domingo, 17 de maio de 2020

Marco Polo


O grande viajante


Marco Polo uma personagem fantástica. Viveu há mais de 700 anos, mas a sua vida, as suas grandes viagens e as suas aventuras continuam a povoar o imaginário de todos. Terá sido, com o pai e o tio, o primeiro ocidental a percorrer a chamada Rota da Seda. E, no Extremo Oriente, ao serviço do imperador Kublai Kahn, viu coisas nunca antes vistas.
Marco Polo nasceu na República de Veneza, em 1254. Veneza era então um dos principais portos da Europa e, por isso, estava cheia de mercadores, como o pai e o tio de Marco: Nicollo e Matteo Polo.


Quando Marco tinha 6 anos, o pai e o tio partiram para o Oriente numa viagem que durou nove anos e os levou até à corte do imperador Kublai Kahn (neto de Genghis Kahn), chefe do Imperio mongol, que se estendia pela Mongólia e a China.


Quando Nicollo e Matteo regressaram a Veneza, encontraram Marco com 15 anos e sem a mãe, que, entretanto, tinha morrido. Não foi preciso muito para que a cabeça do rapaz ficasse a fervilhar de fantasias. Assim, com 17 anos, Marco Polo partiu, com o pai e o tio, rumo ao reino de Kublai Kahn. Demoraram quatro anos a chegar à China e, uma vez, lá apresentaram-se ao imperador, que os tomou ao seu serviço. Marco Polo terá chegado a diplomata do imperador e passado a maior parte dos vinte anos seguintes a explorar as terras desconhecidas do vasto Império Mongol. 


Conseguimos imaginar as paisagens, as gentes e os costumes diferentes, os animais exóticos, as civilizações, os monumentos, os tesouros e todas as coisas fantásticas que marco Polo terá encontrado nesses anos de aventura em que percorreu quase toda a Ásia. É tão difícil imaginar que nem quando Marco Polo decidiu contar as suas aventuras acreditaram nele! Em 1295, marco, o pai e o tio regressaram a Veneza, carregados de tesouros com os quais tinham sidos recompensados pelo imperador mongol pelos serviços prestados. Tinham passado 24 anos e Veneza estava agora em guerra com Génova.


Trecho da carta do Papa Inocêncio IV "para o governante do povo dos tártaros" encaminhado para Güyük Khan pelo enviado Giovanni de Carpine, 1245.

Marco Polo decidiu usar parte da sua fortuna para armar um navio de combate, que comandou contra as tropas genovesas. Mas os venezianos foram derrotados e Marco foi preso. Durante os três em que esteve na prisão contou tudo o que viu nas suas grandes viagens e aventuras no Oriente ao seu companheiro de cela, Rustichello da Pisa, que as passou a livro.


A Descrição do Mundo ou Livro das Maravilhas tornou-se um dos livros mais lidos durante os séculos seguintes, mas quase ninguém acreditava no que lia, de tão fantásticos que eram os relatos (sobretudo para os horizontes limitados das pessoas da Idade Média, que ainda nem sabiam que a terra era redonda e girava á volta do sol).


Uma página de "As viagens de Marco Polo"

Seja como for, este livro traduzido para português em 1502 com o título de As Viagens de Marco Polo, foi por muito tempo a informação sobre o Oriente, tendo mesmo servido de inspiração, e orientação, a descobridores como Cristóvão Colombo ou Vasco da Gama. Marco Polo morreu em 1324, aos 69 anos, jurando que tudo o que contara não só era verdade como não era nem metade do que tinha visto!

Fonte: Revista Terra do Nunca
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© Carlos Coelho

sábado, 16 de maio de 2020

Golpe na Civilização Romana


Poderá ter havido muitas razões de natureza política e social para a desagregação e o fim dos impérios romano e bizantino.


