segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Pernil de Cabrito

 

Os caprinos constituem uma subfamília dos bovídeos. Em boa parte da história, as cabras (capra hircus) foram os únicos animais a fornecer o leite para a alimentação humana.

O Cabrito, cria da cabra, pode ser abatido com oito a doze semanas, quando pesa entre seis e oito quilos. Se abatido com um ou dois anos, pesa entre onde a vinte quilos. Depois dos dois anos, alcança até trinta quilos, mas tem a carne mais rija, indicada em especial em receitas em que a cozedura é mais demorada.

A carne de cabrito é considerada magra, porem a proporção de musculo e gordura varia com o peso, a raça, e a idade. Independente disso, é uma fonte proteica de alto valor biológico. Quando comparada com a carne bovina, tem propriedades equivalentes e apresenta um teor de gordura 50% a 65% inferior.

Embora magra, a carne de cabrito retém uma boa quantidade de água, o que evita que seque quando é preparada. Por isso, é óptima para confeccionar salsichas e vários enchidos. O seu sabor, apreciado por uns, odiado por outros, parece estar associado aos ácidos graxos da gordura subcutânea. O pernil é excelente assado inteiro no forno e esparregado ou brócolos e batatas, como se faz em Itália. Desossado, pode ser cortado em pedaços ou moído e preparado em forma de ensopado, bolinhos, pastéis, almondegas, espetadas, e bolos de carne. Fica bem acompanhado com puré de castanhas, molhos apimentados e frutos, como groselhas e mirtilos.

O pernil, por ser um corte grande, é uma óptima opção para as festas de Natal, final de ano e Páscoa.

Como se escolhe:

Encontra-se tanto fresco como congelado em todos os talhos, Mercados Municipais ou Supermercados. A oferta maior é entre as Festas do Natal e a Páscoa. A cor da gordura indica se o animal era jovem ou velho. No jovem, de carne mais macia, a gordura deve ser clara e a carne rosa-avermelhada. Evite se tiver cor vermelha forte e gordura amarelada, pois o cheiro será mais forte e demorará mais a cozinhar.

Se a carne estiver congelada, leia o rótulo as especificações dom produtor e a validade. Veja se a embalagem está intacta, a carne congelada, sem partes amolecidas, e se está bem armazenada. Após descongelar, prepare no mesmo dia.

Como se prepara:

Se for fresco, conserve no frigorifico próximo do congelador. Se não for usar em três dias, embrulhe em película aderente e mantenha congelado durante no máximo seis meses. Para a carne ficar mais saborosa, deixe de molho durante doze horas em marinada de vinho tinto ou vinagre, sal, alho, louro, alecrim, pimenta e salva.

Deve ser cozida ou assada lentamente, em baixa temperatura, com parte da marinada. O tempo de cocção e a intensidade de calor dependem da idade do animal. Calcula-se de 90 a 120 minutos para 1,5kg de pernil inteiro desossado e de 120 a 150 minutos para 2,5kg de pernil com osso (a 160ºC em forno baixo).

Saúde:

É bom para: Quem faz regime de emagrecimento, pois, retirada a gordura aparente, proporciona poucas calorias.

Esta carne é indicada para fornecer ás dietas proteínas de alto valor biológico. Cada 100g de carne crua de pernil de cabrito contém 109 calorias e 20,6g de proteínas.

É mau para: Pessoas que fazem dieta hipoproteica, como no caso de certas doenças renais e hepáticas, porque possui um alto teor de proteínas.

 

Fonte: Revista Caras

Texto: Autor: Desconhecido

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domingo, 24 de setembro de 2023

Aranha Thwaitesia Argentiopunctata

Nome binomial - Thwaitesia argentiopunctata - Arco-íris 1916

Esta imagem não é uma fotografia de uma escultura ou peça delicada de joalharia. É uma aranha verdadeira.

É uma espécie de aranha encontrada em todos os estados da Austrália. O comprimento do corpo é de cerca de 3 mm (0,12 pol) para os machos, 4 mm (0,16 pol) para as fêmeas. O abdômen é atraentemente padronizado com creme, verde, amarelo e vermelho.

Estes animais, chamados aranha-espelho, são membros de diferentes espécies do género Thwaitesia Argentiopunctata, que engloba as aranhas que têm manchas prateadas refletoras no abdómen.

