sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aquilino Ribeiro

(foto da net)

Aquilino Ribeiro nasce a 13 de Setembro de 1885 em Carregal de Tabosa, concelho de Sernancelhe. Aos 10 anos, vai residir com os pais para Soutosa,onde faz a instrução primária. Transita depois para Lamego e Viseu, onde chega a frequentar o seminário, abandonando-o por falta de vocação.
Em 1906 muda-se para Lisboa e, em pleno período de agitação republicana, começa a escrever os primeiros artigos em jornais. Em 1907, devido à explosão de uma bomba é preso. Mas consegue evadir-se e, entre 1908 e 1914, divide a sua residência entre Paris e Berlim.
Em 1914, com a eclosão da I Grande Guerra, volta a Portugal. Em 1918 publica o primeiro romance, A Vida Sinuosa, que dedica à memória do seu pai, Joaquim Francisco Ribeiro.
A convite de Raul Proença, entra em 1919 para a Biblioteca Nacional. A partir desse ano, escreve incessantemente: Terras de Demo (1919), O Romance da Raposa (1924), Andam Faunos Pelos Bosques (1926), A Batalha Sem Fim (1931) e muitos outros títulos.
Envolvido em revoltas contra a ditadura militar, no Porto e em Viseu, exila-se por duas (1927 e 1928) vezes em Paris, onde casa por segunda vez ( aprimeira mulher falecera). A partir de 1935 o seu labor literário torna~se mais fecundo: Volfrâmio (1944), O Arcanjo Negro (1947), O Malhadinhas (1949), A Casa Grande de Romarigães (1957), Quando os Lobos Uivam (1958), este último apreendido pela cencura e protexto para um processo em tribunal. Entretanto, viaja: Brasil; Londres; Paris.
Em 1963, durante as comemorações do 50º aniversário do seu primeiro livro - promovidas pela Sociedade Portuguesa de Escritores, então presidida por Ferreira de Castro - adoece inesperadamente.
Morre a 7 de Maio de 1963, no Hospital da CUF, com 78 anos.
Obras:
Contos

- A Filha do Jardineiro (1907)
- Jardim das Tormentas (1913)
- Valeroso Milagre (1919)
- Estrada de Santiago, onde se inclui O Malhadinhas (1922)
- Quando o Gavião Cai a Pena (1935)
- Arca de Noé I, II e III (todos de 1963)
- Sonhos de uma Noite de Natal (1934)

Romances e Novelas

- A Via Sinuosa (1918)
- Terras do Demo (1919)
- Filhas da Babilónia (1920)
- Andam Faunos pelos Bosques (1926)
- O Homem que matou o Diabo (1930)
- A Batalha sem Fim (1932)
- As Três mulheres de Sansão (1932)
- Maria Benigna (1933)
- Aventura Maravilhosa (1936)
- S. Bonaboião, Anacoreta e mártir (1937)
- Mónica (1939)
- O Servo de Deus e a Casa Roubda (1941)
- Volfrâmio (1943)
- Lápides Partidas (1945)
- Caminhos Errados (1947)
- O Arcanjo Negro (1947)
- Cinco Réis de Gente (1948)
- A Casa Grande de Romarigães (1957)
- Quando os Lobos Uivam (1958)
- Casa do Escorpião (1963)
- O Romance da Raposa (1959)
Fonte: Biblioteca / Centro de Recursos
E. S. C. - Projecto Leituras Acordadas

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Lançador Iraniano


A Rússia está preocupada com os progressos da indústria aeroespacial iraniana.Mais precisamente, com o que um teste de um foguetão anunciado como destinado a lançar num futuro satélite de investigação científica pode esconder. Será que ao desenvolver a tecnologia balística, Teerão está na verdade a criar mísseis capazes de levar cada vez mais longe cargas nucleares?
O teste de segunda-feira que serviu também para inaugurar um novo centro espacial iraniano inquietou os norte-americanos e, agora, os russos. "Qualquer movimento para criar uma potencial nova arma preocupa-nos, a nós e a muitos outros", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Losiukov. " Ainda por cima porque há suspeitas de que o Irão quer produzir armas nucleares", acrescentou, citado pelas agências noticiosas russas Ria Novosti e Interfax.
A televisão iraniana transmitiu imagens do lançamento de um foguetão bastante parecido com o míssil Shahab-3, dizia a AFP. Mas não foram adiantados pormenores sobre a potência ou o alcance do lançador. E a tecnologia usada para criar foguetões e mísseis é, até certo ponto, basicamente a mesma. Foi assim que Serguei Koroliov se tornou o pai da cosmonáutica russa, enquanto desenvolvia novos mísseis balísticos intercontinentais.
Até agora a Rússia mostrava-se bastante mais relaxada do que o Ocidente quanto á possibilidade de o Irão estar a produzir combustível nuclear com pureza suficiente para ser usado em armas. Até está a fornecer urânio para a central nuclear iraniana de Bushehr. Estas declarações de Losiukov podem, por isso, revelar um endurecimento da posição russa face a Teerão, sublinha a Reuters.
O Irão, no entanto, mantém uma postura de desafio. " Não somos responsáveis pelas preocupações dos outros. E também não vemos motivo para preocupações", disse o porta-voz do Governo Gholamhossein Elham, em resposta às críticas norte-americanas após o teste do foguetão.

