terça-feira, 12 de maio de 2020

Apolo



O Deus da música

Apolo, um dos deuses mais adorado pelos gregos e a quem os romanos também prestaram culto, é fruto dos amores de Zeus pela titã Latona, à qual Hera – esposa do senhor Olimpo – mandou perseguir pela serpente Píton.
Latona deu á luz duas crianças muito belas, Artemisa e Apolo. Este, quando cresceu, partiu em busca de Píton, vindo a matar a serpente no bosque sagrado de Delfos, lugar onde os oráculos da Mãe Terra eram consultados. Apolo passou a ser o deus tutelar do oráculo, instituindo os Jogos Pítios em memória da sua vitória; as sacerdotisas que aí oficiavam passaram a chamar-se pitonisas. Apolo, é, por isso, um deus dos poderes proféticos, mas a sua representação mais comum, tangendo uma lira, liga-o principalmente à música.

Habitualmente associado à ordem e á razão, Apolo podia mostrar-se cruel e impulsivo. O orgulho pode ser o melhor dos músicos levava-o a considerar intolerável qualquer dúvida sobre as suas capacidades artísticas. Por isso, quando soube que o sátiro Mársias, o tocador de flauta, se considerava um músico sem igual, Apolo Chamou-o para um concurso.

As musas foram o juiz, mas depois de ouvirem ambos, não sabiam qual era o melhor. Apolo propôs então que repetissem a prova, desta vez com os instrumentos de pernas para o ar. Primeiro Apolo, com a lira invertida, tocou e cantou maravilhosamente; em seguida, o pobre sátiro bem tentou dar o seu melhor, mas era impossível tocar a flauta invertida e, ainda por cima, cantar ao mesmo tempo.

Não contente com a vitória obtida com tal estratagema, Apolo castigou a ousadia de Mársias mandando-o esfolar vivo. Assim acabavam aqueles que ousavam desafiar os deuses.

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
Texto : Manuel Rosado
Fotos da Net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O maravilhoso mundo das Borboletas



Primeiro é um ovo, depois uma lagarta, uma crisálida… e, no fim, uma borboleta!
As suas asas estão cobertas de escamas de cores que as protegem contra o frio.
A sua comida favorita é o néctar das flores. Conseguem-no libando, ou seja, sugando como loucas em cima das flores.
Têm olhos compostos – com montes de olhinhos microscópicos – E vêem em todas as direcções. No entanto são míopes!


Na mitologia grega as asas das borboletas simbolizam a eternidade.

Fonte: Revista Ragazza
Fotos da Net
© Carlos Coelho

domingo, 10 de maio de 2020

Jorge Amado



O Capitão da areia

Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no sul do estado da Bahia. Foi o primeiro dos quatro filhos do fazendeiro de cacau João amado de Faria e de Eulália Leal Amado. Uma epidemia de varíola levou a família para Ilhéus, onde Jorge passou a maior parte da sua infância. Desde cedo, mostrou interesse e talento para as letras e com 10 anos criou um jornal chamado A Luneta que distribuía pelos vizinhos e familiares. Fez os estudos secundários no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em salvador. Aqui foi director de A Pátria, o jornal da escola, mas não demorou muito a fundar outro, que fazia concorrência ao primeiro e ao qual deu o título A Folha. Dos jornais escolares para os «verdadeiros» foi um saltinho e com 15 anos Jorge Amado já era jornalista do Diário da Bahia. Apesar de ter começado a trabalhar muito cedo, nunca deixou de estudar. O Curso de Direito levou-o ao Rio de Janeiro, cidade maravilhosa onde se envolveu mais profundamente com a escrita e com a política. Acabou o curso, mas nunca exerceu a profissão de advogado.


