quinta-feira, 23 de abril de 2020

1 – Grã- Bretanha

Centro urbano tão populoso como Portugal, o Grande Londres cobre uma área de quase dois mil quilómetros quadrados. Do alto da Torre do Correio, de 180 metros de altura, concluída em 1966, avalia-se bem o «peso» desta cidade.


Duas horas depois de ter chegado a Londres, vi a Rainha e o seu marido. Por coincidência dirigi-me a Piccadilly e, perto desta praça estava muita gente ao longo dos passeios. Informado do que se passava, aproximei-me do cinema onde ia ter lugar a «première» do filme Chitty-Chitty, Bang-Bang. É que o 1º. Casal inglês ia assistir à estreia desta pelicula. Sem dificuldade pude ver a Rainha sair do seu «Rolls Royce» logo seguida do duque de Edimburgo. Ambos sorridentes, acenaram e entraram no Cinema.
O «passe» turístico para uma semana facilita ao recém-chegado percorrer de metropolitano e de autocarro qualquer linha dos «Transportes Londrinos». Onde o turista mais cedo ou mais tarde tem de passar é em Piccadilly Circus – pequena praça que apresenta um dos problemas de tráfego mais difíceis. Um outro ponto que embaraça muito a circulação é o cruzamento da rua Oxford com a rua do Regente. São duas artérias que centralizam elegantes armazéns onde os compradores são aos milhares e onde a circulação é contínua.

WHITEHALL


A larga avenida que une o parlamento à praça de Trafalgar é conhecida pelo nome de Whitehall. É nesta artéria que se encontram a Casa da Guarda Real, os Ministérios e o começo da Downing Street. No nº. 10 desta pequena rua está a residência oficial do Primeiro Ministro. Foi nesta casa, durante os anos da última guerra que Sir Winston Churchill arcou com o peso da responsabilidade que teria vergado qualquer outro homem.

O PARLAMENTO


Outrora um Palácio Real, o edifício do Parlamento é a sede do Governo e o coração da Comunidade Britânica. Destruído pelo fogo em 1834, foi mais tarde reconstruído. Em 1941 apenas a Câmara dos Comuns foi destruída durante um bombardeamento. O mobiliário da sala, que se resume e longos bancos em volta da sala e uma grande mesa ao meio, não mostra nenhuma riqueza.
Pelo contrário, a enorme sala de Câmara dos Lords, de estilo gótico, está magnificamente decorada. É aqui que está o trono onde o monarca inglês se senta para assistir a reuniões que por vezes decidem o bom ou o mau futuro do reino. Quando qualquer destas duas Câmaras está reunida, os visitantes não têm aqui acesso.

ABADIA DE WESTMINSTER


Não existe na Grã-Bretanha lugar mais histórico do que a Abadia de Westminster. Desde o tempo de Guilherme o Conquistador, em 1066, todos os reis e rainhas de Inglaterra, com excepção de Eduardo V e Eduardo VII, foram coroados nesta Abadia e muitos deles estão aqui sepultados. O trono da coroação data do Seculo XIV; é um velho cadeirão, feio, de cor escura.
No tesouro da Abadia estão expostas cartas escritas desde 1374. Joana, princesa de Gales e mão do rei Ricardo II pede, por carta escrita em 12 de setembro de 1377 ao abade do convento de Westminster, seis carvalhos para plantar na sua quinta de Bushey. O original, escrito em normando-francês, está impercetível, mas através de uma fotografia sob os raios ultravioletas foi possível conhecer o seu conteúdo. Também está uma carta da futura rainha Maria Tudor a «sangrenta», escrita a seu pai Henrique VIII, em 1540. Outras cartas do tempo de Henrique V e de Ricardo III, escritas a membros de família real e eclesiásticos, enchem as várias vitrinas desta sala de pedra fria.
Também está exposto um documento, dando determinadas ordens, com a assinatura de Nelson. Ao lado está um livro de escrituração comercial que pertenceu ao chapeleiro de Nelson, aberto no fólio da conta do grande Cabo-de-mar com uma quantia devedora por saldar.

MUSEU WELLINGTON


Neste museu está exposto, em muitos retratos, o do nosso rei D. João VI, do tamanho de dois metros por um metro e trinta centímetros. Ao lado, outros de oficiais do exército português do tempo das invasões francesas.
Artur Wellesley, mais conhecido por Duque de Wellington, foi o general vitorioso de Waterloo. Ele viveu nesta casa que encheu com tesouros trazidos das suas campanhas. O seu túmulo está na catedral de S. Paulo, na «City». Uma colecção de quadros, porcelanas, pratos e louças enchem a sete salas do edifício.