As manchas parecem pequenos pedaços de vidro colado nas costas das aranhas, mas têm a capacidade de mudar de tamanho no caso de o animal se sentir ameaçado.

Os falsos espelhos são compostos de guanina refletora, substância que dá cor a estas e às restantes espécies de aracnídeos. Não existe muita informação sobre estes animais, mas sabe-se que podem ser encontradas em todo o território australiano. O tamanho do corpo varia entre os três e os quatro milímetros, dependendo se é fêmea ou macho. 

Fonte: Wikipédia, https://greensavers.sapo.pt/

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sábado, 23 de setembro de 2023

Apache Gerónimo

Gerônimo (Goyaałé, traduzindo da língua apache, "O Que Boceja"; frequentemente soletrado Goyathlay em inglês) (16 de junho de 1829 Fort Sill, 17 de fevereiro de 1909) foi um líder indígena da América do Norte, comandou os apaches chiricahua que, durante muitos anos, guerrearam contra a imposição posta pelos brancos nas reservas tribais aos povos indígenas dos Estados Unidos.

Gerônimo era guerreiro de Cochise e depois opôs-se a ele quando dos acordos com os estadunidenses. Tornou-se o mais famoso dos chamados "índios renegados". Resistiu heroicamente, mas rendeu-se ao ter uma visão de um trem passando nas suas terras. Foi preso e passou 22 anos prisioneiro, até a data de sua morte.

Biografia

(Gerônimo com seu arco e flecha.)

Goyaałé (Geronimo) nasceu em Bedonkohe, próximo a Turkey Creek, atual Novo México (EUA), mas na época parte do México.

O pai de Gerônimo era chamado de Tablishim, Juana era o nome da mãe. Ele foi educado de acordo com a tradição Apache. Casou com uma mulher Chiricauhua e teve três filhos. Em 5 de Março de 1851, uma companhia com 400 soldados de Sonora, liderados pelo Coronel José María Carrasco atacou o acampamento de Gerônimo. No ataque foram mortos a mulher de Gerônimo, Alope, seus filhos e mãe. O chefe da tribo, Mangas Coloradas, juntou-se à tribo de Cochise, que estava em guerra contra os mexicanos. Foi nessa época que se acredita ter Gerônimo ganhado seu apelido, que seria uma referência dos mexicanos a São Jerônimo, depois de ele matar vários soldados à faca em uma batalha.

Antes dos mexicanos, os apaches da região de Sonora lutaram contra os espanhóis em defesa de suas terras. Em 1835, o México estabeleceu recompensas pelos escalpos dos Apaches. Mangas Coloradas começou a liderar os ataques aos mexicanos, dois anos depois. Na sua luta com ele, Gerônimo agia como um líder militar, sem ser chefe da tribo. Ele casou-se novamente, com Chee-hash-kish e teve mais dois filhos, Chappo e Dohn-say. Teve uma segunda esposa, Nana-tha-thtith, e ganhou outro filho. Depois teria mais esposas: Zi-yeh,She-gha, Shtsha-she e Ih-tedda. Algumas foram capturadas, como Ih-tedda. Estava com Gerônimo quando ele se rendeu.

(Ta-ayz-slath, mulher de Geronimo, e filho.)

Durante 1858 a 1886, Gerônimo atacou tropas mexicanas e estadunidenses, e escapou de diversas capturas. No final da sua carreira guerreira, o seu bando contava com apenas 38 homens, mulheres e crianças. Seu bando tinha sido uma das maiores forças de índios renegados, ou seja, aqueles que recusaram os acordos com o governo dos Estados Unidos. Gerônimo rendeu-se a 4 de Setembro de 1886 às tropas do General Nelson A. Miles, em Skeleton Canyon, Arizona, colocando um fim no episódio chamado de Guerras Apache.

Geronimo e outros guerreiros foram prisioneiros em Fort Pickens, Flórida, e suas famílias enviadas para o Fort Marion. Reuniram-se em 1887, quando foram transferidos para Mount Vernon Barracks, Alabama. Em 1894, mudaram para Fort Sill, Oklahoma. No fim da vida, Gerônimo tornou-se uma celebridade, aparecendo em eventos populares tais como a Feira Mundial de 1904 em St. Louis, vendendo souvenirs e fotografias dele mesmo. Em 1905 Gerônimo contou a sua história a S. M. Barrett, Superintendente de Educação de Lawton, Oklahoma. Barrett apelou ao Presidente Theodore Roosevelt para publicar o livro.

