domingo, 17 de setembro de 2023

Os sete anões de Auschwitz

Nesta história também havia sete anões. Também viviam numa aldeia. Também se entretinham com música. Também andavam sorridentes. Mas não eram só homens, nem sequer tinham barba, como as personagens da lenda popular recolhida pelos irmãos Grimm há 201 anos. Estes anões reais pareciam bonecos de porcelana e andavam impecavelmente arranjados, segundo os relatos dos anos 30 e 40.

Por essa altura, os descendentes do judeu Shimshon Eizik Ovitz, também anão, eram famosos na Europa Central pelos seus espectáculos com “performances únicas”, mas caíram no esquecimento. A vida dos Ovitz (em especial a forma como sobreviveram ao Holocausto) só voltou a ser falada quando a estação Britânica ITV transmitiu na série Perspectivas o documentário Os Sete Anões de Auschwitz, história escolhida e narrada pelo actor anão Warwick Davis.

Quando os sete anões da Branca de Neve de Walt Disney surgiram no cinema, em 1937, os de origem romena, da aldeia de Rozavlea, tornaram-se estrelas. Eram a Trupe Lilliput e num espectáculo itinerante de duas horas interpretavam temas em iídiche (idioma judaico), húngaro, romeno, russo e alemão. E cada um tocava um instrumento miniatura. Por exemplo, Perla ficava com a guitarra, Rosyka e Franzika com os violinos. Frieda com o címbalo (de percussão com baquetas), Mieki com o acordeão e Elizabeth com o tambor. Tinham uma carreira de êxito, até  que na sexta-feira 19 de Maio de 1944 foram deportados para o maior campo nazi de extermínio de judeus: Auschwitz.

Á saída do comboio, os Ovitz não passaram despercebidos aos guardas SS, nem ao médico Josef Mengele, conhecido como O Anjo Exterminador. Mengele viu-os como extraordinárias cobaias humanas. “Queria descobrir as causas psicológicas e biológicas do nazismo e demonstrar a teoria racial, segundo a qual os judeus haviam degenerado numa estripe de anões e aleijados”, escreveu o jornal espanhol El Mundo.

Para concretizar as experiências, Mengele ofereceu-lhes condições privilegiadas: podiam usar penicos em vez de latrinas; manter a roupa e não rapar o cabelo. Em contrapartida, eram constantemente obrigados a recolhas de sangue e extracções de medula óssea, dentes, cabelos e pestanas. Mas a camara de gás estava reservada à família Ovitz, como a todos os outros. Um dia, os soldados empurraram-nos a todos, despidos, para as salas da morte. A execução colectiva foi interrompida por um grito: “Onde está a minha família de anões?!” Era Mengele. Continuaram vivos e a servir-lhe de cobaias.

Segundo ElizabethOvitz, o médico retirava fluidos da coluna vertebral dos anões, fazia diversos tipos de testes invasivos, incluindo ginecológicos e cerebrais, além de invadir regiões sensíveis como a boca e o nariz. O médico chegou a obrigar a família a ficar nua na frente do exército nazista, para que ele pudesse explicar suas conclusões sobre o nanismo.

Esse pesadelo durou sete meses, até que o campo de concentração fosse libertado, em janeiro de 1945. Os Ovitz retornaram então para Rozavlea, ao chegarem perceberam que a cidade estava um caos, assim como toda a Europa, porém, os seus bens ainda estavam escondidos no mesmo lugar.

Com esse dinheiro, eles migraram durante algum tempo até encontrarem seu novo lar em Israel, onde continuaram com apresentações da trupe até 1955. Os irmãos decidiram encerrar a companhia depois disso, já que estavam fisicamente muito desgastados.

Os anões viveram por muitos anos depois da tragédia pela qual passaram. Micki e Avram morreram em 1972, aos 69 e 63 anos respectivamente. Freida faleceu em 1985, aos 70 anos. Franzika morreu em 1980, aos 90 anos de idade, em 1984, foi a vez da primogênita Rosika, que se foi aos 98 anos. Elizabeth morreu aos 78 anos, em 1992. E Perla foi a última da família a morrer, em 9 de setembro de 2001, aos 80 anos.