TORRE DE LONDRES


À beira do Tamisa, esta antiga prisão real é um belo exemplo de fortaleza medieval. Construída há mil anos, foi durante séculos um lugar de intrigas de Estado e de assassinatos reias. No local chamado Torre Verde, ainda está assinalado o lugar onde fora erguido o cadafalso em que foram executadas Ana Bolena, catarina Howard e outras.
As Joias da Coroa, compostas pelos maiores brilhantes no mundo, estão guardadas numa funda cave com portas blindadas de aço de 40 centímetros de espessura.

MUSEU DA MARINHA


É em Greenwich, a poucos quilómetros a leste de Londres, que está o Observatório Real por onde passa o Meridiano Zero.


Junto do molhe de Greenwich, em terra seca, está exposto ao público o Cutty Sark, último veleiro dos que transportava chá do Oriente.
O museu da Marinha apresenta centenas de miniaturas dos modelos de barcos, de pinturas e de relíquias que ilustram a história da Marinha Britânica.

MUSEU BRITÂNICO


Para se ter uma impressão, mesmo sumária, do museu Britânico deve-se passar pelo menos meio-dia nas suas galerias, cujo conteúdo abrange as actividades do Homem em todas as épocas através do mundo. O título oficial do museu é: Biblioteca Nacional e Museu de História, Arqueologia, arte e Etnografia. Este título não dá uma ideia do que seja a beleza viva e dramática dos milhares de objectos exibidos no museu.

BRIGHTON


A 80 quilómetros ao sul de Londres está Brighton, uma praia de luxo e uma grande cidade de 70 cinemas, que conserva a atmosfera elegante da Inglaterra da Regência.
O Pavilhão real, palácio do estilo oriental, serve de residência de verão a alguns membros da família real.


Na velha cidade, um labirinto encantador de ruelas com muitas lojas pequenas, lembra a cidadela das cidades árabes. Atrás da cidade elevam-se as colinas de Sussex de formas arredondadas com aldeias antigas e castelos históricos.
Na secção de esqueletos do Museu Municipal há esqueletos de cobras de cinco a seis metros. A concha duma tartaruga de um metro de diâmetro é outra curiosidade deste pequeno museu. No aquário miniatura há peixes pretos de rabo amarelo, o peixe-zebra raiado a preto e branco e o peixe raio X, transparente, vendo-se a espinha. Na secção dos animais embalsamados, aquele que chama mais a atenção é o grande condor, a maior de tosa as aves de presa com uma envergadura de dois metros. Existe uma sala reservada aos transportes antigos de duas rodas. Aqui estão expostas as primeiras bicicletas: rodas de madeira e por fora uma cinta de ferro; eram adicionadas com os pés a fazerem força no chão e datam de 1818.

Fonte: Extraído do Livro Costumes e Curiosidades de 55 Países
Autor: Rogério R. Malta, Coimbra Editora, L.Da. Coimbra 1970 
Fotos da net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 22 de abril de 2020

São Simeão


Um incómodo com boas vistas



São Simeão foi o precursor da ‘moda’ que começou no século V, e durou quase até ao ano 1000. Os anacoretas da zona da Síria-Mesopotâmia inventaram uma forma de ascetismo extremo: viver em cima de uma coluna, que podia chegar aos 20 metros.


O espaço exíguo, no topo, obrigava a dormir em pé. Muitos não regressavam ao solo, recebendo comida dos peregrinos que se acercavam para os venerar.

Fotos da Net
© Carlos Coelho

terça-feira, 21 de abril de 2020

Valhalla



O Lar dos heróis
Os vikings acreditavam que os guerreiros mortos em combate viveriam na companhia de Odin em Valhalla, o mais belo e conhecido salão da cidadela de Asgard, o mundo dos deuses. Com o seu telhado feito de escudos assentes num travejamento de lanças, Valhalla era um grandioso recinto dourado, com 540 portas, por cada uma das quais podias passar 800 guerreiros em simultâneo. Aí chegavam os combatentes chacinados nas batalhas, guiados pelas Valquírias, as virgens guerreiras que participavam nas batalhas e decidiam quem vivia e quem morria, ao mesmo tempo que escolhiam aqueles que mereciam entrar em Valhalla. Entre estes distinguiam-se os ‘berserks’, a quem Odin inspirava o furor guerreiro, ao ponto de se desenvencilharem da armadura para que nada tolhesse a sua força sobrenatural.
Às Valquírias cabia escolher, no campo de batalha, aqueles que pela sua bravura fossem dignos de confiança de Odin, ao lado do qual deveriam lutar em Ragnarok, o combate que se há-de travar no fim dos tempos.
Chegados a Valhalla, os guerreiros escolhidos passavam os dias em treino de combate, lutando uns com os outros, bebendo cerveja e hidromel que as Valquírias lhes serviam. Chegada a noite era tempo de se banquetearem na companhia de Odin, o qual, no entanto, só os acompanhava nas libações, deixando a comida aos dois lobos que sempre o acompanhavam.
Os guerreiros retemperavam então as forças com um cozinhado de javali que tinha o condão de os rejuvenescer. O próprio javali era mágico, sendo devorado em cada noite para, no dia seguinte, estar de novo inteiro e pronto a ser novamente cozinhado. Após o banquete, os heróis mortos de Valhalla caíam num sono profundo, do qual só despertavam pela manhã, ao som do galo, para recomeçarem de novo os combates. E assim até à batalha final.

