sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Fim do Mundo

O Fim do Mundo
Depois de termos sobrevivido a (pelo menos) duas datas apocalípticas, em 2011 – 21 de Maio e 21 de Outubro, segundo as profecias catastrofistas de Harold Camping, um cristão evangélico norte-americano com púlpito na Rádio Família – o frágil, planeta em que habitamos prepara-se para acabar, outra vez.
 
 
Agora a culpa é dos Mais, que previram o final da quarta era para 21 de Dezembro de 2012. Os deuses tentaram – e falharam – três vezes antes da criação do mundo. Mas, à quarta, acertaram. A época da humanidade dura há quase 5125 anos. O problema é que faltam apenas 15 dias para o final. Está escrito na pedra- no caso, na pedra do Tortuguero, um monumento do século VII encontrado num sítio arqueológico de Tabasco, no México, com inscrições referentes à vinda de Bolon Yokte – o deus da guerra e da criação – no final do ciclo do XIII baktun. O apocalipse surgirá como um dilúvio. Ou então uma tempestade solar. Ou talvez seja sobre a forma de uma mudança da orientação magnética dos polos. Os índios Hopi também o previram – e toda a gente sabe que as previsões dos Hopi se têm revelado «extremamente acertadas». Ou, então é o planeta Nibiru, que tem quatro vezes o tamanho da terra e vai colidir com ela, como os sumérios nos revelaram. Já está a caminho, apesar de ainda ninguém o ter visto. Mas isso é normal, já que ele está escondido atrás do sol, ou de Neptuno, e de qualquer forma é invisível.
Confuso? Para nós também. As narrativas do fim do mundo em 21/12/2012 juntam pseudociência arqueológica e astronómica, misticismo, militarismo, crenças da cultura new age, factos e ficção, num imenso novelo difícil de deslindar. Em 1900
, Ernest Fõrstemann, um estudioso alemão, interpretou a última página do códice de Dresden – o mais velho relato maia de que se tem conhecimento – como uma representação do fim do mundo, num dilúvio. E, em 1966, Michael D. Coe, um antropólogo de Harvard, viu no Popol Vuh – um relato traduzido por um dominicano espanhol do século XVII sobre as origens dos mais guatemaltecos – a sugestão de que um Armagedão aniquilaria «todos os povos degenerados do mundo e da criação, no final do XIII baktun».
O PLANETA NIBIRU E A ONDA ZERO DO TEMPO
Mais tarde a cultura new age, com a sua busca de novos valores espirituais, a propiar-se-ia da história dos maias para prometer a chegada de uma nova era da consciência humana, numa espécie de destruição purificadora, com data marcada: 2012.
Terence Mckenna, um dos símbolos do movimento, convicto de que o xamanismo e as drogas psicadélicas proporcionam novas formas de contacto com o mundo e a autoconsciência, publicou, em 1975, A paisagem Invisível: a Mente, os Alucinogénicos e o I Ching. Fundou, assim, a Teoria da Novidade, segundo a qual os acontecimentos de uma determinada época estão relacionados com os de outras épocas, numa «complexidade organizada» do universo. Baseou-se na sua interpretação do Livro das Mudanças (o «I ching», um dos mais antigos textos e sistemas divinatórios chineses e elaborou até um programa de computador que produzia uma formula numerológica - «timewave zero» ou a « onda zero do tempo» - que lhe permitiu prever o fim do mundo para… 16 de Novembro de 2012. Mas, em 1993, na segunda edição da obra, McKenna já se tinha apercebido de que a sua data distava apenas pouco mais de um mês do apocalipse maia, e mudou-a para 21 de Dezembro. ( Este «psiconauta» é fundador da outra teoria divertida, a do « macaco pedrado », segundo o qual foram os cogumelos alucinógénicos presentes na dieta dos símios que proporcionaram a grande aventura humana).
 