Geronimo nunca retornou à terra onde nasceu; morreu de pneumonia em Fort Sill, em 1909, e foi enterrado como prisioneiro de guerra.

Geronimo

Geronimo... no dia 17 de fevereiro de 1909, Geronimo morre de pneumonia aos 80 anos, enquanto ainda era um prisioneiro de guerra em Fort Sill, Oklahoma. Esta rara imagem de cartão de gabinete mostra o grande líder da Resistência Apache encostado  a uma árvore.  Fotografado por William E. Irwin, em Chickasha, Território Indígena com inscrição em escrita de época no verso das cartas, "Jeronamo (sic), da tribo Apache, agora em cativeiro em Ft. Sill." 

"Estamos a desaparecer da terra,  ainda não posso pensar que somos inúteis ou Usen não teria nos criado.  Ele criou todas as tribos de homens e certamente teve um propósito justo ao criar cada uma.  Para cada tribo de homens que Usen criou, ele também fez um lar.  Na terra criada para qualquer tribo em particular, ele colocou o que fosse melhor para o bem-estar daquela tribo.  Quando Usen criou os apaches, ele também criou os seus lares no oeste.  Ele deu a eles grãos, frutas e caça conforme eles precisavam comer.  Para restaurar a saúde deles quando a doença os atacou, Ele fez muitas ervas diferentes crescerem.  Ele os ensinou onde encontrar essas ervas e como prepará-las para a medicina.  Ele lhes deu um clima agradável e tudo o que precisavam, como roupas e abrigo, estava à mão.  Assim foi no começo: os apaches e seus lares, cada um criado para o outro pelo próprio Usen.  Quando são retirados dessas casas, adoecem e morrem. Quanto tempo vai demorar até que se diga que não há apaches?"  Geronimo, 1906.

Gerónimo falava sempre do seu desejo pelo eventual retorno do seu povo às suas terras ancestrais no Arizona. 

(Geronimo's grave at Fort Sill, Oklahoma, in 2005)

Tragicamente, a sua vida terminou em Fort Sill, Oklahoma, longe das amadas terras das quais ele foi tirado à força e aprisionado pelo governo dos Estados Unidos por defender suas terras.

Bedonkohe Apache líder Geronimo [Goyaałé], Mescalero-Chiricahua

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Geronimo

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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Evolução


Das árvores para o chão

Desde que Charles Darwin criou a sua teoria da evolução das espécies que se discute como é que o homem chegou à sua forma actual de caminhar, vertical e bípede. Nova luz é feita sobre o assunto.

Até agora pensava-se que o homem tinha deixado de andar apoiado em quatro membros e passado para a posição bípede, quando começou a manusear ferramentas, porque precisava dos braços e mãos para isso. Mas agora, parece que a mesma frase que Neil Armstrong disse quando chegou á lua podia ter sido proferida pelo antepassado do homem, se soubesse falar, quando saltou de cima das árvores para o chão: «Um pequeno salto para o homem, um grande salto para a humanidade.» É pelo menos isso que defende um recente estudo que, atraves da análise do osso do pulso de fosseis do antepassado do homem e dos seus parentes mais próximos, como o gorila, o chimpanzé e o bonobo, chegou á conclusão de que este não caminhava apoiado nos quatro membros, como os gorilas, mas em vez disso andava em cima das árvores, como os cimpanzés e os bonobos. Terá sido portanto quando saltou das árvores para o chão que se tornou bípede, ou seja, passo a andar direito e só apoiado nas duas pernas.

Fonte: DN

Texto/autor: Desconhecido

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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Átila

 

A última embriaguez de Átila

Átila, o sanguinário rei dos hunos, que no século V espalhou por toda a Europa a morte e a destruição, não morreu no campo de batalha nem por qualquer golpe do inimigo. Sucumbiu simplesmente embriagado!

Tendo resolvido aumentar o número das suas mulheres, entre as quais contava uma filha, caprichou em desposar uma formosíssima rapariga chamada Ildico.

O acontecimento foi assinalado por ruidosos festins, durante os quais o famoso rei bárbaro bebeu em demasia. O vinho subiu-lhe á cabeça e quando recolheu com a noiva aos aposentos deitou-se pesadamente de costas, vencido pelo álcool. Uma apoplexia vitimou-o pouco depois.