Fonte: Jornal Público de 7 de Fevereiro de 2008
Clara Barata

O Trabalho faz mal à saúde

(foto da net)

Trabalhar provoca danos mentais e físicos. Quem o diz é a Agência Europeia para a segurança e a Saúde no Trabalho, que concluiu que a insegurança, o desgaste emocional, a difícil conciliação com a vida pessoal e a intensificação da carga horária causados, actualmente, pelo mercado de trabalho é um dos maiores desafios que os trabalhadores europeus enfrentam, refere o organismo. De acordo com o Observatório Europeu dos Riscos, apresentado recentemente, prevê-se que as doenças relacionadas com a ansiedade provocada pelas exigências de carreira aumentem significativamente nos próximos anos. Hoje em dia, esta patologia já afecta 22 por cento dos empregados, estimando-se que a produtividade diminua entre 50 e 60 por cento à custa deste fenómeno. Em 2002, o custo económico anual associado a este problema rondou os 20 mil milhões de euros na Europa a 15, acrescenta a agência.
O relatório refere que uma das principais causas deste cenário é o aumento do trabalho precário, com os consequentes riscos para a saúde dos trabalhadores, que "tendem a efectuar tarefas mais perigosas e em piores condições e a receber menos formação em matéria de segurança". A intensificação do volume de trabalho, os casos de intimidação e a dificuldade em manter um equilíbrio entre as horas dedicadas à vida profissioal e à pessoal também são apontadas como negativas para o bem-estar dos europeus empregados. Jukka Takala, director da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, defende que "é necessário monitorizar e melhorar constantemente os ambientes de trabalho a nível psicossocial, a fim de criar empregos de qualidade". No próximo mês de Abril, o organismo vai organizar um "Workshop" sobre esta matéria, tendo em vista a definição de soluções para os problemas encontrados, com base na opinião de especialistas, de decisores políticos e de representantes dos empregados e do patronato na Europa.


Fonte: Jornal Público de 8 de Fevereiro 2008
R.A.C.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Madonna

Edição. Lançamento em Portugal de "Como um Ícone".

Um livro para descobrir a rainha da música pop.

"Como um Ícone" não é uma vulgar biografia de uma personagem famosa.

Quem é que, no começo dos anos 70, ouvia no carro do namorado a cassete do álbum de David Bowie Ziggy Stardust and the Spiders from Mars?

Quem é que colecionava apaixonadamente os 45 rotações da Motown?

Quem é que se revia no canto e na pose da vocalista dos Blondie, Debbie Harry? A resposta é sempre a mesma: Madonna foi esse vulcão pop que surgiu nos primeiros anos da década de 80, por assim dizer sugando as mais diversas referências e influências, umas iminentemente musicais, outras ligadas à arte da pose e da imagem.



O livro de Lucy O'Brien sobre Madonna chama-se Como um Ícone (no original Like an Ícon, lançado no verão de 2007 pela Bantam Press). E faz sentido que assim seja. De facto, não estamos perante uma vulgar biografia de uma personagem famosa. Mesmo detalhes como os que atrás se referem não resultam de uma abordagem mais ou menos pitoresca, antes surgem interessados num trabalho enraizado numa sólida estratégia jornalística: trata-se de tentar perceber como é que uma mulher americana nascida em 1958, numa típica família católica de Bay City (estado do Michigan), se transforma, primeiro num singularíssimo fenómeno da música popular, depois numa entidade de fama e impacto realmente global. Como um ícone, de facto. Ou, para falarmos em termos mitológicos: como uma rainha (do mundo da pop).
Como se compreenderá, Como um Ícone não é um livro de espectaculares "descobertas" ou revelações "escandalosas". Do impacto inicial de canções como Holiday ou Burning Up (1993) até à sofisticação dos espectáculos da "Drowned Word Tour" (2001), passando pelas polémicas em torno do livro Sex (1992), Lucy O'Brien vai percorrendo a evolução temática e artística de Madonna, não à procura do efeito gratuito, antes iluminando as ligações entre a vida privada e a expressão pública, a obra pessoal e as transformações da cultura popular nas últimas duas décadas.


Daí duas significativas consequências: por um lado, somos levados a compreender que, para além dos efeitos de moda ou das estratégias de marketing, a obra de Madonna possui uma dimensão eminentemente pessoal, por vezes confessional (releiam-se os poemas do álbum American Life de 2003); por outro lado, a sua trajetória e, em particular, o seu intransigente individualismo são inseparáveis das transformações do papel social das mulheres nas últimas duas décadas.


Aliás, é sintomático que a própria Lucy O'Brien (nascida em Londres, em 1962) reconheça que a força simbólica desse papel feminino tenha sido fundamental na sua própria relação com o universo de Madonna, primeiro como fã das músicas da década de 80, mais tarde como investigadora. Daí que Como um Ícone seja uma dupla viagem de descoberta: de Madonna como entretainer e dos efeitos sociais e simbólicos do seu trabalho.

Fonte: Jornal Diário de Notícias

João Lopes

(fotos tiradas da net)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Heath Ledger

Vídeo que relaciona Ledger com drogas não será emitido

(foto da net)


O falecido actor admitiu, em vídeo, fumar cinco "charros" por dia.