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
Autor: Manuel Rosado
Fotos da net
© Carlos Coelho

segunda-feira, 20 de abril de 2020

D. Carlos III

O maior 'botellon' de sempre


Prática corrente nas ‘calles’ espanholas, as origens destas famosas reuniões de bebedores perdem-se no tempo, no século XVIII, por exemplo, ficou célebre a ‘loucura de Níjar’, como Ortega y Gasset comenta na obra ‘A rebelião das massas’
Aconteceu em Níjar, na região de Almería, em Espanha, a 13 de setembro de 1759, por ocasião da notícia da coroação do monarca Carlos III. As suas dimensões foram tais que o enorme ‘botellón’ ficou internacionalmente conhecido como a ‘loucura de Níjar’. Um cronista da época narra assim as doidas peripécias: “Tendo chegado a notícia dos senhores Alcaides de que o imediato sucessor à coroa de Espanha era o senhor D. Carlos III, e desejosos de manifestar o grande apreço e felicidade que lhe tributam, os seus vassalos convocaram todos os vizinhos na Praça pública para uma grande festa. 

Depois mandaram trazer álcool para dar de beber a toda aquela gente, que consumiu 77 arrobas de vinho e quatro jarros de aguardente. Com isto, aqueceram-se os espíritos de tal forma que com repetidos aplausos o povo encaminhou-se para o celeiro e atirou cá para fora todo o trigo que lá havia! Daqui os foliões passaram para as várias lojas, onde ordenaram que por elas se derramassem todos os géneros líquidos e comestíveis disponíveis, e retiraram 900 moedas dos seus cofres. Os quiosques de venda de tabaco também não foram poupados dos exuberantes festejos. O próprio estado eclesiástico incentivou as manobras, pedindo às mulheres para tirarem de casa tudo quanto lá tivessem. Não ficaram pães, farinha, pratos ou cadeiras para contar a história durante esta gigantesca mobilização popular. Não é necessário dizer que meia vila de Níjar ficou em estado de sítio com este ‘botellón’ em massa.

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
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© Carlos Coelho

domingo, 19 de abril de 2020

Tio Patinhas


O pato mais rico do mundo



Criado por um dos cartoonistas mais importantes da Disney, Carl Barks, O Tio Patinhas nasceu no ano de 1867 em Glasgow, na escócia. Rapaz pobre o seu trabalho de estreia foi aos 10 anos de idade como engraxador, onde ganhou a sua primeira moeda de 10 centavos. Essa moeda, mais tarde viria a tornar-se na sua famosa moedinha número 1, o seu amuleto da sorte.
Três anos depois, partiu para a América, onde tem a sorte de encontrar uma pedra dourada – a sua rampa para a fortuna. Em 1902, chega a Patópolis. E apesar das desavenças com os irmãos Metralha, os seus maiores inimigos, e com o Presidente Roosevelt, consegue derrubar o velho Forte de Patópolis e erguer a famosa caixa-forte. 


Nos anos seguintes, aquele que viria a ser o pato mais rico do mundo viaja pelo mundo fora para fazer aumentar a sua fortuna.
Quando em 1930 volta a Patópolis, já perdeu a conta ao dinheiro que tem em seu poder. No entanto, tornara-se também num pato duro e hostil, acabando por ser abandonado pela própria família. Em 1942 aposenta-se e troca o seu império por uma mansão. Passados cinco anos reencontra-se com Donald, Huguinho, Zezinho, e Luizinho, seus sobrinhos. Fazem as pazes e a partir daí vivem juntos grandes aventuras sempre acompanhadas de muitos cifrões.


Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
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© Carlos Coelho

sábado, 18 de abril de 2020

Joseph Mallord William Turner



William Turner: Auto-retrato, 1798.