Os seus oficiais foram encontra-lo já sem vida e como a noiva chorava copiosamente junto ao corpo, puseram-se a arrancar os próprios cabelos e a golpear profundamente o rosto, dizendo que era com lágrimas de sangue que se devia chorar tão grande Rei.

As tropas formadas em volta dos aposentos reais cantaram, em gritos de desespero, as proezas do Rei morto, até que se preparou outro banquete em que de novo se comeu e bebeu excessivamente.

O corpo de Átila foi encerrado em três caixões, uns dentro dos outros, um de ferro, um de prata e o terceiro de ouro, juntamente com algumas armas tomadas ao inimigo e vários adornos.

O cadáver foi enterrado de noite, em segredo, o os escravos que abriram a sepultura foram degolados para que não pudessem revelar o local da inhumação.

Fonte: Livro Ler e Crer -Setembro 1945

Texto/autor: Desconhecido

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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Lichen Katydid, Markia hystrix

Eis o Lichen Katydid, Markia hystrix, uma criatura fascinante vinda das paisagens exuberantes da América Central e do Sul !!!

Infelizmente, este incrível Katydid corre o risco de desaparecer para sempre, pois seu habitat natural é devastado pela atividade humana ...

Apesar de ser uma descoberta relativamente recente, este notável gafanhoto já chamou a atenção de cientistas e entusiastas da natureza em todo o mundo. 

 

Este Katydid carrega a camuflagem mais interessante do que qualquer outra espécie conhecida de Katydid. 

Cada centímetro de seu corpo esguio é coberto por saliências que criam a ilusão perfeita de líquen, permitindo que ele se misture perfeitamente ao ambiente e evite a detecção de predadores.

Mas ainda há muito mais a aprender sobre essa criatura misteriosa. Os cientistas estão ainda a começar a arranhar a superfície do que torna o Lichen Katydid tão especial. O que sabemos, porém, é que ela ocupa um papel vital na intrincada teia da vida que existe em seu habitat.

Fonte: Divulgação de fatos e conhecimentos: ciências e afins.

Texto/autor: Desconhecido

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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Saúde

Dormir alivia o stress.

O ritmo frenético da vida actual resulta, muitas vezes, em poucas horas de sono. Em causa está, por exemplo o stress diário acumulado. Os especialistas afirmam, no entanto, que uma noite bem dormida ajuda a enfrentar as dificuldades que se apresentas à luz do dia. Durante a noite, o nosso cérebro activa processos de memória e de resolução de conflitos através dos sonhos. Daí a expressão: “A almofada é a melhor conselheira.”

Beba água antes das refeições

Quer emagrecer? Segundo um estudo norte-americano, beber água antes das refeições ajuda a pessoa a perder ainda mais peso. Os cientistas concluíram que quem segue uma dieta pode emagrecer cerca de dois quilos, se ingerir dois ou três copos de água antes de comer.

Vitamina D protege ADN

 

Segundo um estudo britânico, os cientistas  conseguiram localizar pontos de interacção entre vitamina D e o ADN, identificando mais de 200 genes influenciados por esta substância. A vitamina D, produzida naturalmente pelo corpo através da exposição ao sol, pode proteger o organismo, ao evitar o desenvolvimento de doenças como o cancro, a diabetes, a artrite e a esclerose múltipla.

Sabia que…

… comer alho cru e beber sumo de limão natural diariamente faz bem à saúde? Entre outros benefícios, sublinhe-se o facto destes alimentos melhorarem a circulação sanguínea, fortalecerem o coração e diminuírem a tensão arterial.

 

Fonte: Revista Maria

Texto/Autor: Desconhecido

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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Sicília

 Sicília

A outra Itália e o seu vulcão

A ilha que parece uma bola chutada pela «bota» continental tem uma imagem de marca que também passa por um dialecto nascido de várias línguas.

A maior ilha de Itália tem um dialecto só seu que surgiu de influências do árabe, do grego, do Inglês ou do lombardo, quer dizer, é um reflexo e memória de sucessivos encontros entre quem vivia na ilha e foi sendo exposto a sucessivas invasões.

(Vista do Vulcão Etna da Cidade de Catania.)