A linhagem dos Ovitz continuou com o legado artístico da família, os anões homens tiveram filhos de altura normal, porém, as mulheres jamais conseguiram engravidar devido às experiências em Auschwitz.

O médico cruel

Josef Mengele mandou queimar outros anões do campo de extermínio.

Mengele era obcecado com anões e não os poupava em Auschwitz. Três meses antes da chegada dos Ovitz, o médico ordenou que queimassem os esqueletos de um anão corcunda e do filho. E mandou imergir em ácido o cadáver de outro anão.

Fonte: Revista Sábado

Texto: Raquel Lito

Fotos da net

sábado, 16 de setembro de 2023

O que pensavam os Jónios

(Mapa da antiga Jônia, no lado oriental do mar Egeu.)

A Escola Jónica é a primeira a ser conhecida dentre as várias escolas filosóficas da Grécia Antiga, fonte donde emanaram as mais remotas luzes da cultura ocidental.

Temos de remontar ao século VI a.C., à cidade de Mileto, capital da Jónia, na Ásia Menor. Aí encontramos uma filosofia – o vocábulo, constituído por Pitágoras, aparece pela primeira vez com Heródoto – bem diferente da actual: uma filosofia influenciada por Teogonias e Cosmogonias, aceitando ingénuas explicações tradicionais; filosofia que a evolução da vida pública e privada, como a religião, tornava necessária na Grécia.

(Pitágoras sobre o propósito da vida e o significado da sabedoria.)

Os «físicos» procuravam, em investigações de caracter prático, explicar a formação do Universo, tornando-o inteligível, bem como o aparecimento do homem nesse Universo: inteligível sendo para eles tudo o que pode reduzir-se a um princípio.

A multiplicidade de aspectos do mundo actual deve corresponder uma origem simples. O processo seria, portanto, passar dessa multiplicidade à unidade, justificando racionalmente a evolução, passar do sensível ao inteligível.

Três nomes cumpre citar falando dos «físicos» de Mileto, a saber: Tales, Anaximandro e Anaximeno. O primeiro nada escreveu e os restantes, autores de obras sobre a Natureza, são como Tales, apenas conhecidos através de informações de Aristóteles e seus contemporâneos.

(Aristóteles (384 a.C.) - Teologia e Moral.)

Aristóteles apresenta-os como investigadores buscando a matéria constituitiva das coisas, mas nada nos permite afirmar que tenham levado tão fundo as suas pesquisas, muito embora procurassem um princípio que desse a explicação do Universo.

(Tales de Mileto foi um importante pensador, filósofo e matemático grego pré-socrático. É considerado, por alguns, o "Pai da Ciência" e da "Filosofia Ocidental")

Para Tales a quem atribuíram estudos de astrologia, previsão de eclipes e ensino da imortalidade da alma, esse princípio era a água – o elemento húmido – certamente pela observação directa da maneira como se geram e formam animais e plantas naquele elemento (a geração espontânea era então aceita). Da água saíram tôdas as coisas.

Ao infinito, o «apeiron» como lhe chamava, atribuía poder creador Anaximandro; um infinito de matéria indeterminada, caos de elementos indistintos. A diferença qualitativa está já marcada desde o começo das coisas. O «apeiron» não é sólido nem líquido, quente ou frio; é, antes, a origem do sólido e do líquido, do quente como do frio.

(Anaximenes de Mileto “O ar infinito é o princípio original do qual provém tudo que caminha para a existência”)

Anaximenes precisa a natureza do Infinito de Anaximandro, identificando-o ao Ar. O Universo é um ser grande que uma vida anima; a respiração é-lhe indispensável, por isso, o Ar é causa primeira que envolve o mundo inteiro com seu poder criador e penetra em todas as coisas como a alma no ser vivo.

(Anaximandro de Mileto (em grego antigo ναξίμανδρος; Mileto, Jônia; c. 610 aC - c. 545 aC) foi um filósofo e geógrafo da Grécia Antiga. Discípulo e seguidor de Tales, e companheiro e professor de Anaxímenes, considerava que o princípio de todas as coisas (arché) é o apeiron. Ele é creditado com apenas um livro, conhecido como On Nature. O livro se perdeu-se e a sua palavra chegou até a atualidade através de comentários doxográficos de outros autores. A ele também é creditado um mapa terrestre, a medição dos solstícios e equinócios por meio de um gnômon, trabalhos para determinar à distância e o tamanho das estrelas e a afirmação de que a Terra é cilíndrica e ocupa o centro do universo.)