A cadeia CBS não vai divulgar o vídeo, que custou 225 mil dólares (cerca de 152mil euros), em que Heath Ledger, supostamente, usa drogas. Na gravação o actor confessava, arrependido, que costumava " fumar cinco charros por dia, desde há 20 anos", segundo o site da BBC.
O vídeo integral seria divulgado em dois magazines sobre celebridades. "Em sinal de respeito pela família de Heath Ledger, o Entertainement Tonight e o The Insider decidiram não emitir o vídeo, que tem circulado pelo mundo dos media" revelaram os programas.
Contudo, imagens editadas foram já divulgadas no programa Entertainement Tonight do dia 29 de Janeiro de 2007, segundo o site da Ego. As imagens mostram o actor a falar dos seus problemas com as drogas e admite que não deveria usá-las. Aparece também um homem muito parecido com Heath Ledger a snifar uma substância parecida com cocaína através de uma nota enrolada.
As declarações foram, aparentemente, recolhidas em 2006, durante uma festa em Hollywood. Heath Ledger, com dificuldade em falar, revela que a sua namorada, na época Michelle Williams, ficaria zangada se soubesse os seus vícios. O site da Ego afirma que as imagens foram recolhidas de uma janela próxima do local onde decorria a festa.
A relações públicas do actor, Mara Buxbaum, fez circular um e-mail por Hollywood apelidando o vídeo de " vergonhosa exploração do mais baixo tipo". de acordo com a Reuters.
O actor foi encontrado morto no dia 22 de Janeiro e o seu organismo continha vestígios de medicamentos.

Fonte: Diário de Notícias

Heath Ledger morreu de overdose acidental.

(foto da net)

Autópsia: O actor australiano morreu por overdose acidental, no dia 22 de janeiro, devido ao abuso de medicamentos tomados com receita médica, informaram as autoridades de Nova Iorque.
O relatório, feito a partir dos exames, explica que Heath Ledger morreu " em resultado de uma intoxicação aguda devido aos efeitos combinados" das várias drogas. Foram encontrados seis tipos diferentes de medicamentos no organismo do actor, incluindo Valium, Xanax e Oxycontin.
Drogas que se destinam sobretudo a combater a ansiedade e o problema do sono.

Fonte: Jornal METRO

Nicole Kidman

(foto da net)
Filme Kidman vai ser Plame, Valerie Plame
Tudo o que ela disser a partir de agora pode ser usado contra ela, mas o nome de Nicole Kidman vai mesmo ser Plame, Valerie Plame no biopic de Doug Liman sobre a agente secreta da CIA cuja identidade foi traída pelo Governo norte-americano quando investigava, inconvenientemente, a existência de armas de destruição maciça (a haver um caso Watergate da Administração Bush, é este). Depois de ter sido igualzinha a Virgina Woolf em As Horas e igualzinha a Diane Arbus em Fur, a actriz australiana vai agora ser igualzinha a Valerie Plame num filme baseado num bestseller polémico (ao ponto de ter sido censurado pela CIA, coisa que pode muito bem acontecer ao filme. Fair Games: My Life as A Spy, My Betrayal by the Whithouse. O realizador disse à MTV que a actriz é perfeita para o papel: "Basta ter visto valerie pessoalmente para perceber que ela encaixa. Devia ter sido Nicole a protagonizar O Sr.e a Sra. Smith, mas acabou por não poder ser.
Devíamo-nos um filme. "Estivemos a olhar para as fotos da verdadeira Valerie Palmer e só tememos uma coisa: que Kidman tenha de voltar a deixar crescer o nariz.
Fonte: Jornal Público
Christian Charisius
Reuters

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Maria da Escócia é decapitada

(foto da net)
No passado8 de Fevereiro de 1587


"Então o qué a História?/ Bem, corpos./E o que é que a Arte?/ Um corpo que perdeu a cabeça". Aconteceu com a cabeça de Maria Antonieta e aconteceu com a cabeça de Maria Stuart, decapitada em 1587 por ter conspirado para assassinar a prima Elisabeth. Mais do que uma cabeça coroada, Maria da Escócia é uma cabeça decapitada: é esse o lugar dela na História e também é esse o lugar dela na arte, como escreveu o poeta Joseph Brodsky em 20 Sonnets to Mary Queen of Scots. Houve outros artistas que se interessaram por ela: Schiller escreveu uma tragédia, Schumman compôs um ciclo de canções, Donizetti estreou uma ópera e Ford realizou um filme ( arainha dele foi Katharine Hepburn). Não é tudo: ainda este ano vamos ver Scaarlett Johansson neste papel, dirigida por Philip Noyce. Coroada quando tinha apenas seis dias, na sequ~encia da morte do pai, Maria Stuart foi educada na corte francesa e só regressou à Escócia para asumir o trono depois de ter perdido o primeiro marido, o rei FranciscoII de França. Era rainha dos escoceses mas queria ser mais do que isso: a partir de 1565, Maria da Escócia fez tudo o quepôde para garantir que ocuparia o trono Inglês assim que a prima, Elisabeth, morresse. A nobreza escocesa não lhe perdoou o terceiro casamento e prendeu-a até ela abdicar em favor do filho. Em 1568, conseguiu fugir para Inglaterra, onde a prima a colocou em prisão domiciliária por suspeitar do envolvimento de maria Stuart em várias conspirações.
19 anos depois, Maria era condenada à morte e decapitada por traição. O filho, James VI da Escócia, aceitou pacificamente a morte da mãe-e também foi pacificamente que subiu ao trono de Inglaterra em 1603, sucedendo à eterna rival de maria stuart. O corpo dela está onde estão os corpos que fizerama história de Inglaterra: em Westminster.