Preferiu escrever livros e lutar pelos direitos dos mais desfavorecidos. Em 1931, publicou o seu primeiro romance, O País do carnaval, a que se seguiu Cacau, em 1933. Estes seriam os primeiros dos muitos livros que escreveu durante uma longa vida cheia de prémios literários, doutoramentos honoris causa e outras distinções. Nos seus livros, cheios de humor, poesia, vida e personagens marcantes, estava a sua terra, as gentes do povo, os ricos e os pobres, as justiças e as injustiças. Tiveram tanto sucesso que foram traduzidos em várias línguas e muitos deles foram adaptados ao cinema e à televisão. Algumas das mais famosas novelas que passaram em Portugal partiram dos seus romances.


Depois de alguns anos conturbados em que esteve preso e exilado fora do Brasil, por pertencer ao partido Comunista Brasileiro, em representação do qual chegou a ser eleito membro da Assembleia Nacional constituinte do Brasil, pelo PCB, dedicou-se em 1955 inteiramente à escrita e pôs a actividade política em banho-maria. Casado em segundas núpcias com a escritora Zélia Gattai, com quem teve três dos seus quatro filhos, viveu uma vida feliz que terminou aos 88 anos, na cidade do seu coração: Salvador da Bahia.

Fonte: Revista Terra do Nunca
Texto: Maria Tapadinhas
Fotos da Net
© Carlos Coelho

sábado, 9 de maio de 2020

Orquídeas


São das plantas mais apreciadas em todo o mundo.


Existem diferentes espécies e a sua beleza e simplicidade faz com que se tornem verdadeiros objectos de decoração.


Cuidados

As orquídeas não devem ser expostas directamente à luz solar, porque dão-se melhor com a sombra. Podem ser cultivadas em jardins, sob árvores ou telhados, ou na varanda de um apartamento.


Se as folhas estiverem amareladas significa que estão expostas a excesso de luz e se estiverem verdes escuras quer dizer que estão a ser submetidas a iluminação suficiente. A maior parte das orquídeas tolera diferentes temperaturas, mas a ideal ronda os 25 graus, sendo que devem ficar protegidas do vento.

Cultivo

Use vasos de barro ou de plástico de tamanho médio e opte por uma mistura que possibilite boa drenagem. Adube as plantas, de duas em duas semanas, mas saiba que pode suspender a adubação durante os meses de Outono e Inverno.


Regue apenas quando a terra estiver seca, já que as orquídeas vivem melhor com a falta de água do que com excesso, que pode mesmo ser prejudicial. Estas plantas adaptam-se bem a condições adversas de humidade, mas em zonas secas devem ser borrifadas com água regularmente.

Pragas e Doenças

Se as orquídeas tiverem arejamento e iluminação, dificilmente estarão sujeitas a pragas ou doenças. Caso contrário, podem surgir pulgões e cochonilhas. Estes podem eliminar-se com produtos adequados. Já as plantas excessivamente regadas podem ter fungos e bactérias. 


Contudo, poderá combater essas pragas com insecticidas, fungicidas ou bactericidas que se encontram á venda no mercado. Siga as instruções de utilização do produto e pulverize regularmente as plantas, como forma de prevenção.



Fonte: Revista Correio Mulher /Plantas
Fotos de: Carlos Coelho
© Carlos Coelho

sexta-feira, 8 de maio de 2020

César



César
101 – 44 antes de J. C.
Magistrado supremo da Républica romana, encarregado, em circunstancias extraordinárias, de substituir os dois cônsules e possuído por um poder absoluto, o Ditador ficou com o seu nome no vocabulário corrente, para designar todo aquele que, general vitorioso, presidente da Républica, ministro ou simples particular, se arvorou com plenos poderes ou os recebeu dos corpos constituídos, para governar o Estado.