Explicação do Universo feita por causa simples e naturais, no que diferem, portanto, estes pensadores das primitivas teogonias e cosmogonias, que aceitavam plenamente o maravilhoso mitológico.

Nestes filósofos há, se não um passo para o ateísmo, uma diminuição de importância do papel divino na criação.

Fundados nessas, hoje consideradas ingénuas investigações descrevem-nos o mundo das maneiras mais variadas: Para Teles e Anaximeno, um disco plano flutuando respectivamente nas águas e no ar; para Anaximandro, uma coluna cilíndrica de base em diâmetro igual a 1/3 da altura, sendo a base superior – onde vivem os homens – abaulada.

O problema da matéria – como atrás foi dito – não se pode bem afirmar que tenha sido posto por estes sábios, como Aristóteles pretende. Eles buscavam antes, levados por uma curiosidade compreensível num povo de navegadores, resolver problemas de técnica científica e, explicar fenómenos astronómicos, propagando a notável herança de Egípcios e Assírios.

São mais importantes como divulgadores, estando a sua originalidade, sobretudo na escolha de imagens – quási sempre tiradas da arte da observação directa – e o seu mérito no interesse com que se lançam na busca do inacessível. 

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

Fotos da net

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Os Bichos mais raros do Mundo


Uma equipa de BBC descobriu uma nova espécie de peixe durante uma expedição à Amazónia.

A descoberta do peixe-vampiro – um minúsculo parasita que se alimenta do sangue de outros peixes – está a provocar entusiasmo na comunidade científica internacional. De tal forma que a cadeia de televisão BBC, que registou as primeiras imagens da criatura durante uma expedição pela bacia amazónica, no Brasil, convidou os internautas a votarem no seu sítio na Internet,para elegerem o nome científico do novo bicho. 

Um dos membros da expedição, Mário de Pinna, da Universidade de S. Paulo, elaborou cinco hipóteses de baptismo: Paracanthopoma draculae (em homenagem ao Conde Drácula), Paracanthopoma irritans (irritante, em latim), Paracanthopoma minuta (pelo tamanho diminuto do peixe), Paracanthopoma nosferatu (homenagem ao filme Nosferatu), Paracanthopoma vampyra (peixe-vampiro, como já é conhecido). Até ao momento, as opções vampyra e draculae lideraram.

Conhecido pelo ilustrativo apelido de “Peixe-Vampiro”, o Candiru é um peixe encontrado em grande parte da bacia amazônica e, apesar de medir em geral poucos centímetros, é também um dos animais mais temidos da região. Encontrado nas águas do Rio Amazonas que banham Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, esse peixe-gato da família dos Tricomicterídeos, com nome científico de Vandellia cirrhosa, é capaz de penetrar orifícios do corpo humano, como o nariz, o ouvido e a boca, mas também pela uretra, a vagina e o ânus, e se fixar no interior do corpo através de espinhos que possui em sua cabeça.

Peixe-Vampiro


Nome Científico: Vandellia cirrhosa

Familia: Trichomycteridae, Tricomicterídeos

Origem:Brasil, Região amazónica

Curiosidade: Esse peixe é hematófago, ou seja, alimenta-se do sangue de outros animais e alguns vivem em forma de parasita nas brânquias de outros peixes.


Panda Vermelho


Nome cientifico: Ailurus fulgens

Família: Ursos Pandas

Origem: Nepal, Birmânia e China

Curiosidade: A cor alourada, o pêlo e a cauda comprida fazem com que se assemelhe a uma raposa.


Oricteropo


Nome cientifico: Orycteropus afer

Família: Oricteropo

Origem: África Central

Curiosidade: Mamífero com fucinho de porco, orelhas de mula e que cava como a toupeira.


Matamatá


Nome científico: Chelus fimbriatus

Família: Quelónios (das tartarugas)

Origem: América do Sul

Curiosidade: É carnívoro, alimenta-se de peixe e pode estar horas imóvel.