Fonte: Jornal Público
I.N.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ciência

(Artrite Reumatóide)


Cientista Português ganha bolsa europeia de 1,9 milhões de euros

O Financiamento vai permitir estudar um gene que pode desempenhar um papel importante nas leucemias e nas doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide.

Aos 35 anos, Henrique Veiga Fernandes ganhou uma bolsa de 1,9 milhões de euros para liderar uma equipa científica. Foi-lhe atribuida pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), a nova entidade de financiamento da ciência na Europa.
Ganhou a lotaria? " É mais ou menos isso: no panorama científico português, é como ganhar a lotaria", respondeu o investigador, no Instituto Nacional para a Investigação Médica da Grã-bretanha, em Londres.
Não tardará a vir para Portugal: em Maio, iniciará no Instituto de medicina Molecular, e Lisboa, o projecto de investigação que lhe valeu o financiamento Europeu.
Nos próximos cinco anos, a equipa a criar por Henrique Veiga Fernandes irá estudar o papel de um gene (O RET) no desenvolvimento e na função dos linfócitos, células do sistema imunitário. O RET pode transformar-se num gene causador de cancro, devido a mutações ou a um funcionamento deficiente.
De facto, em certas leucemias, um tipo de cancro que atinge as células do sistema imunitário, este gene funciona de forma excessiva. Mas qual é o papel exacto desempenhado por ele no sistema imunitário e, em particular, nas leucemias? É fundamentalmente a essa interrogação que Henrique Veiga Fernandes pretende responder durante o projecto.


(leucemias)

O mesmo gene poderá ainda ter um papel nas doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide, nas quais o sistema imunitário ataca o organismo como se combatesse um agente infeccioso. "Eventualmente, poderá ter aí um papel. É uma incógnita."
Por fim, a compreensão deste gene poderá ter implicações na vacinação. Quando somos vacinados, formam-se mais linfócitos e o gene parece estar mais activo. Será que o aparecimento dos novos linfócitos, na sequência da vacinação, depende do gene?
Há 11 anos que Henrique Veiga Fernandes percorre laboratórios europeus, depois de uma licenciatura em Medicina Veterinária na Universidade Técnica de Lisboa. O doutoramento, em Biologia Molecular e Celular, foi na Universidade René Descartes, em Paris. Seguiu-se um pós-doutoramento no Instituto Necker de Paris, e outro no Instituto Nacional de Investigação Médica Britânico, onde é cientista sénior desde 2006.
A primeira ronda de bolsas do ERC vai trazê-lo de volta. Entre os cerca de 200 cientistas agora premiados (concorreram mais de 9000), ele é o único português. "Este financiamento é absolutamente fantástico: vai permitir-nos competir com o que se faz na Europa."

Teresa Firmino in
Jornal Público de sexta-feira 8 de Fevereiro de 2008
(fotos da net)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Miguel Torga

(foto da net)


Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia Rocha) nasceu em S. Martinho de Anta (12.08.1907) e morreu em Coimbra (17.01.1995).
É autor de uma obra extensa e diversificada, compreendendo poesia, diário, ficção (contos e romances), teatro, ensaios e textos doutrinários.
Em 1934, ao publicar o ensaio intitulado A terceira voz, o médico Adolfo Rocha adopta expressamente o nome de Miguel Torga.
Associando o fitónimo "torga"- evocativo de resistência e de pertinaz ligação à terra, propriedades de um pequeno arbusto do mesmo nome- a"Miguel" -nome de escritores ibéricos (Miguel Cervantes e Miguel de Unamuno), de artista visionário a genial (Miguel Ângelo) e de Arcanjo com forte motivação semântica ("Quem com Deus"), o poeta (então, com apenas 27 anos) escolheum programa ético e estético centrado no confessionismo e na busca da autenticidade.
NaConstância do seu projecto Cívico e artístico, Miguel Torga revela-se um caso raro de perseverança na ligação à terra em que nasceu: a Trás-os-Montes e a Portugal, por inteiro. Históricamente situado numa encruzilhada onde tradição e modernidade se afrotam, o escritor aparece sistematicamente do lado do progresso, tanto em termos estéticos como em termos cívicos.
Nessa medida o encontramos claramente alinhado pelo Modernismo, no que a palavra pressupõe de representação livre e criativa de ideias e emoções. Do mesmo modo que o encontramos apostado no combate por uma democracia respeitadora da história e construtora de um futuro responsável.
Mas é justamente esse nível que se pode assinalar a principal "contradição" do seu ideário. É que, contra as expectativas de alguns, Miguel Torga, que havia contestado vigorosa e repetidamente a "Ordem" do Estado Novo, viria a revelar-se um crítico do Portugal democrático: terciarizado, amnésico, consumista e europeu, Nesse registo de resistência (tantas vezes glosado ao longo do Diário) Torga acaba assim por se integrar definitivamente na linhagem dos poetas e pensadores portugueses de Melancolia, onde se contam nomes como Sá de Miranda, Camões, Oliveira Martins, Antero, Teixeira de Pascoais ou Fernando Pessoa.