Pintor e gravador inglês, nasceu a 23 de Abril de 1775, filho de um barbeiro. Começou por ser aguarelista e trabalhou com Girtin para Thomas  Monro, fazendo cópias de obras de Cozens.
Aos 14 anos já estuda na Royal Academy of Arts. Em 1791 apresenta, pela primeira vez, duas aguarelas na Royal Academy e, aos 21 anos, pinta o seu primeiro quadro a óleo. Apesar de se ter levantado a suspeição de que teria sido, em 1799, amante da actriz Sara Danby e de ter viajado muito, tendo atravessado os Alpes e passeado pela Europa continental, foi na realidade um homem solitário e muito avarento. Em 1803 abre a sua própria galeria e em 1807 é nomeado professor de perspectiva da Royal Academy, mas só em 1823 se torna A.R.A. ou seja, Academic of the Royal Academy. Morreu em 1851, num quadro debruçado sobre o Rio Tamisa.

"Paz e Enterro no Mar", Óleo sobre tela, executado em 1842, com o qual Turner hemenageia Sir David Wilkie, que morreu ao largo de Gibraltar.

A composição intitulada Paz – Enterro no Mar foi feita em homenagem ao pintor escocês David Wilkie, colega de Turner que, ao regressar da Palestina por meio de um navio a vapor, morreu próximo a Gilbratar, em 1841. Naquela época, como a peste dizimava o Oriente Próximo, o porto foi fechado, impedindo a chegada de pessoas que vinham daquela parte do planeta. David Wilkie morreu no navio e seu corpo foi lançado ao mar.

Nesta sua comovente pintura, Turner apresenta um fenômeno luminoso no céu, na água e na linha da costa longínqua, enquanto no mar jaz a escuridão do navio com suas velas içadas, solto e sem rumo sobre as águas.
Uma luz forte e dourada, proveniente dos archotes que iluminavam o corpo de Wilkie no momento em que esse estava sendo entregue ao mar parece separar o escuro navio em duas partes, como se aquilo fosse algo divino e sobrenatural.


O museu do Prado, em Madrid, acolheu a primeira exposição de grandes dimensões de Turner em Espanha em 2010. Esta exposição que antes passou por Londres e Paris, apresentou algumas novidades, mantendo o principio do diálogo num universo de 80 obras, metade de Turner e outra metade de grandes mestres, como Rubens, Rembrant, Canaletto e Constable, nos quais se fundamentou ou deixou influenciar.
Mestre da paisagem e do romantismo britânico, estudou em profundidade esses mestres, mas conseguiu imprimir uma linguagem original, criando não só tensões, mas exacerbando uma imagem emocional e uma plasticidade que o posiciona como percursor do Impressionismo. Linguagem essa quase tátil, nas texturas insólitas, expressionistas, por vezes raiando o abstracionismo e sempre próximas do Impressionismo e que se traduzem em paisagens aquosas, com torvelinhos de cores expandidas e de luz. Pintava com recurso a uma técnica matéria, pastosa, que pode parecer rude, mas afinal cheia de matrizes e velaturas que hoje vemos como antecipações de outras linguagens plásticas.
Intensamente privado, excêntrico e recluso, Turner foi uma figura controversa ao longo da sua carreira. Ele não se casou, mas teve duas filhas, Eveline (1801–1874) e Georgiana (1811–1843), ambas por sua governanta Sarah Danby. Ele ficou mais pessimista e moroso quando ficou mais velho, especialmente após a morte de seu pai, ao que sua visão se deteriorava, a sua galeria caiu em desuso e negligência, mas a sua arte intensificou-se. Ele viveu na miséria e com saúde precária em 1845, morreu em Londres em 1851 aos 76 anos. Turner está enterrado na Catedral de Saint Paul, em Londres.
Ele deixou para trás mais de 550 pinturas a óleo, 2.000 aquarelas e 30.000 obras em papel. Ele foi amplamente defendido pelo principal crítico inglês da época, John Ruskin, em meados de 1840; hoje é considerado como detentor de uma pintura paisagista sofisticada, elevada a uma eminência que rivaliza com a pintura histórica.