César, o grande predecessor, o modelo e o inspirador de todos os ditadores que apareceram depois dele. Foi homem de génio, e sob todos os aspectos: militar, político, oratório, literário. Ambicioso, até ao ponto de não admitir que fosse o segundo em Roma; aristocrata por nascimento, por natureza e por carácter, mas democrata por cálculo até à demagogia, afasta-se do partido conservador onde só vê rivais, e volta-se para o povo que cumula de favores, para os soldados, a quem causa extraordinária admiração. Junta vitórias sobre vitorias em todos os campos de batalhas do mundo antigo e nas questões da política. Um chefe que vem acabar somente pelo assassinato.
Quando, em 78, a morte de Sila lhe deixou o campo livre, sobe ao poder, solicita, umas após outras, todas as funções, empregando para as obter todos os meios, mesmo os bons. Tribuno dos soldados, consegue a simpatia dos tribunos do povo.

Questor em Espanha, não perde o seu tempo; voltando para Roma, vai pacificar algumas colónias latinas que pretendiam revoltar-se. Não abandona, todavia, o caminho legal: torna-se sucessivamente edil, soberano pontífice, pretor e, como chefe da justiça, instruir com brandura o processo da conjuração Catilina. O pretoriado levou-o a um governo de província, pelo que foi para Espanha. Ao voltar a Roma, para entrar no consulado, aproxima-se dos chefes do partido conservador, casa com Calpúrnia em quartas núpcias, entrando assim na família patrícia dos Pisões; tornou Pompeu seu genro, casando-o com a sua filha Júlia; alia-se com Crassus, o rico banqueiro.

Em 59 é nomeado cônsul, parece ter ganho a partida. Consegue afastar Bìbulos, seu colega, e passa a governar, de facto, como ditador. Jogos, distribuições de trigo, concessões de terras, confirmam as suas mãos largas para o povo. Mas a oposição começou a guerreá-lo, obrigando-o, depois do seu consulado, a aceitar o governo da Gália latina. Então, exorbitando do seu poder, empreende e consegue a conquista de Gália transalpina, entra na Grã-Bretanha, passa para além do Reino; depois, quando estava senhor de tropas que lhe eram devotadas e de despojos que o haviam tornado prodigiosamente rico, tira a máscara e, como resposta às censuras do Senado, passa o Rubicão, apequena ribeira limite da Itália propriamente dita, que era interdito transpor a qualquer general com as suas tropas.


Legionário romano, com a adaga rectangular, o gládio e a lança

Ao terem conhecimento dessa nova, o Senado, os cônsules, Pompeu, põem-se em fuga; em menos de sessenta dias, César esta senhor de Itália. Começa então uma assombrosa série de vitórias: vence os lugares-tenentes de Pompeu em Espanha, o próprio Pompeu na Grécia (Farsália); e catão, que representava a última esperança do Partido Republicano, é batido em África: entrando novamente em Roma, recebe, com as honras do triunfo, a ditadura por dez anos. Uma última Victória sobre o filho de Pompeu, e fica ditador para toda a vida.Legionário romano, com a adaga rectangular, o gládio e a lança
O primeiro destes títulos torna-o chefe da república. Pertenciam-lhe, com efeito, como principais prerrogativas, além do poder tribunício, o comando único e permanente de todas as legiões; o direito de declarar a guerra e de fazer a paz; o de indicar os governadores das províncias pretorianas, mesmo das mais importantes; o de nomear os magistrados curules; o de ser o primeiro a falar nas sessões do Senado; o de presidir aos jogos, o que era uma inapreciável dignidade, etc.
Acessoriamente, o vencedor de Gália e de Pompeu foi considerado como um semi-deus. Mostra-o uma inscrição gravada no Capitólio, junto da sua estátua, em frente da de Júpiter.

Não parece que a ditadura por toda a vida acrescentasse ao seu poder mais nada que uma maior duração. Entretanto o Senado, ainda faz melhor; desapossa-se, em seu favor, da administração do erário publico, proclama-o o Pai da Pátria e tem a honra de organizar a sua guarda particular. Todo o estado, decididamente, se resume a ele.
No decorrer dos dois breves anos (46-44) em que o deixaram em sossego os seus inimigos políticos, manifesta-se um hábil administrador. Agricultura, colonização, justiça, obras-publicas, a tudo presta atenção, tudo dirige com tanta competência como a que manifestara na guerra.

