segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Sicília

 Sicília

A outra Itália e o seu vulcão

A ilha que parece uma bola chutada pela «bota» continental tem uma imagem de marca que também passa por um dialecto nascido de várias línguas.

A maior ilha de Itália tem um dialecto só seu que surgiu de influências do árabe, do grego, do Inglês ou do lombardo, quer dizer, é um reflexo e memória de sucessivos encontros entre quem vivia na ilha e foi sendo exposto a sucessivas invasões.

(Vista do Vulcão Etna da Cidade de Catania.)

Os gregos fundaram na ilha a sua primeira colónia, em 743 a.C., seguidos pelos cartagineses, os romanos, os bizantinos, os árabes, os normandos, os suábios (alemães), os franceses da Casa de Anjou, os aragoneses, os italianos da casa de sabóia e de novo os espanhóis, já sobre a dinastia de Bourbon. Mas não é só a peculiaridade linguística que afirma a Sicília no imaginário até daqueles que nunca puseram o pé em nenhum lugar da actual Itália, cuja unificação só foi conseguida no século XIX.

A emigração para os Estados Unidos também serviu para exportar aquilo que se tornaria matéria-prima para as salas de cinema. A máfia e os seus jogos de poder e muito sangue são também uma imagem de marca de uma ilha que está longe de ser uma das menos modestas regiões de Itália.

Tirando esse facto, a Sicília tem ainda outra força poderosa sempre presente. Chama-se Etna e é um vulcão. Continuamente a ronronar, é uma tradição imperdível, que impõe admiração e, claro, respeitinho. Porque afinal, pode muito bem acontecer ele ter um súbito ataque de tosse quando o turista está ali perto, a admirar a sua respiração.

(Sicília, Palermo a Taormina: Monte Etna, Siracusa, Agrigento.)

Palermo, a capital, localizada na Costa Norte da ilha, é a maior cidade da Sicília e a quinta mais populosa de Itália (mais de um milhão de habitantes), depois de Roma, Milão, Nápoles e Turim. É também o principal centro cultural, histórico e económico da região.

(Cidade de Ragusa, Sicília)

Ragusa (classificada Património da Humanidade) e a muito mais conhecida.

(Cidade de Siracusa, Sicília)

Siracusa são duas outras cidades que fazem parte do roteiro quase obrigatório de quem, indo uma vez à Sicília, pode supor que aquela primeira visita será também a última.

Por toda a ilha há praias, e quem gosta de estender a toalha classificá-las-á de soberbas: de areia branca, de seixos, de rocha.

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

(Praia em Palermo: Mondello, Sícilia)

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

E pasta, evidentemente muita pasta ( as massas, em português).

E gelados, que toda a Itália é famosa por eles.

Peculiaridade que não constará nos manuais de História ou das maravilhas geográficas é o modo de condução dos sicilianos. O Código da estrada é assumido como uma espécie de sugestão de regras a cumprir, pelo que os traços contínuos estão gastos de tanto serem pisados. E como, se estivessem numa tarantela, os condutores olham-se nos olhos e sabem quando deve avançar ou parar: nos cruzamentos, os carros e as motos lá vão passando, quase sempre sem discussões ou buzinadelas. Tarantella é uma dança popular e composição musical de carácter vivo, caracterizada pela troca rápida de casais…

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

Fotos da net

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