O Fim do Império Bizantino marcou, na periodização clássica, o fim da Idade Média

Mas investigadores das universidades de Jerusalém e de Wisconsin-Madison, nos EUA, que estudaram uma amostra de calcite de uma gruta milenar, situada perto de Jerusalém, propõem mais uma hipótese que poderá ter ajudado ao fim daqueles impérios: uma mudança climática desfavorável. Ian Orland e John Valley fizeram uma análise geoquímica com um método que permite detalhar a assinatura climática nas sucessivas camadas do mineral e descobriram que o clima se tornou progressivamente mais seco entre os anos 100 a.C. e 700 d.C. no médio Oriente. “Não sabemos se isto determinou ou não o fim dos impérios romano e bizantino, mas, agora que conhecemos esta informação, podemos fazer a correlação, o que é interessante”, disse John Valley. Numa altura em que, na Polónia, se ultimam as negociações do clima, este é também um motivo mais para reflexão.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto: Filomena Naves
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© Carlos Coelho

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Amaryllis



Pode ser encontrada nas mais diversas tonalidades e o seu nome tem origem na forma de estrela. Constituída por três ou quatro cálices, a amarílis merece um lugar de destaque em casa.


Oriunda da América do Sul, América Central e da região das Caraíbas, a amarílis foi introduzida na Europa em 1840, onde é muito apreciada especialmente nos países escandinavos, onde é indispensável nas decorações.


A amarílis é uma planta exótica que varia entre 30 a 50 centímetros de altura e se produz por meio da divisão de bolbos.
Algumas das variedades desta espécie crescem em lugares e bosques secos, outras em savanas ou lugares com clima húmido. Mas também pode ser uma planta de vaso ou até em flor de corte.


Constituída por três ou quatro cálices e banhada nas mais diversas cores – vermelho, branco, laranja, salmão e mesclado – a amarílis tem fácil tratamento e pode ser encontrada em qualquer altura do ano, embora a época alta seja em dezembro e março. Vale a pena comprar esta flor mágica, pois logo assim que a colocar em água, os cálices bonitos abrem-se lentamente. É uma excelente opção para fazer magníficos arranjos naturais para embelezar a sala, dando cor e aroma a toda a casa.

Cuidados básicos

Ofereça esta maravilha da Natureza ou coloque-a num lugar bonito, para se destacar bem em casa. Afinal exige poucos cuidados e floresce durante muito tempo. Saiba como tratar esta flor da melhor forma, seguindo algumas regras essenciais.


·    Corte o caule da flor obliquamente, com uma faca bem afiada e coloque-a numa jarra com água limpa;

·       Utilize alimento para flores de corte, apenas se a amarílis estiver num ramo misto;
·       Convém retirar as flores murchas;
·       Como o caule é oco, se colocar um pau fino no interior, ajudará a suportar o peso da flor, não partindo tão facilmente.

Caso deseje plantar a amarílis para ter o ano inteiro no jardim, convém saber escolher o tipo de terra, quantidade de sol e água.

Como plantar os bolbos


O bolbo da amarílis deve ser plantado num vaso não muito pequeno e deve usar substrato e colocar pedras no fundo para possibilitar uma boa drenagem. A mistura de solo ideal é uma parte de terra comum de jardim, uma parte de terra vegetal e duas de areia. Evite utilizar terra argilosa, pois o excesso de humidade pode apodrecer as raízes. Os bolbos necessitam de sol durante todo o dia ou pelo menos de quatro horas de sol directo. Esta flor prefere um clima ameno e regas moderadas – molhe bem após o plantio e depois basta manter húmido. Apenas o pescoço do bolbo deve ficar fora da terra. Apos duas semanas surgem as primeiras folhas e as hastes florais. Nesta altura, convém colocar o vaso num local quente e com boa iluminação.


Curiosidade!