Às honras que lhe concediam respondia ele com liberalidades para o povo e para os soldados; aos veteranos que lhe pediam para repousar das fadigas da guerra, concede-lhes tratos de terra para cultivarem; a todos os legionários, prémios, aumentos de sôldo; dos sem-trabalho faz colonos das regiões conquistadas; aos seus inimigos políticos concede uma generosa amnistia…


Local onde Julio César foi assassinado

Mas nada faz desarmar o ódio de certos adversários, ambiciosos e insaciáveis. Aqueles a quem César tudo perdoara, não lhe perdoam; e nos idos de março, em plena sessão do Senado, foi raivosamente atravessado por vinte e três punhaladas, pelos mesmos que julgava serem seus amigos.

Fonte: Almanaque Lello / 1934
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© Carlos Coelho

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Margarida Maria Alacoque


Margarida Maria de Alacoque VSM (Verosvres, 22 de julho de 1647 - Paray-le-Monial, 17 de Outubro de 1690) foi uma Monja Visitandina, Mística, Santa Católica e a famosa vidente do Sagrado Coração de Jesus.


A aparição do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria de Alacoque em Paray-le-Monial.

Vida

Margarida nasceu no dia 22 de julho de 1647 em Verosvres, na Borgonha (França). O seu pai, Claudio de Alacoque, juiz e tabelião, morreu quando Margarida era ainda  muito jovem. Após a morte do pai, foi morar com o tio, Toussant. Ela e a mãe, Felizberta de Alacoque sofreram com essa mudança. Margarida conheceu então a humilhação da necessidade, tendo vivido ao capricho dos parentes pouco generosos e nada propensos a consentir que ela realizasse o seu desejo de fechar-se no convento.


Pintura com a Beata Maria do Divino Coração e Santa Margarida Maria de Alacoque em adoração ao Sagrado Coração de Jesus.

Recebeu a comunhão aos nove anos e aos 22, a confirmação, para a qual quis preparar-se com confissão geral. (Ficou quinze dias a preparar-se, e foi escrevendo num caderninho a grande lista dos seus pecados e faltas, para ler depois ao confessor).
Na festividade de São João Evangelista de 1673, uma moça de vinte e cinco anos, irmã Margarida Maria, recolhida em oração diante do Santíssimo Sacramento, teve o singular privilégio da primeira manifestação visível de Jesus, que se repetiria por outros dois anos, todas as primeiras sextas-feiras do mês.
Em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus manifestou-se-lhe com o peito aberto e, apontando com o dedo seu coração, exclamou:

"Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles".

Margarida já fazia um ano que vestia o hábito religioso das monjas da Ordem da Visitação de Santa Maria em Paray-le-Monial. No último período da sua vida, foi nomeada mestra das noviças. Teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e viu os próprios opositores de outrora transformarem-se.

Paray-le-Monial é uma comuna francesa na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, no departamento Saône-et-Loire. Estende-se por uma área de 25,21 km², (densidade: 361,2 hab./km²).

Esta localidade tornou-se num importante centro de peregrinação cristã devido às famosas aparições de Jesus a Santa Margarida Maria de Alacoque, uma freira da Ordem da Visitação de Santa Maria. Em torno do mosteiro onde viveu a religiosa ergue-se, hoje em dia, uma imponente Basílica dedicada ao culto do Sagrado Coração de Jesus.
Leão XIII, em 1889, consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e o Papa Pio XII, meio século depois, em suas encíclicas, recomendou esta devoção que nos leva ao encontro do Coração Eucarístico de Jesus. Ainda antes, em 1856, o Papa Pio IX já prescrevia a festa, que já era uma tradição franciscana, para toda a Igreja.