Algumas das suas obras


Naufrágio de um Cargueiro

Naufrágio de um Cargueiro é uma pintura a óleo sobre tela do pintor inglês Joseph Mallord William Turner de cerca de 1810 e que se encontra actualmente no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A composição de O Naufrágio de um Cargueiro destaca o próprio evento do naufrágio, muitas vezes considerado como sendo do navio Minotauro o que causou confusão, evento que ocupa o primeiro plano da imagem, em contraste com a obra anterior O Naufrágio de 1805 (em Galeria).
Turner executou várias pinturas de grandes dimensões na década iniciada em 1800 em que representava catástrofes naturais e tempestades no mar, tendo iniciado em 1801 com The Bridgewater Sea Piece (de Coleção Particular em depósito na National Gallery, Londres, também em Galeria) e o referido O Naufrágio (Tate Britain, Londres) com o qual a obra da Gulbenkian apresenta semelhanças evidentes.


Tempestade de Neve

Tempestade de Neve: Aníbal e o seu Exército a Atravessar os Alpes (Snow Storm: Hannibal and his Army Crossing the Alps) é uma pintura a óleo sobre tela do mestre inglês J. M. W. Turner, e que foi exibida ao público pela primeira vez em 1812.
A tela aborda a fragilidade humana ante as forças da natureza, sendo a própria composição um redemoinho. Turner volta a utilizar a idéia de vórtice, numa encenação do terror que se apossa do homem ante a grandiosidade da natureza. Montes altíssimos e blocos de neve fustigam a presunção humana que ousou desafiá-los. O sol é um pálido círculo distante, como que um olho indiferente a observar a audácia do homem diante da inclemência do tempo.
Deixada ao património público nacional pelo Turner Bequest, ficou primeiro na National Gallery tendo em 1910 transitado para a Tate Gallery onde permanece atualmente.


Dido erguendo Cartago, ou O Nascimento do Império Cartaginês

Dido erguendo Cartago, ou O Nascimento do Império Cartaginês (Dido building Carthage, ou The Rise of the Carthaginian Empire), é uma pintura a óleo sobre tela de 1815 do mestre inglês J. M. William Turner.
Esta pintura é uma das obras mais importantes de Turner que foi muito influenciado pelas paisagens clássicas luminosas de Claude Lorrain. Turner classificava-a como a sua obra-prima.
Foi apresentada ao público pela primeira vez na exposição de verão da Royal Academy de 1815, tendo Turner mantido esta pintura na sua posse até que foi integrada no espólio nacional inglês através do Legado de Turner (Turner Bequest). Tem feito parte do acervo da National Gallery (Londres) desde 1856.


Quillebeuf, na Foz do Sena

Quillebeuf, na Foz do Sena é uma pintura a óleo sobre tela do pintor inglês Joseph Mallord William Turner de 1833 e que se encontra actualmente no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O quadro representa a frente portuária da povoação de Quillebeuf, perto do estuário do Sena, local que Turner visitou no decurso da década de 1820. O quadro foi apresentado publicamente na Royal Academy, em 1833, com uma nota no catálogo da exposição a alertar para os perigos de navegação decorrentes da subida brusca da maré e para o irromper súbito de uma enorme onda, um macaréu, fenómeno conhecido entre a população da região por mascaret ou barre.


The Fighting Temeraire

The Fighting Temeraire é uma pintura do artista inglês J. M. W. Turner. Mostra o navio HMS Temeraire, que participou da Batalha de Trafalgar em 1805, sendo rebocado para seu ancoradouro final em Rotherhithe, no sudeste de Londres, em 1838 para ser sucateado. A pintura é exibida na National Gallery, Londres, tendo sido doada à nação em 1851 pelo artista. Em 2005 foi eleita a pintura favorita dos britânicos numa pesquisa organizada pela BBC.
O Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre The Fighting Temeraire
Quando Turner pintou este quadro, o artista estava no auge de sua carreira, tendo ficado famoso por suas pinturas de perspetiva atmosféricas em que explora os assuntos do tempo (meteorológico), do mar e dos efeitos da luz. Ele viveu grande parte de sua vida nas margens do rio Tâmisa e fez muitas pinturas de navios e cenas da água; fazia pequenos esboços para posteriormente trabalhar a pintura no estúdio.
Os especialistas acreditam que muito provavelmente Turner não presenciou o reboque do Temeraire e que usou as suas liberdades criativas para a criação do quadro. Quando a Grã-Bretanha entrou nas guerras napoleônicas Turner tinha apenas dezoito anos, o que provavelmente despertou nele um forte sentimento patriótico. O Temeraire foi um navio muito conhecido devido ao seu desempenho heroico na batalha de Trafalgar e a sua venda pelo Almirantado tinha atraído uma cobertura considerável da imprensa da época, o que teria chamado a atenção do artista.
A pintura aparece durante o filme 007 Skyfall (2012) na cena em que o agente secreto James Bond (Daniel Craig) conhece o agente Q (Ben Whishaw). Nesta cena, Bond aguarda o contramestre na National Gallery enquanto contempla a pintura.