Os gregos fundaram na ilha a sua primeira colónia, em 743 a.C., seguidos pelos cartagineses, os romanos, os bizantinos, os árabes, os normandos, os suábios (alemães), os franceses da Casa de Anjou, os aragoneses, os italianos da casa de sabóia e de novo os espanhóis, já sobre a dinastia de Bourbon. Mas não é só a peculiaridade linguística que afirma a Sicília no imaginário até daqueles que nunca puseram o pé em nenhum lugar da actual Itália, cuja unificação só foi conseguida no século XIX.

A emigração para os Estados Unidos também serviu para exportar aquilo que se tornaria matéria-prima para as salas de cinema. A máfia e os seus jogos de poder e muito sangue são também uma imagem de marca de uma ilha que está longe de ser uma das menos modestas regiões de Itália.

Tirando esse facto, a Sicília tem ainda outra força poderosa sempre presente. Chama-se Etna e é um vulcão. Continuamente a ronronar, é uma tradição imperdível, que impõe admiração e, claro, respeitinho. Porque afinal, pode muito bem acontecer ele ter um súbito ataque de tosse quando o turista está ali perto, a admirar a sua respiração.

(Sicília, Palermo a Taormina: Monte Etna, Siracusa, Agrigento.)

Palermo, a capital, localizada na Costa Norte da ilha, é a maior cidade da Sicília e a quinta mais populosa de Itália (mais de um milhão de habitantes), depois de Roma, Milão, Nápoles e Turim. É também o principal centro cultural, histórico e económico da região.

(Cidade de Ragusa, Sicília)

Ragusa (classificada Património da Humanidade) e a muito mais conhecida.

(Cidade de Siracusa, Sicília)

Siracusa são duas outras cidades que fazem parte do roteiro quase obrigatório de quem, indo uma vez à Sicília, pode supor que aquela primeira visita será também a última.

Por toda a ilha há praias, e quem gosta de estender a toalha classificá-las-á de soberbas: de areia branca, de seixos, de rocha.

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

(Praia em Palermo: Mondello, Sícilia)

À de Mondello, junto ás mansões dos aristocratas, há quem chame o «quintal» de Palermo. Nesta ou noutras, os sabores da gastronomia local são outra das atracções que podem começar por um nada indigesto chá gelado com menta ou um granizado de café. Em simples cafés à beira das estradas lá estão as bruschette (pão tostado com queijo, tomate e molhos vários) ou as bolas de carne e arroz, panadas, chamadas arancini.

E pasta, evidentemente muita pasta ( as massas, em português).

E gelados, que toda a Itália é famosa por eles.

Peculiaridade que não constará nos manuais de História ou das maravilhas geográficas é o modo de condução dos sicilianos. O Código da estrada é assumido como uma espécie de sugestão de regras a cumprir, pelo que os traços contínuos estão gastos de tanto serem pisados. E como, se estivessem numa tarantela, os condutores olham-se nos olhos e sabem quando deve avançar ou parar: nos cruzamentos, os carros e as motos lá vão passando, quase sempre sem discussões ou buzinadelas. Tarantella é uma dança popular e composição musical de carácter vivo, caracterizada pela troca rápida de casais…

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

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domingo, 17 de setembro de 2023

Os sete anões de Auschwitz

Nesta história também havia sete anões. Também viviam numa aldeia. Também se entretinham com música. Também andavam sorridentes. Mas não eram só homens, nem sequer tinham barba, como as personagens da lenda popular recolhida pelos irmãos Grimm há 201 anos. Estes anões reais pareciam bonecos de porcelana e andavam impecavelmente arranjados, segundo os relatos dos anos 30 e 40.

Por essa altura, os descendentes do judeu Shimshon Eizik Ovitz, também anão, eram famosos na Europa Central pelos seus espectáculos com “performances únicas”, mas caíram no esquecimento. A vida dos Ovitz (em especial a forma como sobreviveram ao Holocausto) só voltou a ser falada quando a estação Britânica ITV transmitiu na série Perspectivas o documentário Os Sete Anões de Auschwitz, história escolhida e narrada pelo actor anão Warwick Davis.