Festa litúrgica       16 de outubro

Padroeira    aqueles que sofrem com poliomielite, os devotos do Sagrado Coração de Jesus, a perda de pais.

Faleceu em 17 de Outubro de 1690, aos 43 anos de idade.

Foi canonizada pelo Papa Bento XV em 1920, mas a data da sua festa foi antecipada por um dia para não coincidir com a de Santo Inácio de Antioquia.

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© Carlos Coelho

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Burj Dubai


Burj Dubai
Edifício mais alto do Mundo


O Burj Dubai tem mais de 800 metros de altura e pode ser avistado a quase cem quilómetros de distância. Imponente!
Começou a ser construído em 2004, o Burj Dubai (que quer dizer Torre Dubai) foi inaugurado, no passado 4 de janeiro de 2010 e tornou-se o edifício mais alto do Mundo. Duas vezes maior que o Empire State Building, de Nova Iorque, o Burj Dubai ergue-se entre o deserto e o mar e é o elemento central do novo bairro Downtown Burj Dubai, um gigantesco projecto avaliado em quase 14 mil milhões de euros, que inclui 30 mil apartamentos e o maior Centro comercial do planeta. 


Centro comercial Dubai Mall

Para além da altura imponente, os ventos fortes do Dubai foram o maior desafio arquitectónico, pois, no topo, podem atingir uma velocidade de 150 quilómetros por hora.
A inauguração do edifício mais alto do Mundo coincidiu com o quarto aniversário da tomada de posse do xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, cuja família controla o Dubai desde 1833. Mais de seis mil pessoas foram convidadas para assistir à cerimónia, vedada ao público, onde não faltou fogo de artifício, fontes musicais e espectáculos de luz e som.

Números curiosos

818 metros é a altura do edifício.
160 é o número de pisos da Burj Dubai.
28 mil painéis de vidro forram o exterior da torre.
330 mil metros cúbicos de cimento e mais de 31 mil toneladas de aço foram usados na construção.
12 mil trabalhadores, na sua maioria emigrantes, estiveram envolvidos na construção da Burj Dubai.
26 mil euros é o preço de cada metro quadrado.

Fonte: Revista Maria / Andreia Campos
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© Carlos Coelho

terça-feira, 5 de maio de 2020

Volkswagen carocha


O carro que marcou muitas gerações…
… chegou ao fim


Há setenta anos pela estrada fora
Depois de 70 anos na linha de montagem, o carro mais omnipresente do Mundo deixou de ser fabricado. O passado dia 10 de julho marcou o fim de um veículo que é, ainda hoje, muito mais do que isso!
Uma peça de ‘design’ intemporal!


Os puristas desta verdadeira pérola da mecânica ridicularizam o novo Beetle! Chamam-lhe tupperware, e perguntam como é que alguém consegue chamar carocha a um carro com motor a diesel, que nem se sabe se durará, sequer, seis anos? De facto, a tentativa de “reanimação” do modelo, por parte do fabricante, foi um sucesso no mercado norte-americano, mas um verdadeiro “fiasco” na Europa, o que os verdadeiros “carochistas” explicam pelo facto dos americanos não terem hipótese de conduzir o verdadeiro ícone da Volkswagen. 


Em 1971 foram exportadas, para os EUA, cinco milhões de unidades Thing (coisa) como lhe chamavam. Contudo, durante o auge do “sonho americano”, era considerado uma vergonha possuir um carro que gastasse apenas 13,5 litros aos 100 km/h. Contudo, desde o seu lançamento, o novo Beetle é uma espécie de adereço com que se identifica a maior parte da comunidade artística nova-iorquina. 