Sobre esta flor, existe uma lenda na mitologia grega; Amaryllis morria de amores pelo pastor Alteo. Existia, contudo, um problema: a grande paixão do pastor eram flores. Um dia, Alteo disse: “Somente darei o meu amor a quem me trouxer uma nova flor”.
A jovem pediu então conselho ao oráculo de Delphi; no templo, deram-lhe uma flecha, com a qual se feriu, enquanto declarava o seu amor. Repetiu este ritual sempre à meia-noite, em frente á cabana de Alteo.


Durante 30 noites, caíram gotas de sangue e o milagre aconteceu: nasceu uma belíssima flor vermelha. O pastor viu a rapariga com a flor vermelha, nascida do amor, nas mãos e beijaram-se pela primeira vez.

Tome Nota!

Esta flor tem um caule oco, por isso, se a retirar da jarra, lembre-se que estará cheio de água. Assim sendo, deixe primeiramente que toda a água saia do interior do caule, evitando, desta forma, molhar o chão ou os móveis.

Fonte: Revista Mulher Moderna / Flower Council of Holland
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© Carlos Coelho

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Thomas Tusser



Thomas Tusser

Thomas Tusser nasceu,  em 19 de Outubro de 1524, Inglaterra Reino Unido, e faleceu a 3 de maio de 1580, Londres Reino Unido. Foi um poeta e fazendeiro inglês, mais conhecido por seu poema instrucional Quinhentos pontos de bom cultivo , uma versão ampliada de seu título original, A Hundreth Good Pointes of Husbandrie , publicado pela primeira vez em 1557.

Início da vida


St Mary and All Saints' church

Tusser nasceu em Rivenhall , Essex, em cerca de 1524, filho de William e Isabella Tusser. Desde muito cedo, tornou-se corista na capela colegio de São Nicolau em Wallingford Castle , Wallingford, Oxfordshire . Ele parece ter sido pressionado para o serviço na Capela do Rei, cujos coros geralmente eram depois colocados pelo rei em uma das fundações reais em Oxford ou Cambridge. Mas Tusser entrou no coro da catedral de St. Paul e de lá foi para o Eton College. Ele deixou um relato singular das suas privações em Wallingford e das gravidades de Nicholas Udall em Eton.


Ruinas do castelo Wallingford Caste

Ele foi também eleito para o King's College, Cambridge, em 1543, uma data que estabelece o limite mais antigo de seu ano de nascimento, pois ele seria inelegível aos dezanove anos. Do King's College, mudou-se para Trinity Hall, Cambridge.  


King's College, Universidade de Cambridge

Ao deixar Cambridge, ele foi a tribunal a serviço de William Paget, 1º Barão Paget de Beaudesart, como músico. Após dez anos de vida na corte, ele casou-se e estabeleceu-se como agricultor em Cattawade, Suffolk , perto do rio Stour .

Carreira literária

Lá ele escreveu A Hundreth Good Pointes of Husbandrie , um longo poema em dísticos rimados que registrava o ano no país. Este trabalho foi impresso pela primeira vez em Londres em 1557 pelo editor Richard Tottel e foi reimpresso com frequência. Tottel publicou uma edição ampliada Five Hundreth Pointes de Good Husbandrie em 1573. Tusser inclui uma mistura caseira de instruções e observações sobre agricultura e costumes do país, que oferecem uma visão da vida em Tudor Inglaterra, e seu trabalho regista muitos termos e provérbios impressos pela primeira vez. Tempo. Neste trabalho, ele também apresenta dez características que o queijo perfeito deve ter:

Poeta Gourmet

Os 9 requisitos de um queijo perfeito

Em ‘Quinhentos Pontos para ser um bom marido’, obra de 1573, Thomas Tusser, agricultor e poeta da Inglaterra Tudor e autor de vários ‘best sellers’ no seu tempo, explica como deve ser um queijo em perfeitas condições.