Quando os sete anões da Branca de Neve de Walt Disney surgiram no cinema, em 1937, os de origem romena, da aldeia de Rozavlea, tornaram-se estrelas. Eram a Trupe Lilliput e num espectáculo itinerante de duas horas interpretavam temas em iídiche (idioma judaico), húngaro, romeno, russo e alemão. E cada um tocava um instrumento miniatura. Por exemplo, Perla ficava com a guitarra, Rosyka e Franzika com os violinos. Frieda com o címbalo (de percussão com baquetas), Mieki com o acordeão e Elizabeth com o tambor. Tinham uma carreira de êxito, até  que na sexta-feira 19 de Maio de 1944 foram deportados para o maior campo nazi de extermínio de judeus: Auschwitz.

Á saída do comboio, os Ovitz não passaram despercebidos aos guardas SS, nem ao médico Josef Mengele, conhecido como O Anjo Exterminador. Mengele viu-os como extraordinárias cobaias humanas. “Queria descobrir as causas psicológicas e biológicas do nazismo e demonstrar a teoria racial, segundo a qual os judeus haviam degenerado numa estripe de anões e aleijados”, escreveu o jornal espanhol El Mundo.

Para concretizar as experiências, Mengele ofereceu-lhes condições privilegiadas: podiam usar penicos em vez de latrinas; manter a roupa e não rapar o cabelo. Em contrapartida, eram constantemente obrigados a recolhas de sangue e extracções de medula óssea, dentes, cabelos e pestanas. Mas a camara de gás estava reservada à família Ovitz, como a todos os outros. Um dia, os soldados empurraram-nos a todos, despidos, para as salas da morte. A execução colectiva foi interrompida por um grito: “Onde está a minha família de anões?!” Era Mengele. Continuaram vivos e a servir-lhe de cobaias.

Segundo ElizabethOvitz, o médico retirava fluidos da coluna vertebral dos anões, fazia diversos tipos de testes invasivos, incluindo ginecológicos e cerebrais, além de invadir regiões sensíveis como a boca e o nariz. O médico chegou a obrigar a família a ficar nua na frente do exército nazista, para que ele pudesse explicar suas conclusões sobre o nanismo.

Esse pesadelo durou sete meses, até que o campo de concentração fosse libertado, em janeiro de 1945. Os Ovitz retornaram então para Rozavlea, ao chegarem perceberam que a cidade estava um caos, assim como toda a Europa, porém, os seus bens ainda estavam escondidos no mesmo lugar.

Com esse dinheiro, eles migraram durante algum tempo até encontrarem seu novo lar em Israel, onde continuaram com apresentações da trupe até 1955. Os irmãos decidiram encerrar a companhia depois disso, já que estavam fisicamente muito desgastados.

Os anões viveram por muitos anos depois da tragédia pela qual passaram. Micki e Avram morreram em 1972, aos 69 e 63 anos respectivamente. Freida faleceu em 1985, aos 70 anos. Franzika morreu em 1980, aos 90 anos de idade, em 1984, foi a vez da primogênita Rosika, que se foi aos 98 anos. Elizabeth morreu aos 78 anos, em 1992. E Perla foi a última da família a morrer, em 9 de setembro de 2001, aos 80 anos.

A linhagem dos Ovitz continuou com o legado artístico da família, os anões homens tiveram filhos de altura normal, porém, as mulheres jamais conseguiram engravidar devido às experiências em Auschwitz.

O médico cruel

Josef Mengele mandou queimar outros anões do campo de extermínio.

Mengele era obcecado com anões e não os poupava em Auschwitz. Três meses antes da chegada dos Ovitz, o médico ordenou que queimassem os esqueletos de um anão corcunda e do filho. E mandou imergir em ácido o cadáver de outro anão.

Fonte: Revista Sábado

Texto: Raquel Lito

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sábado, 16 de setembro de 2023

O que pensavam os Jónios

(Mapa da antiga Jônia, no lado oriental do mar Egeu.)

A Escola Jónica é a primeira a ser conhecida dentre as várias escolas filosóficas da Grécia Antiga, fonte donde emanaram as mais remotas luzes da cultura ocidental.

Temos de remontar ao século VI a.C., à cidade de Mileto, capital da Jónia, na Ásia Menor. Aí encontramos uma filosofia – o vocábulo, constituído por Pitágoras, aparece pela primeira vez com Heródoto – bem diferente da actual: uma filosofia influenciada por Teogonias e Cosmogonias, aceitando ingénuas explicações tradicionais; filosofia que a evolução da vida pública e privada, como a religião, tornava necessária na Grécia.

(Pitágoras sobre o propósito da vida e o significado da sabedoria.)