Porém, o grande enigma com que se deparam os adoradores do original é o seguinte: Se ficou provado que a refrigeração do motor do “velho” carocha, por via de uma ventoinha que trabalhava á mesma velocidade da rotação do motor, garantia longa vida ao veículo, porque é que passou a utilizar-se o sistema de radiador nas outras marcas? É simples: Os mecânicos precisam de trabalhar, o que equivale a dizer que não compensa aos fabricantes produzirem um carro cuja assistência seja rara ou mesmo inexistente. Isto vem provar que o ícone da marca alemã foi o último veículo a ser fabricado sem objectivos comerciais. 


O orgulho do “carochista” é possuir um veículo que, com 50 anos, é mais fiável do que qualquer outro, acabado de comprar. Infelizmente, reside aqui um fundo de verdade. Talvez por isso, a unidade fabril no México tenha produzido o último exemplar, que ficará em exposição na Alemanha.

Origem Negra

Estando em guerra iminente, o partido nazi retirou dos arquivos, em 1938, os planos de um veículo militar, o Kubelwagen, cabendo aos engenheiros da Porsche a criação de uma carroçaria suficientemente leve para garantir a mobilidade necessária. Nos testes realizados, o protótipo Typ 62 mostrou ser claramente superior aos pesados 4x4.


Quando exposto a temperaturas gélidas, o líquido de arrefecimento não congelava e, no deserto, não entrava em ebulição. Em 1939, já o definitivo Typ 82 estava pronto, sofrendo algumas alterações no decorrer da guerra, como a adição de amortecedores na direcção e o aumento da cilindrada, de 985 para 1,131 cm3.  Baptizado então como Kubel, foram produzidos mais de 50 mil carochas militares. Quando a segunda Grande Guerra terminou, a fábrica estava arrasada, mas o major Ivan Hirst, um oficial inglês, retomou a sua produção.


Durante a gerência deste, os fabricantes ingleses, franceses e ingleses ridicularizaram o projecto da Porsche, tendo Henry Ford, inclusivamente, recusado o mesmo, por considera-lo “sem futuro”. O controlo da fábrica passa, então, para o governo alemão e, em 1948, já como “carro do povo”, chegava-se ás 25 mil unidades anuais. A Volkswagen contribuiu, grandemente, para o reerguer alemão pós-derrota, empregando milhares de pessoas e tornou-se o maior angariador de divisas, devido á exportação. Como se calculará, este modelo tinha tudo para estar adstricto ao preconceito para com o regime nazi e ser, assim, indesejado. Mas não! A partir desta altura, o sucesso do “insecto com rodas” prolongou-se até aos nossos dias. Constituem, cada vez mais, heranças familiares e é um facto que muitos Beetles passaram de geração para geração, sempre a uso! Mais do que um carro, é um símbolo!

Fonte: Revista Ego
Texto: Nuno Miguel Dias
Fotos da Net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Wilhelm Conrad Röntgen

(Prémio Nobel da Física 1901)



Wilhelm Conrad Röntgen (Lennep, 27 de março de 1845 — Munique, 10 de fevereiro de 1923) foi um físico e engenheiro mecânico alemão. Em 8 de novembro de 1895, produziu e detectou radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados raios-X.
Por essa descoberta recebeu o seu primeiro Nobel de Física, em 1901. Em 2004, em reconhecimento a seus feitos científicos, a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) nomeou o elemento químico 111 de roentgênio.

Primeiros anos e educação

Wilhelm nasceu em 1845 em Lennep, uma província alemã no baixo Reno. Era filho único de mãe holandesa, Charlotte Constanze Frowein, e pai alemão, comerciante e tecelão. Estudou em Utrecht, na Holanda, para onde a família se mudou quando Wilhelm tinha 3 anos de idade. As suas notas eram regulares, dentro da média, mas ele apresentou uma curiosidade para as ciências naturais, gostando de passear pelos bosques da cidade.