Hidrotermal


Nome científico: Vulcanoctopus Hydrothermalis

Família: Polvo

Origem: Pacífico Oriental

Curiosidade: Pequeno polvo albino de aparência alienígena que se alimenta de crustáceos.


Mariposa Imperador


Nome científico: Thysania

Família: Lepidópteros (tal como as borboletas)

Origem: Amazónia e México

Curiosidade: É a maior mariposa do planeta, tendo quase 30 centímetros entre uma asa e a outra.


Diabo da Tasmânia


Nome Científico: Sarcophilus harrisii

Família: Mursupiais

Origem: Austrália

Curiosidade: É o maior e mais feroz dos marsupiais carnívoros e pode desaparecer devido a uma forma rara de cancro facial.


Muflão


Nome Científico: Ovis ammon

Família: Ovinos

Origem: Europa de Leste e China

Curiosidade: Carneiro Selvagem com chifres até 1,2 metros.

 

Fonte: Revista Sábado

Texto: Nelson marques, Vitor Paiva (Redactor)

Foto da net

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Mapas

Como os mapas eram feitos antes da invenção do satélite?

Antes das imagens de satélite, como os geógrafos, cartógrafos e povos mais antigos faziam mapas? Sem a precisão da visualização elevada, como chegávamos às representações do terreno? Para chegar ao resultado final nos mapas, era necessário arte, exploração, inventividade matemática e um pouco de imaginação. Além de auxílios visuais e guias de navegação, mapas do passado também lidavam com o desconhecido — de formas curiosas e criativas.

Como muitas respostas da ciência, a solução para a fabricação de mapas pode soar chata e pouco interessante, mas ela nada mais era do que muito, muito tempo e trabalho. Diferente de hoje, período no qual vemos novas tecnologias surgindo a cada ano, os desenvolvimentos científicos eram bem menos numerosos, com um ritmo de avanço bastante lento.

Era necessário ver gerações de geógrafos, exploradores, matemáticos, viajantes, historiadores, cartógrafos e outros estudiosos juntar seus conhecimentos para produzir informações novas sobre os locais do mundo — isso gerava mapas feitos com medidas mais ou menos realistas, mas também com muita especulação. Para entender como os mapas chegaram ao ponto da cartografia logo antes do desenvolvimento dos satélites, é útil estudar sua história.

História dos mapas

Uma das primeiras representações de todo o mundo conhecido (à sua época, é claro) foi a obra de Anaximandro, um filósofo pré-socrático (611-547 a.C.) considerado um dos 7 sábios da Grécia. Seu mapa era circular e deixava a Grécia no centro do mundo, mostrando partes da Europa, sul da Ásia e norte da África. Para ele, esses continentes se encaixavam em um círculo envolvido por água, e, mais importante, faziam parte de uma Terra que (realmente) se acreditava ser plana.

No século I a.C., no entanto, o polímata grego Eratóstenes de Cirene já conseguiu provar que a Terra não é plana, chegando a calcular sua circunferência com uma precisão incrível para a época. Ele comparou resultados de pesquisas extensas da Biblioteca de Alexandria, também fazendo suas próprias observações.

(Reconstrução do século XIX do mapa do mundo feito por Eratóstenes, mundo este até então conhecido, c. 194 a.C.)

Para tal, foi medido o tamanho das sombras feitas por um graveto segurado na vertical, ao mesmo tempo, em cidades diferentes. O raio produzido pela distância norte-sul entre as duas cidades, calculado a partir das sombras, deu o ângulo necessário para calcular a circunferência e o raio da Terra.

Eratóstenes também criou um método para posicionar locais mais precisamente nos mapas — o sistema de grade, parecido com o que usamos atualmente, mas que nesse caso dividia o mundo em duas partes. A rede de linhas ajudava a medir a distância entre os lugares já conhecidos. O polímata ainda dividiu o mundo conhecido entre 5 zonas climáticas: duas temperadas, duas congeladas a norte e sul e uma tropical, no centro, formada pelo Equador. Já era um mapa bem mais sofisticado.

A geografia de Ptolomeu

Nos séculos seguintes, gregos e romanos continuaram a juntar informações para seus mapas, usando informações de viajantes e exércitos expedicionários. Com isso, o astrônomo grego Cláudio Ptolomeu produziu uma obra em 8 volumes chamada Geografia, incluindo mapas.