Excerto do texto de
José Augusto Cardoso Bernardes in

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Quadras de amor...II


Escrevia-te uma carta
Se tu a soubesses ler,
Mas tu dá-la a ler a outrem,
Tudo se vem a saber.


A carta que me escreveste
Inda não ia acabada
Faltava-le pôr no meio
Uma rosa encarnada.


Cartas de amor são mentiras
E amores mentiras são;
Mentira foi teu amor
Que enganou meu coração.


Escreve-me, amor, escreve.
Lá do meio do caminho;
Se não achares papel,
Nas asas de um passarinho.


'Inda bem que agora te acho,'
Inda bem que já te achê;
Tenho andado à tua cata
Agora é que te encontrê.


Se eu soubesse padre-nossos,
Como sei cantar cantigas
Andava pelas igrejas
Rezando pelas raparigas.


Eu trabalho noite e dia
À chuva e ao calor
Há tanta ideia perdida
Não há quem lhe dê valor.


Poemas tradicionais Portugueses
relativos ao Dia de São Valentim

Quadras de amor...I

Vejo-te nas núvens do céu
Deslumbro-te nas ondas sim
Encontro-te com o brilho das estrelas
Amo-te num amor sem fim.

Aluízio Alexandre Xavier

A carta que eu te escrevo
Sai-me da palma da mão
A tinta sai dos meus olhos
E a pena do coração.

Cancioneiro popular
Luis Dias

A lua é redonda e o coração encarnado
O sol é amarelo e o amor é lixado
Rimar nestas quadras é desesperado
Mas por ti faço tudo, estou apaixonado

Luis António

Quero saudar os amigos
Neste dia de Fevereiro
Para eles vai um olá
Com um sentir verdadeiro

Jorge Martins

Sonhei um dia conhecer
Um príncipe encantado
Acabei por merecer
Um padeiro afamado

Patrícia Martins

Quadras de Amor...


Nenhuma carta de amor é ridícula
Porque mais ridículo que uma carta de amor
È ter vivido sem nenhuma
Ao longo de toda a vida de dissabor.

Susana Ferreira

Sonhei contigo esta noite
Vi-te linda bela e nua
Pelas janelas do quarto
Envolvida em raios de lua

Manuel Martins

Meu amor tu és tão linda
Mais linda que um botão de rosa
Mas vou acaber a quadra
Porque não tenho mais prosa

António Fernandes

Amo-te, sei que te amo
E, no dia dos namorados
Didico-te esta quadra
Em perdão dos meus pecados

Célia Ruas

Amor é sentirmo-nos seguros
No calor de um simples abraço
Querer dar sem receber e encontrar aquele espaço
Em que nos sentimos simplesmente...realizados.

Célia Cristina

Palavras que se dizem no olhar
Um desejo irresistível de estar e de sentir,
Corações em plena sintonia, a palpitar,
È o amor, o sentimento mais puro que nos faz sorrir!

Célia Cristina Amador

Quem foi São Valentim?


A comemoração do Dia de São Valentim, também conhecido como Dia dos Namorados, parece ter várias explicações possíveis, conforme se baseiam na tradição cristã, romana ou pagã. No entanto, todas as teorias têm um ponto comum: São Valentim foi um sacerdote cristão e um mártir que seria morto a 14 de Fevereiro de 269 d.C.
Nessa data o Imperador Claudius II proibiu a realização de casamentos em Roma, com o objectivo de formar um grande e poderoso exército. O Imperador acreditava que se os jovens não constituissem família, se alistariam com maior facilidade.
No entanto, Valentine um bispo romano,continuou a celebrar casamentos, mesmo após esta proibição. As cerimónias eram celebradas em segredo. Claudius II viria a descobrir esta prática e Valentine foi preso e condenado à morte. Enquanto esteve preso, muitos jovens atiravam-lhe flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor.
Conta a lenda que também Valentine viria a ser tomado pela seta do Cupido. Asterius, uma jovem cega, filha do carcereiro, conseguiu permissão do pai para visitar Valentine e os dois acabaram por se apaixonar. A força do seu amor fez com que, milagrosamente, Asterius recuperasse a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem, onde assinava "do seu Valentine", expressão ainda hoje utilizada.
Valentine viria a ser decapitado a 14 de Fevereiro de 270 d. C.
Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação com o Santo, datando da Idade Média, quando se pensava que o dia 14 de Fevereiro assinalava o príncipio da época de acasalamento das aves.
Na Roma antiga, Fevereiro era o mês oficial do ínicio da Primavera e era entendido como um tempo de purificação. Dia 14 de Fevereiro era dedicado à deusa Juno, que era para os romanos, a deusa das mulheres e do casamento e no dia 15 de Fevereiro iniciava-se o festival Lupercalia, dedicado ao amor e à juventude. Na véspera eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. No decorrer da festa sorteavam-se os nomes dos apaixonados, com cada rapaz a retirar um nome. Essa seria a sua namorada durante o tempo que durasse o festival. Muitas vezes estes casais apaixonavam-se e acabavam por se casar.
Em 494, o Papa Gelásio I proibiu e condenou esta festa pagã. Há quem defenda que a Igreja Católica optou por celebrar o Dia de São Valentim nesta data para cristianizar estas celebrações pagãs.
Charles, o duque de Orleães, terá sido no século XV, o primeiro a utilizar cartões de São Valentim enquanto esteve aprisionado na Torre de Londres, após a batalha de Azincourt, em 1415. Por altura do São valentim, terá enviado vários poemas e mensagens de amor à sua mulher, que se encontrava em França.
Durante o século XVII tornou-se costume os apaixonados escreverem poemas às suas almas gémeas, mas só em 1840, em Inglaterra, é que as mensagens de São Valentim passam a ser enfeitadas com fitas de tecido e papel especial, com expressões que ainda hoje nos são familiares, como "Would you be my Valentine?".

