O Capitão da areia
Jorge Amado nasceu a 10
de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no sul do estado da Bahia. Foi o
primeiro dos quatro filhos do fazendeiro de cacau João amado de Faria e de
Eulália Leal Amado. Uma epidemia de varíola levou a família para Ilhéus, onde
Jorge passou a maior parte da sua infância. Desde cedo, mostrou interesse e
talento para as letras e com 10 anos criou um jornal chamado A Luneta que distribuía
pelos vizinhos e familiares. Fez os estudos secundários no Colégio António
Vieira e no Ginásio Ipiranga, em salvador. Aqui foi director de A Pátria, o jornal
da escola, mas não demorou muito a fundar outro, que fazia concorrência ao
primeiro e ao qual deu o título A Folha. Dos jornais escolares para os
«verdadeiros» foi um saltinho e com 15 anos Jorge Amado já era jornalista do
Diário da Bahia. Apesar de ter começado a trabalhar muito cedo, nunca deixou de
estudar. O Curso de Direito levou-o ao Rio de Janeiro, cidade maravilhosa onde
se envolveu mais profundamente com a escrita e com a política. Acabou o curso,
mas nunca exerceu a profissão de advogado.
Preferiu escrever
livros e lutar pelos direitos dos mais desfavorecidos. Em 1931, publicou o seu
primeiro romance, O País do carnaval, a que se seguiu Cacau, em 1933. Estes seriam
os primeiros dos muitos livros que escreveu durante uma longa vida cheia de
prémios literários, doutoramentos honoris causa e outras distinções. Nos seus
livros, cheios de humor, poesia, vida e personagens marcantes, estava a sua
terra, as gentes do povo, os ricos e os pobres, as justiças e as injustiças. Tiveram
tanto sucesso que foram traduzidos em várias línguas e muitos deles foram
adaptados ao cinema e à televisão. Algumas das mais famosas novelas que
passaram em Portugal partiram dos seus romances.
Depois de alguns anos
conturbados em que esteve preso e exilado fora do Brasil, por pertencer ao
partido Comunista Brasileiro, em representação do qual chegou a ser eleito
membro da Assembleia Nacional constituinte do Brasil, pelo PCB, dedicou-se em
1955 inteiramente à escrita e pôs a actividade política em banho-maria. Casado em
segundas núpcias com a escritora Zélia Gattai, com quem teve três dos seus quatro
filhos, viveu uma vida feliz que terminou aos 88 anos, na cidade do seu
coração: Salvador da Bahia.
Fonte: Revista Terra do
Nunca
Texto: Maria Tapadinhas
Fotos da Net
© Carlos Coelho