Famoso, seu trabalho influenciou estudiosos europeus e islâmicos por muitos séculos. Compilados em 150 d.C., os mapas em si não traziam novidades, já que se baseavam em obras anteriores, mas Ptolomeu fez o favor de incluir o método que utilizou para produzi-los, ajudando quem quer que fosse reproduzir o esforço cartográfico.

(O mapa de Ptolemeu, reconstituído da sua obra Geografia (ca. 150), indicando as nações "Sérica" e "Sinas" (China) à direita, além da ilha Taprobana (Seri Lanca) e a "Quersoneso Áureo" (península do Sueste Asiático). Este mapa usa a projeção cônica equidistante meridiana, inventada por Cláudio Ptolomeu.)

Isso não quer dizer que ele não tenha contribuído à ciência — além de coordenadas detalhadas de mais de 8.000 lugares conhecidos pelo astrônomo, ele também introduziu a ideia de latitude e longitude, usadas por nós até hoje. A Geografia chegou à Europa no século XV por Constantinopla, sendo reinterpretada por estudiosos.

Os islâmicos, por exemplo, inverteram a orientação do norte como topo do mapa em sua própria obra, e especialistas como Muhammad al-Idrisi se basearam nesse trabalho para fazer mapas muito influentes para os exploradores e cartógrafos franceses, italianos e holandeses até meados do século XVIII.

(A Tabula Rogeriana, desenhada por al-Idrisi para Rogério II da Sicília em 1154, um dos mapas mundiais medievais mais avançados. Consolidação moderna, criada a partir das 70 páginas duplas de al-Idrisi, mostradas de cabeça para baixo, já que o original tinha o Sul no topo.)

Cristóvão Colombo, por exemplo, foi bastante influenciado pelas descrições de Ptolomeu da Ásia, ainda que fossem bastante imprecisas. Foi por isso, em grande parte, que o navegador acreditava estar indo em direção a riquezas facilmente acessíveis quando buscou circunavegar o planeta — com um resultado já conhecido. Quem realmente conseguiu circunavegar o planeta de verdade foi Fernão de Magalhães, há mais de 500 anos.

(Os mistérios do mapa de 1491 que guiou Cristóvão Colombo, O mapa Mundo desenhado por Henricus Martellus, que terá orientado Cristóvão Colombo.)

Antes do fim, uma revolução

Antes da chegada dos satélites, que mudariam a cartografia para sempre, outra revolução ajudou na fabricação dos mapas — a bússola magnética. O ser humano já conhecia o magnetismo há muito tempo, mas foi só em torno do século XIII que a aplicação do conceito em aparelhos confiáveis se tornou possível.

Os mapas antes dessa invenção ficaram obsoletos, e foi criado o mapa portulano, uma espécie de guia náutico. Ele ajudava os viajantes a ir de porto a porto, já que seu desenho era feito para poder ser visto de qualquer ângulo — cada porto tinha uma rosa dos ventos própria, se ramificando por todo o mapa, facilitando o cálculo da viagem de um lugar a outro.

(As mais antigas cartas-portulano: Carta Pisana (c. 1275) e a de Giovanni da Carignano (c. 1307).)

Foi em um mapa portulano, inclusive, que foi desenhada a primeira rosa dos ventos. Era o Atlas Catalão, feito por cartógrafos para o rei francês Carlos V ao compilar muitos outros mapas. Embora a autoria seja pouco clara, acredita-se que o judeu maiorquino (da ilha de Mallorca) Abraão Cresques tenha sido o responsável.

(Pormenor do Atlas Catalão (c. 1375).)

Seu mapa é uma ótima representação temática de como se pensava que fosse o mundo, cheio de detalhes importantes de locais reais, mas também incluindo desenhos fantásticos de sereias e criaturas lendárias diversas. Ter muitas fontes acabava gerando a inclusão de mitos e histórias de viajantes, com monstros marinhos e dragões e, muitas vezes, terras lendárias apenas especuladas, nunca visitadas.