Fonte: Revista Caras /Arte por Jùlio Quaresma,
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© Carlos Coelho

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Peixe-Leão



Peixe-leão, peixe-peru, peixe-dragão, peixe-escorpião e peixe-pedra são alguns nomes vulgares para uma grande variedade de peixes marinhos venenosos dos gêneros Pterois, Parapterois, Brachypterois, Ebosia ou Dendrochirus, pertencentes à família Scorpaenidae. Um dos seus representantes mais conhecidos é o peixe-leão-vermelho.
Os peixes-leões são predadores vorazes. Quando estão a caçar encurralam as presas com seus espinhos e, num movimento rápido, engolem-nas. Eles são conhecidos pelos seus enormes espinhos dorsais e pela coloração listrada, de cores vermelha, marrom, laranja, amarela, preta ou branca.
Os peixes-leões são nativos da região Indo-Pacífica, vivendo sempre próximos à recifes de coral, mas algumas espécies podem ser encontradas em outras regiões do mundo. Devido a uma recente introdução, podem ser encontrados no oeste do Oceano Atlântico e Mar do Caribe.


Os peixes-leões vivem até 15 anos e podem pesar até 200g. Durante o dia preferem se abrigar em cavernas ou fendas, sendo animais de hábitos noturnos. Alimentam-se de pequenos peixes e normalmente só os comem vivos, mas em cativeiro podem ser habituados a comer camarão congelado. São ovíparos e a desova acontece à noite.
Veneno
O veneno dos peixes-leões é inoculado através de espinhos localizados nas regiões dorsal, pélvica e anal. Geralmente possuem de 12 a 13 espinhos dorsais, 2 pélvicos e 3 anais. Cada espinho possui duas glândulas que produzem e armazenam veneno. Os peixes-leão também possuem espinhos peitorais, porém estes não possuem glândulas de veneno.
A potência do veneno varia de acordo com a espécie e tamanho do peixe-leão. Os principais efeitos são: dor intensa localizada, seguida de edema local, podendo também a vítima sentir náuseas, tontura, fraqueza muscular, respiração ofegante e dor de cabeça.
O veneno dos peixes-leões é constituído de proteínas termo sensíveis, que são vulneráveis ao calor e se desnaturam facilmente. Os primeiros socorros constituem-se na imersão do local afetado em água quente (43-45 °C) por 30 a 40 minutos ou até a dor diminuir.

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Convento de Nossa Senhora do Desterro (Monchique)



O Convento de Nossa Senhora do Desterro é um antigo convento dos frades da Terceira Ordem Regular de São Francisco, localizado no concelho de Monchique, no distrito de Faro, em Portugal. Foi fundado em 1631, e apresenta uma arquitetura no estilo Manuelino. O edifício foi gravemente danificado pelo Sismo de 1755, tendo depois sido reconstruído. Posteriormente foi expropriado e dividido em várias parcelas, tendo sido algum tempo depois abandonado, chegando a um avançado estado de ruína. O complexo do Convento incluía igualmente uma magnólia monumental, que foi classificada em 1947, mas que acabou por morrer em 2016.




O convento está situado no alto de um cerro, junto à vila de Monchique, possuindo acesso por um arruamento denominado de Caminho do Convento. O convento situa-se num local arborizado, de onde se desfruta de um amplo panorama sobre a vila de Monchique.

Arquitetura e composição




O edifício do convento foi construído no estilo Manuelino. Tem uma forma de quadrilátero, cuja zona oriental era ocupada pelo primeiro átrio, onde foi instalado um brasão de armas da família Silva, e pela nave da igreja e capela-mor. O átrio era denominado de portaria, sendo utilizado, segundo uma tradição local, para oferecer alimento aos pobres da vila.
A face Norte era composta por uma antiga sacristia e uma capela, enquanto que a área Sul era formada por outras celas, e a fachada da igreja com a sua torre. O lado poente consistia na frente da mesma capela e por diversas celas, sendo também aí situado o refeitório e outra entrada do convento. 


Junto aos lados do refeitório situavam-se as mesas para os frades, enquanto que ao fundo existia uma mesa mais pequena, provavelmente para o superior do convento e outros membros importantes. A parede por detrás desta mesa estava decorada com um painel de azulejos, representando o quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci.


No canto esquerdo da sala, junto à entrada, estava situado um púlpito para a leitura, enquanto que no lado direito localizava-se a cozinha. No espaço central do edifício situava-se o claustro, rodeado por uma arcada com corredor, decorado como painéis de azulejos representando cruzes da Via Sacra. Na face Sul do claustro estava a entrada para a casa mortuária. O convento estava dedicado a Nossa Senhora do Desterro, cuja imagem foi guardada na Ermida de São Sebastião.