Por: Vânia Vieira

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

TOP 3 Ciência

1- DIETA HUMANA

Pensa-se que a alimentação teve um papel-chave na evolução humana. Uma equipa do Instituto Max Plank testou essa hipótese, usando ratinhos. Durante duas semanas, alimentou um grupo com a dieta dos chimpanzés e outro com comida da cantina do Instituto ou com fast food. No final, os fígados dos ratinhos exibiam diferenças genéticas iguais às existentes entre humanos e chimpanzés. Mas, no cérebro, não houve alterações.

(foto da net)

2- GENOMA DE LABORATÓRIO

Pela primeira vez, uma equipa de cientistas sintetizou artificialmente o genoma de um organismo-a bactéria Mycoplasma genitalium.A façanha é um passo importante para a criação de vida artifícial. A ideia é criar, em laboratório, microorganismos que possam ser usados para produzir biocombustíveis, sequestrar carbono ou limpar lixo tóxico.


3- CALÇADO ANCESTRAL

Os humanos já usavam calçado há 40 mil anos.Cientistas chegarama essa conclusão, depois de terem analisado os ossos dos pés de um esqueleto ancestral encontrado na gruta de Tianyuan (China). É que os sapatos alteram a forma dos dedos dos pés. E os dedos do homem de Tianyuan são semelhantes aos dos esquimós do Alasca, indicando que ele usaria regularmente calçado.

in Revista Visão

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Enigma Gandhi

(foto da net)
Há 60 anos, o Mahatma foi morto a tiro em Deli, e a morte violenta fez ressaltar os seus ideais pacifistas.

Lançar um breve olhar a uma foto de Mohandas Gandhi (conhecido por Mahatma, "grande alma" em sânscrito) faz-nos de imediato pensar nos estranhos mecanismos que desenvolvem a força e comandam o poder.
Aquele homem franzino de cabeça calva e óculos redondos, enrolado em panos e frequentemente arrimado a um varapau, tornou-se uma das figuras mais conhecidas e respeitadas da História, inspiradora de pelo menos 5 mil livros de análise. Mais do que pela independência política da sua Índia natal,ele lutou pela interdepêndencia anglo-indiana voluntariamente assumida e fundada no amor.Defendeu que o uso da força não-violenta é a forma mais eficaz e digna de combater por uma causa. Recorria ao jejum pessoal para fazer vergar os opositores. Vestia-se com khadi, roupas simples de fabrico caseiro. Incorrupto e incorruptível, sempre recusou recompensas materiais ou cargos públicos. A certa altura decidiu ir viver para um ashram, uma comunidade religiosa hindu auto-suficiente. Era vegetariano e durante a maior parte da vida praticou o celibato, embora fosse casado desde os 13 anos com a inteligente mas submissa Kasthurba.
Nem todos saberão que era licenciado em Direito por Londres, que na juventude usara fato com colarinhos duros e que conhecia bem o Ocidente. Como se compreende, a Inglaterra imperial detestava-o e Churchill referia-se a ele como a « uma espécie de faquir seminú». Travaram uma luta de gigantes e venceu o mais forte. O seminú.
Alguns livros recentes, aparecidos na onda comercial do 60º aniversário da morte de Mahatma, apontam facetas consideradas bizarras da sua personalidade. Entre essas irreverências é apaontado o facto de ter comparecido de Khadi a uma recepção de Jorge V, no Palácio de Buckingham. Quando os jornalistas lhe perguntaram se tinha intenção de o fazer, respondeu que o rei haveria de vestir o suficiente para os dois.
Diz-se ainda que Kasthurba haveria de ser vitimada pela pneumonia por ele não ter consentido que lhe fossem administrados antibióticos. Que dormia com jovens às quais não tocava, só para testar o seu próprio auto-controlo. Que escreveu sobre as qualidades dos excrementos humanos na adubagem das terras. Que recomendou aos ingleses que combatessem Hitler de forma não-violenta, ou seja, com armas diferentes das do tresloucado ditador. Afinal, manifestações próprias de um espírito inquieto na incessante busca da natureza e da paz.
Mas o «pai» da moderna Índia será sempre recordado como o homem corajoso que além de ter lutado e obtido a independência, travou ainda uma das maiores batalhas pelos direitos humanos na África do Sul, onde viveu na juventude. Sonhou depois com um subcontinente unido onde convivessem hindus e muçulmanos, e aí falhou, pois o Raj britânico haveria de cindir-se em dois estados: a Índia e o Paquistão. Embora religioso, não era tradicionalista, tendo sabido extrair o melhor de cada uma das filosofias da vida que estudara, com relevo para o hinduísmo em que foi criado, para o ramo Krishna que o orientou, para o cristianismo (apreciava sobretudo o Sermão da Montanha) e para os príncipios básicos da teosofia de Annie Besant e Madame Blavatsky. Se estas últimas leituras lhe conferiram, aos olhos «politicamente correctos», uma tonalidade marginal, elas atestam uma personalidade livre de preconceitos. Foi ainda em liberdade de consciência que este filho de uma nação conservadora esgrimiu pelos direitos dos párias e pela igualdade das mulheres.
Antes de morrer teve tempo para pedir que não fizessem mal ao assassíno mas a justiça ignorou o apelo do mais incomum dos líderes e fez enforcar o autor dos disparos, um radical hindu que não perdoou a Ghandhi o facto de este ter ordenado o pagamento de dívidas ao Paquistão.