Com o aperfeiçoamento dos métodos de checagem e refinamento das medições, os próximos séculos viram o surgimento de mapas mais precisos e úteis, sem tanta fantasia — é seguro dizer que, antes dos satélites, que tiraram a primeira foto espacial do mundo em 1959, tínhamos mapas precisos, sim. Só levava muito mais tempo para fazê-los, mesmo com a advento de fotografias aéreas.

Fonte: Facebook

Texto: Manuel Beninger

Fotos da Net

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Mosquito

 Este é o animal mais mortal do mundo.

O mosquito é o animal que mais provoca morte no mundo, sendo vetor de doenças que matam ou incapacitam milhões a cada ano. Com um corpo que parece uma máquina perfeita de matar, o mosquito tem em sua cabecinha exatamente 100 olhos. Em sua boca, que dificilmente pode ser vista ao microscópio, tem 48 dentes. No peito, um para o centro e dois para as asas, há 3 corações e em cada coração 2 aurículas e 2 ventrículos. Ele tem um receptor de calor para encontrar os seres vivos com calor, com uma sensibilidade de um milésimo de grau Celsius. Possui um analisador de sangue muito avançado, com um dispositivo anestésico e um anticoagulante para que sua vítima não reaja à picada e para absorver facilmente o sangue. Existe seis pequenas lâminas em seu tubo de sucção, onde quatro faz uma incisão quadrada e os outros dois forma um tubo para absorver o sangue. Eles também têm garras e ganchos nos pés para segurar sua fonte de alimento.

Autor: Desconhecido

Foto da net

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Jessye Mae Norman

 

(15 de setembro de 1945 – 30 de setembro de 2019)

Foi uma cantora de ópera e recitalista americana. Ela foi capaz de realizar papéis dramáticos de soprano, mas não se limitou a esse tipo de voz. Uma presença dominante nos palcos de ópera, concerto e recital, Norman foi associada a papéis incluindo Leonore de Beethoven, Sieglinde de Wagner e Kundry, Cassandre e Didon de Berlioz e Judith de Bartók. O crítico musical do The New York Times, Edward Rothstein, descreveu a sua voz como uma "grande mansão de som", e escreveu que "tem enormes dimensões, alcançando para trás e para cima. Abre para vistas inesperadas. Contém salas iluminadas pelo sol, passagens estreitas, corredores cavernosos. "

Foi uma das cinco crianças numa família de músicos amadores: a sua mãe e o seu avô materno foram pianistas, o seu pai um cantor num coral local. A mãe insistiu para que ela começasse a estudar piano desde pequena. Norman mostrou o seu talento vocal ainda criança, cantando música religiosa na Igreja Batista que frequentava.

Aos nove anos de idade, escutou pela primeira vez uma ópera e imediatamente se tornou uma fã do gênero. Começou a ouvir gravações de Marian Anderson e Leontyne Price, figuras que foram sua inspiração.

Aos 16 anos de idade participou na Competição Vocal Marian Anders, em Filadélfia, mas não conseguiu ganhar. No entanto, foi-lhe oferecida uma bolsa de estudos na Universidade de Howard, em Washington. Enquanto estudava, ela também cantou em corais universitários e como solista profissional na Igreja Templo Unido em Lincoln. Uma de suas professoras na época foi Carolyn Grant.

Em 1966, venceu a competição da Sociedade Nacional das Artes e Letras. Depois de se formar em 1967, começou a aprimorar-se no Conservatório Peabody em Baltimore e depois na Universiade de Michigan, onde recebeu o título de Mestra em 1968. Durante esse período, Norman estudou canto com Elizabeth Mannion e Pierre Bernac.

Depois de se formar, Norman, como muitos músicos jovens da sua época, mudou-se para a Europa para estabelecer a sua carreira. Em 1969, venceu a Competição Internacional de Música ARD em Munique e, por causa disso, assinou um contrato de três anos com a Ópera Alemã de Berlim, onde estreou no mesmo ano como Elisabeth em Tannhäuser, de Richard Wagner. Críticos descreveram Norman como "a melhor voz desde a soprano alemã Lotte Lehmann". Nos anos seguintes, apresentou-se com várias companhias de ópera italianas e alemãs.