Casa onde nasceu Roentgen, em Remscheid-Lennep

Também gostava de mecânica, criou intrincados mecanismos, algo pelo qual manteve a prática na vida adulta. Em 1862, entrou na escola técnica de Utrecht, de onde foi injustamente expulso por ter feito uma caricatura de um de seus professores, que na verdade fora feito por outro colega.
Sem um diploma de ensino médio, ele só pode cursar a universidade como visitante. Em 1865, tentou ingressar na Universidade de Utrecht sem a documentação necessária para ser matriculado como aluno regular. Depois de saber que ele poderia ingressar no instituto politécnico de Zurique e de ser aprovado na admissão, ele passou a cursar engenharia mecânica.
Como aluno em Zurique, estudou com August Kundt e Rudolf Clausius, que foram duas grandes influências em seu trabalho. Em 1869, obteve o Ph.D., pela Universidade de Zurique, onde estudou mais uma vez com Kundt, que seguiu até a Universidade de Estrasburgo.

Vida pessoal

Em 19 de janeiro de 1872, Wilhelm casou-se com Anna Bertha Ludwig (1839-1919), sobrinha do poeta Otto Ludwig, em Apeldoorn, na Holanda. Os dois namoravam desde os tempos de estudante de Wilhelm em Zurique. O casal não teve filhos, mas em 1887 eles adoram Josephine Bertha Ludwig, então com 6 anos de idade, filha do único irmão de Anna. Anna morreu em 1919, apenas 4 anos antes do marido.

Carreira

Em 1874, ingressou como professor assistente na Universidade de Estrasburgo e em 1875 tornou-se professor titular de agricultura na Universidade de Hohenheim. No ano seguinte voltou para Estrasburgo como professor titular de física, mas três anos depois aceitou a cadeira de Física na Universidade de Giessen. Por várias vezes, Wilhelm recusou vagas semelhantes em outras universidades, até que aceitou a proposta da Universidade de Würzburgo em 1888. Em 1899 recusou a cadeira de física na Universidade de Leipzig, mas em 1900 aceitou a mesma cadeira na Universidade de Munique depois de um pedido especial feito pelo governo da Baviera, para substituir o professor Eugen von Lommel.
Wilhelm ficou na Universidade de Munique pelo resto da vida, tendo recusado a direção do Physikalisch-Technische Bundesanstalt (PTB) e a cadeira de física da Academia das Ciências de Berlim. Wilhelm tinha família vivendo em Iowa, nos Estados Unidos e tinha planos para imigrar. Chegou a aceitar um cargo na Universidade Colúmbia, em Nova Iorque e chegou a comprar as passagens de navio, quando a eclosão da Primeira Guerra Mundial atrapalhou os seus planos e ele acabou por permanecer em Munique até o fim da vida.
O seu primeiro trabalho foi publicado em 1870, falava sobre o ponto de aquecimento específico de gases. Alguns anos depois, publicou um trabalho sobre a condutividade térmica dos cristais. Estudou características eléctricas do quartzo, a influência da pressão nos índices de refração de vários fluídos, a modificação dos planos da luz polarizada por influências eletromagnéticas, variações de temperatura e de compressão da água e de outros fluídos e o fenômeno que se segue após o espalhamento de gotas de óleo na água.

Os raios-X

Placa na entrada do Museu Röntgen

Em 1895, Wilhelm testava equipamentos desenvolvidos pelos seus colegas Heinrich Hertz, Johann Wilhelm Hittorf, William Crookes, Nikola Tesla e Philipp Lenard, quando foi atingido por uma descarga elétrica. No início de novembro, ele estava a repetir uma experiência com um dos tubos de Lenard em que uma fina camada de alumínio foi adicionada para permitir que os raios catódicos saíssem do tubo, mas uma cobertura de papelão foi adicionada para proteger o alumínio de danos causados pelo forte campo eletrostático que produzia os raios catódicos. Ele sabia que a cobertura de papelão evitava que a luz escapasse, mas Wilhelm observou que os raios invisíveis causavam um efeito fluorescente em uma pequena tela de papelão pintada com platinocianeto de bário quando era colocado próximo à janela alumínio. Wilhelm percebeu que o tubo Crookes-Hittorf, que tinha uma parede de vidro muito mais espessa do que o tubo Lenard, também poderia causar esse efeito fluorescente.