Por Luís Almeida Martins in Visão de 24 de janeiro de 2008

França pára testes nucleares


A França disse adeus há 12 anos aos testes nucleares, passando-os para os sofisticados laboratórios onde é possível criar os rebentamentos e os efeitos. Mas a despedida foi bombástica, despedaçando as entranhas dos atóis de Mururoa e Frangataufa, parte do seu pequeno império ultramarino da Polinésia. O chão tremeu, abalado por uma explosão equivalente a 120 mil toneladas de explosivos convencionais ou seis bombas como a lançada em Hiroxima, em 1945. A imagem de Paris também, com manifestações de protesto principalmente na Austrália, Nova Zelândia e outros estados do Pacífico. Desde 1992 que nenhum país, com excepção da China, realizara ensaios nucleares. Vasos de guerra franceses abalroaram barcos de organização ambientalista Greenpeace que tinham estado sem licença no perímetro dos ensaios. No fim, o Presidente Jacques Chirac disse que o teste tinha sido o último e que os próximos seriam por computador. A França arrumava o seu passado bombista depois de 193 explosões no Pacífico Sul, incluindo várias atmosféricas entre 1966 e 1974. Dotava-se de um sistema suficientemente eficaz para dissuadir ataques contra si, os amigos ou os interesses. Nos anos a seguir substituiu os silos terrestes por esquadras de submarinos equipados com mísseis M-51, de oito mil quilómetros de alcançe, capazes de levar até seis ogivas nucleares. mas deixava um atol sem alma e quase sem vida. E essencialmente maus exemplos.

in Jornal Publico de 29 de Janeiro de 2008

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Escrito na Pedra

"Os historiadores são como surdos que passam a vida a responder a perguntas que ninguém lhes fez."
Leon Tolstoi (escritor russo 1828-1910)
"Irmãos comecemos, pois até agora pouco pouco ou nada fizemos."
São Francisco de Assis (santo italiano 1181-1226)
"Os grandes artistas, sobretudo na literatura, sempre pensaram com o coração."
Douglas Sirk, realizador alemão (1897-1987)
"A inveja é a base da democracia."
Bertrand Russell (matemático e filósofo britânico (1872-1970)
"Ganhar uma guerra é tão desastroso como perder uma guerra."
Agatha Christie, escritora britânica (1890-1976)
"A inovação é o que distingue o líder do seguidor."
Steve Jobs, co-fundador e CEO da Apple Inc. (1955-)
"Como se pode governar um país que tem 246 espécies de queijo?"
Charles de Gaulle ( general e estadista françês (1890-1970)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Urgência em África

(foto da net)

Morrem 26 mil crianças por dia


Relatório da Unicef alerta para causas evitáveis


INFÂNCIA O relatório "A situação Mundial da Infância 2008: A Sobrevivência Infantil", da Unicef, revela dados impressionantes: mais de 26 mil crianças com menos de cinco anos morrem diáriamente em todo o Mundo, a maioria das quais por causas evitáveis. O documento, apresentado ontem em genebra, reúne dados da Unicef, da OMS e do Banco Mundial e assinala que apesar destes valores trágicos "o numero anual de mortes de crianças foi reduzido para metade, de cerca de 20 milhões em 1960 para 9,7 milhões em 2006".
O relatório refere que " mais de 80 por cento de todas as mortes de menores de cinco anos em 2006 ocorreram na África subsariana e no Sul da Ásia". A mortalidade nesta faixa etária está pior na Serra Leoa, com 270 mortes por cada 1000 nados-vivos, seguida de Angola, com 260 mortes e do Afeganistão, com 257.
Entre os factores agravantes da mortalidade estão causas neo-mortais (36%), pneumonias (19%), diarreias (17%), malária (8%). O relatório sublinha que , desde 1990, houve 61 países que reduziram a taxa de mortalidade infantil 50 por cento. E aponta casos exemplares: Maldivas, Timor-Leste, Nepal, Cabo Verde, Moçambique, etc. O documento refere a importância de medidas simples e de baixo custo, como o aleitamento materno, a imunização ou os suplementos de vitamina A. E aponta para o papel dos conflitos armados na deslocação de pessoas e insegurança alimentar.