Em 1970, fez a sua estreia em Itália com a obra Deborah de Handel. Em 1971, apresentou-se pela primeira vez no Maggio Musicale de Florença como Sélica de L'Africaine de Meyerbeer. No mesmo ano, fez o papel da Condessa Almaviva em Le Nozze de Figaro de Mozart no Festival de Berlim e posteriormente gravou a obra com a Orquestra BBC, sob a regência de Colin Davis.

Em 1972, Norman estreou no La Scala, onde cantou Aida de Giuseppe Verdi, e no Royal Opera House, Covent Garden, onde cantou o papel de Cassandra, de Les Troyens, de Hector Berlioz. Norman apareceu ainda como Aida em uma versão para concerto no Hollywood Bowl. No ano de 1993, em Nova Iorque ela apresentou o recital chamado "Great Performers", no Lincoln Center.

Em 1975, Norman mudou-se para Londres, onde fez óperas nos cinco anos seguintes. Depois disso, retornou para a América do Norte em 1976 e 1977 para fazer extensas turnês de recitais. Foi somente depois de se fixar na Europa que ela se apresentou nas maiores casas de óperas e festivais, incluindo o Festival de Edimburgo, o Festival de Salzburgo, o Festival de Aix-en-Provence, a Ópera de Stuttgart, entre outros. Nos anos 1970, viajou pela Europa em turnê com obras de Schubert, Mahler, Wagner, Brahms, Erik Satie, Olivier Messiaen e muitos outros compositores estadunidenses contemporâneos.

Em outubro de 1980, Norman retornou para as óperas com o papel título Ariadne auf Naxos, de Richard Strauss, na Ópera Estatal de Hamburgo. A sua estreia operística nos Estados Unidos viria apenas em 1982 com a Companhia de Ópera da Filadélfia, aparecendo em Oedipus Rex, de Ígor Stravinsky, e em Dido e Eneias, de Henry Purcell. Em 1983, fez sua estreia no Metropolitan Opera com Les Troyens, de Hector Berlioz, uma produção que marcou o centésimo aniversário da companhia. Cantou na celebração do sexagésimo aniversário da Rainha Elizabeth II, em 1986, ano em que também apareceu como solista das Quatro últimas canções (Vier Letzte Lieder) de Strauss com a Orquestra Filarmônica de Berlim em turnê nos Estados Unidos.

Norman morreu em 30 de setembro de 2019 em Nova Iorque, devido a um choque séptico e falência de múltiplos órgãos, na sequência de complicações causadas por uma lesão medular sofrida em 2015.

 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jessye_Norman

Fotos da net

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Panda-vermelho-do-Nepal



Nome Científico:  Ailurus fulgens fulgens

Ordem: Carnívora

Família: Procyonidae.

O Panda-vermelho-do -Nepal gosta das alturas e por isso vive nos montes Himalaias, entre 2200 e 4800 metros de altitude, distribuindo-se pelo Nepal, Butão, Tibete, Myanmar e Oeste da China, onde existam florestas temperadas de bambu. Este simpático animal tem uma densa pelagem de cor castanho-avermelhada, com riscas alternadas claras e escuras na cauda.

A cabeça é larga e o focinho relativamente curto, as orelhas são triangulares e brancas, tal como a máscara facial. Tal como o Panda-gigante, possui um falso polegar, que utiliza para arrancar as folhas do bambu, o seu alimento favorito.

O Panda-Vermelho-do-Nepal é tímido, solitário e territorial, marcando o território com urina e outras secreções. Para não se perder, vai marcando os trilhos com a ajuda de glândulas que possui na base das patas. É mais activo ao fim da tarde e de noite, aproveitando o dia para descansar ou tomar banhos de sol, no cimo das árvores. O seu alimento preferido é o bambu, tanto folhas como rebentos, mas também come raízes, bagas, líquenes, insectos e até ovos e crias de aves.

Os Panda-vermelhos-do-Nepal não são muito namoradeiros, por isso só formam casais na época de reprodução de Janeiro a Março. Depois de uma gravidez de 112 a 158 dias, as fêmeas dão á luz uma a quatro crias, que são amamentadas durante cinco meses. Aos 18 meses já são adultos e pode ir cada um á sua vida. Esta é uma espécie em perigo, segundo a União Internacional para a conservação da Natureza, ameaçada sobretudo pela destruição do habitat, resultante da exploração de madeiras, assim como pela caça para comércio da pele.