Cor: “ Não deve ser como Giezi (personagem bíblico, criado de Eliseu), branco de morte, como um leproso.”
Sabor: “ Nem como a esposa de Lot, puro sal. ”
Buracos: “ Nem como Argos (gigante mítico), cheio de olhos. ”
Forma: “ Nem como Tom Piper (personagem popular da época), fofo e inchado. ”
Textura: “ Não deve ser rijo como Crispin. ”
Qualidade: “ Nem pobre, como Lázaro. ”
Tacto: “ Nem peludo, como Esaú” (irmão de Jacob)
Humidade: “ Nem como Maria Madalena, desfeito em choro. ”
Composição: “ Nem como os bispos, de leite queimado. “

Ele nunca ficou muito tempo no mesmo lugar. Pela saúde da sua esposa, ele mudou-se para Ipswich. Após a morte dela, ele casou-se novamente e cultivou por algum tempo em West Dereham. Tornou-se cantor na Catedral de Norwich , onde encontrou um bom patrono no reitor, John Salisbury.


West Dereham
Mais tarde na vida

Após outra experiência na agricultura em Fairstead, Essex, mudou-se mais uma vez para Londres, onde foi levado por causa da praga de 1572 a 1573 para encontrar refúgio em Trinity Hall, e matriculou-se como servo da faculdade em 1573. 


Fairstead

Na época rente à sua morte, ele possuía uma pequena propriedade em Chesterton , Cambridgeshire, e isso prova que ele não estava, como às vezes foi afirmado, em qualquer tipo de pobreza, mas tinha, de certa forma, a economia que precisava. Thomas Fuller diz que ele "negociava em geral bois, ovelhas, laticínios, grãos de todos os tipos, sem lucro"; que ele "espalhou seu pão com todo tipo de manteiga, mas ninguém gostava dele".

Morte

Tusser morreu em 3 de maio de 1580, com cerca de 55 anos. Uma inscrição incorreta em Manningtree, Essex, afirma que ele tinha 65 anos.
De acordo com a Pesquisa de Londres de John Stow , Cheape Ward, Thomas Tusser foi enterrado na igreja agora perdida de St Mildred, nas Aves. A inscrição na sua tumba era a seguinte:


St. Mildred, Poultry


"Aqui Jaz Thomas Tusser, vestido com a terra,
Isso em algum momento fez as afirmações de Husbandrie;
Por ele, então você aprende mais; aqui learne devemos,
Quando tudo está terminado, dormimos e transformamos em pó:
E, no entanto, através de Cristo, para o céu, esperamos ir;
Quem ler seus livros achará que sua fé era assim. "

O editor de Stow adiciona o seguinte epigrama em Tusser a partir de um volume chamado The More the Merrier (1608), de 'HP':

Ad Tusserum
"Tusser, eles dizem, quando você estava vivo,
Que tu, ensinando parcimônia, nunca poderás prosperar.
Então, como a pedra de amolar, muitos homens não costumam
Para afiar os outros, quando eles mesmos são bruscos. "

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
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© Carlos Coelho

terça-feira, 12 de maio de 2020

Apolo



O Deus da música

Apolo, um dos deuses mais adorado pelos gregos e a quem os romanos também prestaram culto, é fruto dos amores de Zeus pela titã Latona, à qual Hera – esposa do senhor Olimpo – mandou perseguir pela serpente Píton.
Latona deu á luz duas crianças muito belas, Artemisa e Apolo. Este, quando cresceu, partiu em busca de Píton, vindo a matar a serpente no bosque sagrado de Delfos, lugar onde os oráculos da Mãe Terra eram consultados. Apolo passou a ser o deus tutelar do oráculo, instituindo os Jogos Pítios em memória da sua vitória; as sacerdotisas que aí oficiavam passaram a chamar-se pitonisas. Apolo, é, por isso, um deus dos poderes proféticos, mas a sua representação mais comum, tangendo uma lira, liga-o principalmente à música.