Os «físicos» procuravam, em investigações de caracter prático, explicar a formação do Universo, tornando-o inteligível, bem como o aparecimento do homem nesse Universo: inteligível sendo para eles tudo o que pode reduzir-se a um princípio.

A multiplicidade de aspectos do mundo actual deve corresponder uma origem simples. O processo seria, portanto, passar dessa multiplicidade à unidade, justificando racionalmente a evolução, passar do sensível ao inteligível.

Três nomes cumpre citar falando dos «físicos» de Mileto, a saber: Tales, Anaximandro e Anaximeno. O primeiro nada escreveu e os restantes, autores de obras sobre a Natureza, são como Tales, apenas conhecidos através de informações de Aristóteles e seus contemporâneos.

(Aristóteles (384 a.C.) - Teologia e Moral.)

Aristóteles apresenta-os como investigadores buscando a matéria constituitiva das coisas, mas nada nos permite afirmar que tenham levado tão fundo as suas pesquisas, muito embora procurassem um princípio que desse a explicação do Universo.

(Tales de Mileto foi um importante pensador, filósofo e matemático grego pré-socrático. É considerado, por alguns, o "Pai da Ciência" e da "Filosofia Ocidental")

Para Tales a quem atribuíram estudos de astrologia, previsão de eclipes e ensino da imortalidade da alma, esse princípio era a água – o elemento húmido – certamente pela observação directa da maneira como se geram e formam animais e plantas naquele elemento (a geração espontânea era então aceita). Da água saíram tôdas as coisas.

Ao infinito, o «apeiron» como lhe chamava, atribuía poder creador Anaximandro; um infinito de matéria indeterminada, caos de elementos indistintos. A diferença qualitativa está já marcada desde o começo das coisas. O «apeiron» não é sólido nem líquido, quente ou frio; é, antes, a origem do sólido e do líquido, do quente como do frio.

(Anaximenes de Mileto “O ar infinito é o princípio original do qual provém tudo que caminha para a existência”)

Anaximenes precisa a natureza do Infinito de Anaximandro, identificando-o ao Ar. O Universo é um ser grande que uma vida anima; a respiração é-lhe indispensável, por isso, o Ar é causa primeira que envolve o mundo inteiro com seu poder criador e penetra em todas as coisas como a alma no ser vivo.

(Anaximandro de Mileto (em grego antigo ναξίμανδρος; Mileto, Jônia; c. 610 aC - c. 545 aC) foi um filósofo e geógrafo da Grécia Antiga. Discípulo e seguidor de Tales, e companheiro e professor de Anaxímenes, considerava que o princípio de todas as coisas (arché) é o apeiron. Ele é creditado com apenas um livro, conhecido como On Nature. O livro se perdeu-se e a sua palavra chegou até a atualidade através de comentários doxográficos de outros autores. A ele também é creditado um mapa terrestre, a medição dos solstícios e equinócios por meio de um gnômon, trabalhos para determinar à distância e o tamanho das estrelas e a afirmação de que a Terra é cilíndrica e ocupa o centro do universo.)

Explicação do Universo feita por causa simples e naturais, no que diferem, portanto, estes pensadores das primitivas teogonias e cosmogonias, que aceitavam plenamente o maravilhoso mitológico.

Nestes filósofos há, se não um passo para o ateísmo, uma diminuição de importância do papel divino na criação.

Fundados nessas, hoje consideradas ingénuas investigações descrevem-nos o mundo das maneiras mais variadas: Para Teles e Anaximeno, um disco plano flutuando respectivamente nas águas e no ar; para Anaximandro, uma coluna cilíndrica de base em diâmetro igual a 1/3 da altura, sendo a base superior – onde vivem os homens – abaulada.

O problema da matéria – como atrás foi dito – não se pode bem afirmar que tenha sido posto por estes sábios, como Aristóteles pretende. Eles buscavam antes, levados por uma curiosidade compreensível num povo de navegadores, resolver problemas de técnica científica e, explicar fenómenos astronómicos, propagando a notável herança de Egípcios e Assírios.

São mais importantes como divulgadores, estando a sua originalidade, sobretudo na escolha de imagens – quási sempre tiradas da arte da observação directa – e o seu mérito no interesse com que se lançam na busca do inacessível. 

Fonte: Revista Ver e Crer Nº3 Julho 1945

Texto:  Nuno Gaivão

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