a que se seguiu Cacau, em 1933. Estes seriam os primeiros dos muitos livros que escreveu durante uma longa vida cheia de prémios literários, doutoramentos honoris causa e outras distinções. Nos seus livros, cheios de humor, poesia, vida e personagens marcantes, estava a sua terra, as gentes do povo, os ricos e os pobres, as justiças e as injustiças. Tiveram tanto sucesso que foram traduzidos em várias línguas e muitos deles foram adaptados ao cinema e à televisão. Algumas das mais famosas novelas que passaram em Portugal partiram dos seus romances.


Depois de alguns anos conturbados em que esteve preso e exilado fora do Brasil, por pertencer ao partido Comunista Brasileiro, em representação do qual chegou a ser eleito membro da Assembleia Nacional constituinte do Brasil, pelo PCB, dedicou-se em 1955 inteiramente à escrita e pôs a actividade política em banho-maria. Casado em segundas núpcias com a escritora Zélia Gattai, com quem teve três dos seus quatro filhos, viveu uma vida feliz que terminou aos 88 anos, na cidade do seu coração: Salvador da Bahia.

Fonte: Revista Terra do Nunca
Texto: Maria Tapadinhas
Fotos da Net
© Carlos Coelho