O complexo do convento incluía igualmente uma quinta, onde se situa a Fonte dos Passarinhos, que já esteve decorada com azulejos representando aves. 


Nesta quinta também estava situada uma magnólia, que de acordo com a tradição, foi levada da Índia pelo fundador do convento, e que foi classificada como de Interesse Público em 1947. A árvore, que chegou a ser a maior magnólia da Europa, foi considerada um dos ex-Libris do concelho de Monchique. 


Na altura do seu falecimento, tinha um tronco com 5,58 m de perímetro à altura de 1,30 m, uma copa com cerca de 30 m de diâmetro, e uma altura de 27 m, tendo a sua idade sido calculada em mais de 200 anos.



História

o convento foi fundado no ano de 1631 por Pero da Silva, que ocupou depois a função de Vice-Rei da Índia. O convento pertencia à Franciscanos Terceiros. A sua criação está ligada a uma lenda, na qual dois mareantes que estavam em perigo no oceano fizeram uma promessa de construir uma igreja na primeira povoação em território português que vissem à chegada. Segundo a mesma lenda, um dos navegantes trazia consigo uma pequena imagem de Nossa Senhora em marfim, oriunda da Índia, que após o seu falecimento foi venerada como relíquia pelos frades do convento. Durante uma tempestade em 1834, um dos frades teria levado a imagem dentro do hábito, tendo sido entregue a uma senhora para a guardar.




O edifício foi destruído pelo Sismo de 1755, tendo sido depois reconstruído. Foi encerrado em 1834, no âmbito do processo de extinção das ordens religiosas em Portugal, tendo sido nacionalizado e vendido em hasta pública em 1842. Foi vendido em frações a vários proprietários, passando a ter uma utilização residencial. Posteriormente o complexo foi abandonado, tendo chegado a um avançado estado de ruína.


Em 1911, João Ribeiro Cristino da Silva relatou, num artigo da revista O Occidente, que a igreja do convento já se encontrava parcialmente arruinada. 


Em 1915 terá sido feita a primeira referência à magnólia, no Boletim Trimestral da Associação Protetora da Árvore, onde foi relatado que «a soberba Magnólia de Monchique que representa a melhor árvore, do género, de que por enquanto temos conhecimento.». Em 1947, a magnólia foi classificada como de Interesse Público pelo Diário do Governo n.º 105, Série II, de 8 de Maio.
Durante a Década de 1970, o convento, então já em ruínas, foi ocupado por várias pessoas de baixos recursos, incluindo um casal que assinou um contrato com os proprietários para o arrendamento do edifício. Em 1983, a autarquia iniciou o processo para a aquisição dos terrenos do convento, tendo dois anos depois conseguido já obter várias partes do edifício. Em 2003, foi aberto o concurso público internacional para a realização de obras de recuperação no edifício do convento, e em 2004 o projeto foi autorizado pelo Instituto Português do Património Arquitetónico, no valor de cerca de cinco milhões de Euros. Em 2007, as antigas instalações do convento estavam ocupadas por uma família de sete indivíduos, que tinham montado estruturas para animais domésticos no claustro.
A magnólia morreu em 2016, após um período de doença de cerca de dez anos. Em Março de 2017, a autarquia organizou uma iniciativa em sua memória, no âmbito do Dia da Árvore, que incluiu a plantação de dez magnólias por crianças, seis no local da antiga árvore, duas na Escola EB 23 Manuel do Nascimento e outras duas na Quinta da Vila, junto às Piscinas Municipais. Em 29 de Abril desse ano, a Vicentina - Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste organizou uma peça teatral no convento, no âmbito do programa Momentos Fantásticos com o Património – Sítios com história. Também em 2017, a autarquia de Monchique estava a preparar a aquisição do convento, devido ao seu valor histórico e ao estado de ruína em que se encontrava. Este processo foi complicado devido ao grande número de proprietários, tendo o presidente da Câmara Municipal, Rui André, explicado que a autarquia estava a propor a compra das partes cujos donos eram conhecidos, enquanto que as restantes porções seriam expropriadas. O fim destas obras seria reabilitar o edifício, de forma a garantir a segurança dos visitantes, e a possibilitar a organização de eventos culturais ou religiosos na antiga igreja. O passo seguinte seria a instalação de um ou hotel ou pousada de luxo que aproveitaria parcialmente o convento e os terrenos em redor. O projeto aprovado em 2004 incluía a instalação de 28 camas em 24 quartos, dois dos quais em suite e outros dois preparados para mobilidade reduzida. No piso térreo seriam instaladas uma receção, um espaço para o culto religioso e outro para a sacristia, duas salas de estar de dimensões diferentes, sendo a maior ligada à sala para refeições para hóspedes, uma cozinha, instalações sanitárias e uma sala de refeições para funcionários. No primeiro andar estaria a entrada principal, uma receção com sala de estar, um escritório para a administração, treze quartos duplos, uma suite e um quarto para deficientes, e um espaço para vários serviços. O segundo andar seria ocupado por sete quartos, uma sala de estar com bar, e a copa de piso. Os terrenos em redor do convento também seriam recuperados, incluindo os tanques e a emblemática Fonte dos Passarinhos, e seria instalada uma piscina, um espaço técnico e instalações sanitárias. Nesta altura, também tinha sido criada uma petição pública para a recuperação do convento e alojar a família residente no seu interior, mas falhou em obter apoio suficiente para este empreendimento.