Habitualmente associado à ordem e á razão, Apolo podia mostrar-se cruel e impulsivo. O orgulho pode ser o melhor dos músicos levava-o a considerar intolerável qualquer dúvida sobre as suas capacidades artísticas. Por isso, quando soube que o sátiro Mársias, o tocador de flauta, se considerava um músico sem igual, Apolo Chamou-o para um concurso.

As musas foram o juiz, mas depois de ouvirem ambos, não sabiam qual era o melhor. Apolo propôs então que repetissem a prova, desta vez com os instrumentos de pernas para o ar. Primeiro Apolo, com a lira invertida, tocou e cantou maravilhosamente; em seguida, o pobre sátiro bem tentou dar o seu melhor, mas era impossível tocar a flauta invertida e, ainda por cima, cantar ao mesmo tempo.

Não contente com a vitória obtida com tal estratagema, Apolo castigou a ousadia de Mársias mandando-o esfolar vivo. Assim acabavam aqueles que ousavam desafiar os deuses.

Fonte: Revista Domingo Magazine /Correio da Manhã
Texto : Manuel Rosado
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© Carlos Coelho

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O maravilhoso mundo das Borboletas



Primeiro é um ovo, depois uma lagarta, uma crisálida… e, no fim, uma borboleta!
As suas asas estão cobertas de escamas de cores que as protegem contra o frio.
A sua comida favorita é o néctar das flores. Conseguem-no libando, ou seja, sugando como loucas em cima das flores.
Têm olhos compostos – com montes de olhinhos microscópicos – E vêem em todas as direcções. No entanto são míopes!


Na mitologia grega as asas das borboletas simbolizam a eternidade.

Fonte: Revista Ragazza
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domingo, 10 de maio de 2020

Jorge Amado



O Capitão da areia

Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no sul do estado da Bahia. Foi o primeiro dos quatro filhos do fazendeiro de cacau João amado de Faria e de Eulália Leal Amado. Uma epidemia de varíola levou a família para Ilhéus, onde Jorge passou a maior parte da sua infância. Desde cedo, mostrou interesse e talento para as letras e com 10 anos criou um jornal chamado A Luneta que distribuía pelos vizinhos e familiares. Fez os estudos secundários no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em salvador. Aqui foi director de A Pátria, o jornal da escola, mas não demorou muito a fundar outro, que fazia concorrência ao primeiro e ao qual deu o título A Folha. Dos jornais escolares para os «verdadeiros» foi um saltinho e com 15 anos Jorge Amado já era jornalista do Diário da Bahia. Apesar de ter começado a trabalhar muito cedo, nunca deixou de estudar. O Curso de Direito levou-o ao Rio de Janeiro, cidade maravilhosa onde se envolveu mais profundamente com a escrita e com a política. Acabou o curso, mas nunca exerceu a profissão de advogado.


Preferiu escrever livros e lutar pelos direitos dos mais desfavorecidos. Em 1931, publicou o seu primeiro romance, O País do carnaval, a que se seguiu Cacau, em 1933. Estes seriam os primeiros dos muitos livros que escreveu durante uma longa vida cheia de prémios literários, doutoramentos honoris causa e outras distinções. Nos seus livros, cheios de humor, poesia, vida e personagens marcantes, estava a sua terra, as gentes do povo, os ricos e os pobres, as justiças e as injustiças. Tiveram tanto sucesso que foram traduzidos em várias línguas e muitos deles foram adaptados ao cinema e à televisão. Algumas das mais famosas novelas que passaram em Portugal partiram dos seus romances.


Depois de alguns anos conturbados em que esteve preso e exilado fora do Brasil, por pertencer ao partido Comunista Brasileiro, em representação do qual chegou a ser eleito membro da Assembleia Nacional constituinte do Brasil, pelo PCB, dedicou-se em 1955 inteiramente à escrita e pôs a actividade política em banho-maria. Casado em segundas núpcias com a escritora Zélia Gattai, com quem teve três dos seus quatro filhos, viveu uma vida feliz que terminou aos 88 anos, na cidade do seu coração: Salvador da Bahia.