A alimentação específica, a baixa taxa de reprodução e a baixa densidade populacional também não ajudam à conservação da espécie.

Fonte: Revista Notícias Magazine

Texto: Autor: Desconhecido

Fotos da Net

domingo, 10 de setembro de 2023

Coxa de Perú

 

O Perú (Gallipavo Meleagris) selvagem é originário das regiões orientais, ocidentais e meridionais da América ocupada pelos Estados Unidos e México. Difundiu-se pelo planeta, e hoje é criado em muitas regiões. Assim, ganhou espaço na alimentação humana.

A carne branca e magra do peito é a parte mais comum, mais farta e a de mais fácil preparação, mas as coxas são mais saborosas e suculentas. Por serem mais irrigadas e mais enervadas, requerem uma cozedura prolongada. É justamente a presença de mais sangue e de mais colagénio que lhe dá mais sabor. O tempo de espera na preparação é compensado pelo resultado final. O calor húmido utilizado na preparação, combinado com o tempo prolongado de cocção, faz com que os tecidos conectivos derretam e lhe deem a suculência ideal. No caso do Perú, a separação em peças propicia melhor resultado para todas. Ao preparar a ave inteira, a coxa ainda está crua quando o peito já está pronto.

Por outro lado, quando a coxa atinge o ponto ideal, o peito já está seco. No nosso país, as receitas com o Perú inteiro são preparadas em especial no Natal e Ano Novo. Já o peito e as coxas são mais acessíveis e podem ser feitas no dia-a-dia, embora constituam carne de primeira qualidade para a preparação de pratos requintados. Os americanos são campeões no número de receitas com todas as partes da ave. Não comemoram, por exemplo, o Dia de Acção de Graças, na quarta quinta feira de Novembro, sem o Perú, inteiro ou em partes, homenageando-o por ter salvo da fome os primeiros emigrantes.

As coxas de Perú recheadas com batata-doce, castanhas, nozes, pão com ervas, frutos secos são apenas alguns exemplos.

Como se escolhe:

É facilmente encontrada nas grandes redes de supermercados, Mercados Municipais e vários talhos. A sua oferta é mais abundante nos períodos que antecedem as festas de Natal. A Coxa é vendida fresca ou congelada. Neste caso observe se está bem congelada, totalmente dura, sem nenhuma parte amolecida. A embalagem deve estar intacta, com informações sobre o produtor e o prazo de validade.

Depois de aberto, certifique-se que tem cheiro suave e se não apresenta manchas ou coloração estranha na pele e na carne. Descarte se a carne estiver melada ou com cheiro forte. Se for utilizar rapidamente, coloque a carne no frigorifico e prepare no máximo em dois dias.

Como se prepara:

Descongele no frigorífico (1 dia para 2 Kg de carne ou siga as instruções da embalagem). Depois de assada, não decore com alimentos crus, a não ser que o consumo seja imediato. Se descongelar no micro-ondas, use a carne a seguir, pois algumas partes começam a aquecer, o que facilita o desenvolvimento de bactérias. Para rechear, limpe os ossos e tendões. Com os ossos, prepare um caldo e use-o para fazer o molho. Se quiser a coxa em postas, peça ao vendedor que o faça com uma serra própria. Como é uma carne dura, cozinhe em caldo, durante 1 hora (1/2 hora na panela de pressão), ou asse no forno a 160ºC durante 2 horas, ou mais, se tiver recheio, coberto com papel alumínio.

Saúde:

Quem tem anemia com carência de ferro, pois a carne escura contém mais ferro que a branca (cada 100g de coxa de Perú assada com pele contém 2,3mg de ferro e 27,8g de proteínas).

É óptima para adultos e crianças, porque é um alimento nutritivo, com proteínas de óptima qualidade.

É mau para: Pessoas que fazem controlo de colesterol e triglicéridos, porque a carne da coxa tem mais gordura (é mais calórica que a carne do peito); nestes casos, prefira a carne do peito. Cada 100g de coxa de Perú assada tem 85mg de colesterol.

Fonte: Revista Caras

Texto: Autor: Desconhecido

Fotos da Net