Aparelho de Roentgen, em 1937.

Em 8 de novembro de 1895, Wilhelm estava determinado a testar sua ideia. Ele cuidadosamente construiu uma camada de papelão preta semelhante à que ele havia usado no tubo de Lenard. Cobriu o tubo de Crookes-Hittorf com o papelão e conectou os electrodos a uma bobina de indução para gerar uma carga eletrostática. Antes de montar a tela de platinocianeto de bário para testar sua ideia, Wilhelm escureceu a sala para testar a opacidade de sua capa de papelão. Ao passar a carga da bobina através do tubo, Wilhelm determinou que a tampa estava protegida da luz e preparou o próximo passo do experimento. Foi quando ele notou um brilho fraco vindo de um banquinho há poucos metros do tubo. Para se certificar, ele tentou várias descargas, vendo o mesmo brilho todas as vezes. Ele então descobriu que o brilho vinha da tela de platinocianeto de bário que ele pretendia usar em seguida.
Wilhelm se perguntava que tipo de raio estaria por trás do brilho. O dia 8 de novembro era uma sexta-feira, então ele aproveitou o final de semana para repetir seus experimentos e fazer anotações. Nas semanas seguintes, ele praticamente viveu dentro do laboratório para investigar as propriedades dos novos raios que descobriu, que apelidou temporariamente de "raios-X", usando a notação matemática ("X") para o desconhecido. Em vários idiomas, os novos raios levariam seu nome.
Em um determinado momento, enquanto investigava a capacidade de vários materiais de deter os raios, Wilhelm colocou um pequeno pedaço de chumbo em posição enquanto a descarga acontecia. Wilhelm viu então a primeira imagem radiográfica, seu próprio esqueleto cintilando na tela de platinocianeto de bário. Mais tarde, ele relatou que foi nesse ponto que decidiu continuar seus experimentos em sigilo, porque temia por sua reputação profissional se suas observações estivessem erradas.

O artigo original de Wilhelm, Ueber Eine Neue Art von Strahlen ("Sobre uma nova espécie de Raios"), foi publicado 50 dias depois, em 28 de dezembro de 1895. Em 5 de janeiro de 1896, um jornal austríaco relatou a descoberta, por Wilhelm, de um novo tipo de radiação. Após a descoberta dos raios-X, Wilhelm recebeu o título de Doutor Honorário em Medicina, da Universidade de Würzburgo.


Universidade de Würzburgo

Entre 1895 e 1897, ele publicou três artigos a respeito dos raios-X, cuja tradução para o português pode ser vista nos links externos. Até os dias atuais, nenhuma das suas conclusões foi considerada falsa. Atualmente, Wilhelm Röntgen é considerado o pai da Radiologia de Diagnóstico – a especialidade médica que utiliza imagem para o diagnóstico de doenças.
Devido à sua descoberta, Röntgen foi laureado com o primeiro Nobel de Física, em 1901. O prêmio foi concedido "em reconhecimento aos extraordinários serviços que a descoberta dos notáveis raios que levam seu nome possibilitaram". Röntgen doou a recompensa monetária à sua universidade, convicto de que a ciência deve estar ao serviço da humanidade e não do lucro. À semelhança da escola científica alemã da época, e, da mesma forma que Pierre Curie faria vários anos mais tarde, rejeitou registrar qualquer patente relacionada à sua descoberta.

Morte


Wilhelm Röntgen morreu em Munique, a 10 de fevereiro de 1923, devido a um carcinoma, aos 77 anos. Atendendo ao seu pedido, ele foi sepultado no túmulo da família em Gießen, onde sua mulher Anna também tinha sido enterrada.



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© Carlos Coelho