Fonte: Revista Terra do Nunca
Texto: Maria Tapadinhas
Fotos da Net
© Carlos Coelho

sábado, 9 de maio de 2020

Orquídeas


São das plantas mais apreciadas em todo o mundo.


Existem diferentes espécies e a sua beleza e simplicidade faz com que se tornem verdadeiros objectos de decoração.


Cuidados

As orquídeas não devem ser expostas directamente à luz solar, porque dão-se melhor com a sombra. Podem ser cultivadas em jardins, sob árvores ou telhados, ou na varanda de um apartamento.


Se as folhas estiverem amareladas significa que estão expostas a excesso de luz e se estiverem verdes escuras quer dizer que estão a ser submetidas a iluminação suficiente. A maior parte das orquídeas tolera diferentes temperaturas, mas a ideal ronda os 25 graus, sendo que devem ficar protegidas do vento.

Cultivo

Use vasos de barro ou de plástico de tamanho médio e opte por uma mistura que possibilite boa drenagem. Adube as plantas, de duas em duas semanas, mas saiba que pode suspender a adubação durante os meses de Outono e Inverno.


Regue apenas quando a terra estiver seca, já que as orquídeas vivem melhor com a falta de água do que com excesso, que pode mesmo ser prejudicial. Estas plantas adaptam-se bem a condições adversas de humidade, mas em zonas secas devem ser borrifadas com água regularmente.

Pragas e Doenças

Se as orquídeas tiverem arejamento e iluminação, dificilmente estarão sujeitas a pragas ou doenças. Caso contrário, podem surgir pulgões e cochonilhas. Estes podem eliminar-se com produtos adequados. Já as plantas excessivamente regadas podem ter fungos e bactérias. 


Contudo, poderá combater essas pragas com insecticidas, fungicidas ou bactericidas que se encontram á venda no mercado. Siga as instruções de utilização do produto e pulverize regularmente as plantas, como forma de prevenção.



Fonte: Revista Correio Mulher /Plantas
Fotos de: Carlos Coelho
© Carlos Coelho

sexta-feira, 8 de maio de 2020

César



César
101 – 44 antes de J. C.
Magistrado supremo da Républica romana, encarregado, em circunstancias extraordinárias, de substituir os dois cônsules e possuído por um poder absoluto, o Ditador ficou com o seu nome no vocabulário corrente, para designar todo aquele que, general vitorioso, presidente da Républica, ministro ou simples particular, se arvorou com plenos poderes ou os recebeu dos corpos constituídos, para governar o Estado.

César, o grande predecessor, o modelo e o inspirador de todos os ditadores que apareceram depois dele. Foi homem de génio, e sob todos os aspectos: militar, político, oratório, literário. Ambicioso, até ao ponto de não admitir que fosse o segundo em Roma; aristocrata por nascimento, por natureza e por carácter, mas democrata por cálculo até à demagogia, afasta-se do partido conservador onde só vê rivais, e volta-se para o povo que cumula de favores, para os soldados, a quem causa extraordinária admiração. Junta vitórias sobre vitorias em todos os campos de batalhas do mundo antigo e nas questões da política. Um chefe que vem acabar somente pelo assassinato.
Quando, em 78, a morte de Sila lhe deixou o campo livre, sobe ao poder, solicita, umas após outras, todas as funções, empregando para as obter todos os meios, mesmo os bons. Tribuno dos soldados, consegue a simpatia dos tribunos do povo.

Questor em Espanha, não perde o seu tempo; voltando para Roma, vai pacificar algumas colónias latinas que pretendiam revoltar-se. Não abandona, todavia, o caminho legal: torna-se sucessivamente edil, soberano pontífice, pretor e, como chefe da justiça, instruir com brandura o processo da conjuração Catilina. O pretoriado levou-o a um governo de província, pelo que foi para Espanha. Ao voltar a Roma, para entrar no consulado, aproxima-se dos chefes do partido conservador, casa com Calpúrnia em quartas núpcias, entrando assim na família patrícia dos Pisões; tornou Pompeu seu genro, casando-o com a sua filha Júlia; alia-se com Crassus, o rico banqueiro.