Durante o Incêndio de Monchique de 2018, o edifício esteve ameaçado pelas chamas, tendo sido salvo devido à intervenção dos filhos do casal, apesar da imprensa ter anunciado que o convento tinha sido destruído.

Foto: net
© Carlos Coelho

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Urtiga


Conheça os seus atributos medicinais

Cresce por todo o lado, sobretudo nesta altura do ano, e tem bastantes nutrientes, que fazem verdadeiros milagres. Saiba quais!


Quando se fala em urtigas, quase apostamos que a primeira coisa que nos vem à cabeça são as picadelas que sofreu em criança, quando ia para o meio do campo brincar. Pois é! Porém hoje em dia, as urtigas são tão mal-amadas como desejadas, sabia? ´E que elas são uma boa ajuda no que diz respeito ás alergias, anemia, exaustão ou fadiga, mas são também um excelente diurético. As urtigas existem agora nesta altura do ano e depois vão desaparecendo à medida qua o tempo começa a aquecer. É por isso mesmo que esta é a altura perfeita para fazer um chazinho ou usá-las na culinária, nomeadamente em sopas, e daqui tirar todos os seus benefícios.

De erva daninha a rainha



De origem asiática e europeia, a urtiga é utilizada pelo homem desde 4000 a.C. As suas fibras chegaram a ser utilizadas na fabricação de tecidos e, mais tarde, na produção de papel, mas é o seu poder medicinal que, actualmente, chama a atenção devido ao facto de ser muito rica em vitaminas, nomeadamente nas do complexo B, C e K, bem como em minerais, como o magnésio e o ferro, oligoelementos, betacaroteno, aminoácidos e cálcio.
Ainda assim, a urtiga é um superalimento nutritivo, curativo e desintoxicante, que cresce um pouco por todo o lado, estando por isso á mão de semear para a utilizarmos facilmente de acordo com os seus benefícios:

- Reduz o teor de ácido úrico no sangue, o que é bastante benéfico ao organismo, já que essa substância em excesso pode causar doenças cardiovasculares;
- Alivia os sintomas de artrose, de gota e de outras manifestações reumáticas;
- Melhora a irrigação sanguínea em todo o corpo;
- Melhora também o aspecto das unhas, combatendo as unhas fracas;
-Acção anti-inflamatória que ajuda no tratamento de doenças respiratórias, como asma e bronquite.

Chá

Para fazer uma infusão qua a ajude a combater as alergias e purifique o sangue, faça-a com urtiga e trevo-vermelho: uma colher de sopa de cada uma das ervas em 500ml de água. Ferva a água e, depois de desligar o lume, introduza as folhas, deixando-as assentar durante a noite. De manhã, coe e beba.

Sopa

Ingredientes:
200g de folhas de urtiga
1 alho francês
3 batatas médias
1 cebola
1 nabo pequeno
Azeite
Tomilho
Sal
1 litro de água

Comece por fazer um refogado com o azeite e a cebola e, quando esta estiver lourinha, acrescente a água, o alho francês, as batatas e o nabo cortados aos pedaços.
De seguida tempere com o tomilho e o sal a gosto.
Deixe cozinhar durante dez minutos e adicione as folhas de urtiga. Deixe cozinhar por mais dez minutos e passe a sopa, ficando pronta a servir.
Bom apetite!

Sabia que…
…flores e folhas não são para ser fervidas? O que se deixa ferver são infusões feitas com raízes, mas, ainda assim, por pouco tempo.

Fonte: Revista Maria /Rita Leal
Fotos da net
© Carlos Coelho