PORTUGAL entre a HOLANDA e a SUÍÇA


A estatística publicada no relatório da Unicef coloca Portugal no pelotão dos 22 melhores do Mundo no ano que respeita à mortalidade infantil antes dos cinco anos, um indicador crítico do bem-estar infantil. Entre a Holanda e a Suíça, o nosso país encontra-se em 167º. do ranking que é liderado pela Suécia, em 189º lugar.

in Jornal O metro de 23/ 01/08 Editado por celia.pedroso@metroportugal.com


Anne Frank

Faltou um mês para dois anos, entre 1942 e 1944, tinha Anne 13 - 15. Foi acoitada, com a família, num sótão que deixou os seus pensamentos de criança para a posteridade. Fê-lo, naquele que viria a ser um dos diários mais lidos do mundo, senão mesmo o mais lido. O Diário de Anne Frank, onde nos fala do que "via" na rua. Via um castanheiro grande e robusto, o melhor dos confidentes, sempre ali, ao pé, de pé, a suavizar-lhe a solidão.


Árvore de Anne Frank escapa à serra eléctrica


As ávores morrem de pé. Com dignidade. Mesmo que tenham entre 150 e 170 anos, 27 toneladas e um fungo letal que lhe corrói os " ossos ". É o caso do Castanheiro de Anne Frank, bem no centro de Amesterdão - a árvore que a jovem Holandesa judia mirava, quando escondida, durante 25 meses, num sótão, com a família, para fugir à insanidade nazi (1939-45).
Podem aqueles troncos ser história? História? Podem. E assim o entendeu um grupo de empenhados cidadãos Holandeses, que , depois de a hipótese ser aventada em 2007, mobilizou esforços nacionais e internacionais para impedir a morte da árvore, com recurso à serra eléctrica.
Espécie de meu - dela- pé de laranja lima, ao qual tudo se desabafa, mas numa versão real e trágica (Anne acabaria por morrer no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha), o castanheiro foi salvo in extremis. Ao contrário da sua menina, cujos dias alegrava, e que acabaria por morrer vítima de tifo.
Mantê-la viva durante, pelo menos, mais cinco, dez, 15 anos, no máximo, vai custar caro, mas não têm preço as palavras: «Quase todas as manhãs vou ao sótão tirar a poeira dos meus pulmões. Do meu lugar fovorito no chão, olho para o céu azul e o castanheiro desfolhado, em cujos galhos brilham pequenas gotas de chuva, como prata, vejo ainda gaivotas e outros pássaros que deslizam no vento. Enquanto isto existir, e quero viver para ver, estes raios de sol o céu azul - enquanto isto durar, não poderei ser infeliz.»
Custar caro significa o quê? Isto a sair dos bolsos da Fundação de Apoio à Árvore de Anne Frank: 50 mil euros para uma estrutura metal que manterá a árvore de pé; 20 mil euros para os cuidados necessários e outros dez mil anuais para a manutenção. Entretanto, várias amostras do castanheiro foram já retiradas, por forma a deixa-las crescer numa espécie de berçário, para o caso de ser imperiosa a substituição.
Concomitantemente, vão ser testados alguns medicamentos susceptíveis de matar o agente causador da infecção, que a deixou parcialmente podre.
Para este desfecho foi necessária a arbritagem legal. de um lado, ecologistas e guardadores de memórias, ecologistas ciosos; do outro, o proprietário, em cujo jardim a árvore se agigantou, temendo a queda e eventuais danos humanos e materiais; no meio, o doutro magistrado. Que, sensibilizado, decidiu: salvar-se!
Peter Dejong -AP
in Diário de Notícias 24/01/08

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Jennifer Lopez

(foto da net)

A cantora de origem portoriquenha JENNIFER LOPEZ considerou que " é duro andar durante dois anos todos os dias nas primeiras páginas dos jornais sensacionalistas", porque, "chegamos a esquecer-nos de quem realmente somos".
Em declarações à revista Bazaar deste mês, Jennifer confessa-se "muito protectora" em tudo o que diga respeito à sua vida privada, porque acha que estar contínuamente exposta ao escrutínio público " é muito destrutivo".
Jennifer, que se encontra grávida, refere que o seu marido Marc Anthony também defende essa privacidade. " Ele fez-me ver que se pode ser um artista, ter credibilidade e êxito sem que a vida fique exposta as vinte e quatro horas do dia".
Embora saiba que o filho que espera será objecto do interesse dos meios de comunicação social
quer reserva em relação á sua vida. No entanto, foi num concerto com Anthony, que ambos escolheram anunciar publicamente que iriam ser pais. Isto depois de, apesar de Lopez ter sido fotografada com sinais evidentes de gravidez, a notícia ter sido insistentemente desmentida.
A cantora entnde que o público queira ter informações sobre a sua vida privada, mas afirma que "os outros também têm de compreender que esta é a minha primeira gravidez". Trata-se da minha experiência pessoal e da do meu marido e queremos que seja só nossa durante algum tempo", explicou.


in Jornal DN de 11 de Janeiro de 2008