Em 59 é nomeado cônsul, parece ter ganho a partida. Consegue afastar Bìbulos, seu colega, e passa a governar, de facto, como ditador. Jogos, distribuições de trigo, concessões de terras, confirmam as suas mãos largas para o povo. Mas a oposição começou a guerreá-lo, obrigando-o, depois do seu consulado, a aceitar o governo da Gália latina. Então, exorbitando do seu poder, empreende e consegue a conquista de Gália transalpina, entra na Grã-Bretanha, passa para além do Reino; depois, quando estava senhor de tropas que lhe eram devotadas e de despojos que o haviam tornado prodigiosamente rico, tira a máscara e, como resposta às censuras do Senado, passa o Rubicão, apequena ribeira limite da Itália propriamente dita, que era interdito transpor a qualquer general com as suas tropas.


Legionário romano, com a adaga rectangular, o gládio e a lança

Ao terem conhecimento dessa nova, o Senado, os cônsules, Pompeu, põem-se em fuga; em menos de sessenta dias, César esta senhor de Itália. Começa então uma assombrosa série de vitórias: vence os lugares-tenentes de Pompeu em Espanha, o próprio Pompeu na Grécia (Farsália); e catão, que representava a última esperança do Partido Republicano, é batido em África: entrando novamente em Roma, recebe, com as honras do triunfo, a ditadura por dez anos. Uma última Victória sobre o filho de Pompeu, e fica ditador para toda a vida.Legionário romano, com a adaga rectangular, o gládio e a lança
O primeiro destes títulos torna-o chefe da república. Pertenciam-lhe, com efeito, como principais prerrogativas, além do poder tribunício, o comando único e permanente de todas as legiões; o direito de declarar a guerra e de fazer a paz; o de indicar os governadores das províncias pretorianas, mesmo das mais importantes; o de nomear os magistrados curules; o de ser o primeiro a falar nas sessões do Senado; o de presidir aos jogos, o que era uma inapreciável dignidade, etc.
Acessoriamente, o vencedor de Gália e de Pompeu foi considerado como um semi-deus. Mostra-o uma inscrição gravada no Capitólio, junto da sua estátua, em frente da de Júpiter.

Não parece que a ditadura por toda a vida acrescentasse ao seu poder mais nada que uma maior duração. Entretanto o Senado, ainda faz melhor; desapossa-se, em seu favor, da administração do erário publico, proclama-o o Pai da Pátria e tem a honra de organizar a sua guarda particular. Todo o estado, decididamente, se resume a ele.
No decorrer dos dois breves anos (46-44) em que o deixaram em sossego os seus inimigos políticos, manifesta-se um hábil administrador. Agricultura, colonização, justiça, obras-publicas, a tudo presta atenção, tudo dirige com tanta competência como a que manifestara na guerra.

Às honras que lhe concediam respondia ele com liberalidades para o povo e para os soldados; aos veteranos que lhe pediam para repousar das fadigas da guerra, concede-lhes tratos de terra para cultivarem; a todos os legionários, prémios, aumentos de sôldo; dos sem-trabalho faz colonos das regiões conquistadas; aos seus inimigos políticos concede uma generosa amnistia…


Local onde Julio César foi assassinado

Mas nada faz desarmar o ódio de certos adversários, ambiciosos e insaciáveis. Aqueles a quem César tudo perdoara, não lhe perdoam; e nos idos de março, em plena sessão do Senado, foi raivosamente atravessado por vinte e três punhaladas, pelos mesmos que julgava serem seus amigos.

Fonte: Almanaque Lello / 1934
Fotos da Net
© Carlos Coelho