Quase em simultâneo, em 1976, - explica agora David Morrison, um cientista da NASA, que, há anos, tem a ingrata missão de desmistificar o fim do mundo – Zecharia Sitchin , um estudioso amador da cultura mesopotâmica, escrevia o 12º Planeta, onde clamava que tinha encontrado e traduzido documentos sumérios que identificavam um planeta escondido – Nibiru, também conhecido por «Planeta X» - habitado por uma raça de extraterrestres, os Anunnaki, responsáveis pela criação, genética, do Homo Sapiens, que não mais seria do que uma raça escrava dos «deuses». O Naribu passaria pela terra a cada 3600 anos e, nessa altura, haveria um «contacto», potencialmente ameaçador. Sitchin previu a chegada dos Anunnaki e do seu planeta à terra algures neste século XXI. «Depois» - escreve ainda Morrison, no site da NASA - «Nancy Lieder, uma autodeclarada psíquica que canaliza (mensagens de) extraterrestres escreveu, no seu site Zeta Talk («conversa zeta»), que os habitantes de um planeta fictício situado perto da estrela Zeta Reticuli a tinham avisado de que a terra estava sob perigo, oriundo do planeta X ou Nibiru.» A catástrofe estava inicialmente prevista para maio de 2003, mas, quando nada aconteceu, o «doomsday» (dia da maldição) avançou uns anos. Assim, estas duas lendas juntaram-se ao calendário maia e ao solstício de 2012 – e daqui nasceu a crença na fatídica data de 21/12/2012.
DO PELUCHE À “APP”: UM IMENSO NEGÓCIO
 
A comunidade científica ligada à arqueologia, à astronomia e à geologia não se cansa de desmentir os mitos de destruição do planeta, mas a imprevisibilidade da difusão do «conhecimento» na internet – uma simples pesquisa no Google sobre a data da profecia mais efectuada pela Visão, há dois anos, já devolvia 356 milhões de resultados -, a perda da sensação de invulnerabilidade dos norte-americanos causada pelo 11 de Setembro de 2001, a fraquíssima resposta da FEMA ao furacão Katrina, em 2005, a crise financeira, que se arrasta desde 2009, e a tragédia nuclear de Fukushima, em 2011, vieram juntar um novo grupo de acólitos ao apocalipsismo redentor new age : os «preparacionistas», ou «preppers», como gostam de ser chamados agora, depois de gente como Timothy McVeigh e Ted Kaczynski ter «desaconselhado» o uso de termos como «milenaristas» ou «sobrevivencialistas».
Nasceu assim, nos últimos anos, um nicho de mercado. Na Amazon, por exemplo, estão listados cerca de 200 livros dedicados ao fim do mundo (eram «apenas» 170, em 2009). 2012 era título de um blockbuster, seguido de várias réplicas hollywoodescas  de maior ou menor qualidade. Este apetite foi prontamente aproveitado pelas televisões: a National Geographic e o Discovery Chanel, por exemplo. Passaram a produzir reality shows sobre os «preparacionistas», de canal aberto e acrítico. Entre nós, passou há bem poucos dias, no História, um «documentário» - segredos Desclassificados: 2012, O Início – no qual se entrevistam «peritos na cultura maia» que são, afinal astrólogos, e onde se dá por garantido que «as profecias de 2012 já começaram a realizar-se» e que «académicos de todo o mundo dizem que os desastres naturais mortíferos a que estamos a assistir estavam há muito previstos pelas sociedades antigas». Assim, sem contraditório ou aviso: «para maiores de 18».
Já há até políticos que são «preppers» assumidos. É o caso de Roscoe Bartlett, representante republicano do Winconsin, que vê «numerosos acontecimentos em que, nas cidades, as revoltas civis se tornarão muito prováveis» e que construiu um refúgio nos bosques da Virgínia, onde açambarca comida, gasolina e água. Ou do perfeito da cidade brasileira de São Francisco de Paula, Décio Colla, que aconselha os seus munícipes a prepararem-se para o apocalipse Maia: «porque (sic) os australianos, americanos e japoneses estão se preparando? Alguma coisa deve acontecer e não quero que o povo seja surpreendido. Quero que o Brasil acorde e preste atenção. Devemos garantir as merendas nas escolas, medicamentos nos hospitais e outras coisas», diz este médico, que convida crentes de todo o mundo a refugiarem-se nesta cidade, a 110 quilómetros de Porto Alegre: «temos boas energias e estamos a 900 metros acima do nível do mar.» Não vai mesmo haver um dilúvio…
A cultura apocalíptica transformou-se num imenso negócio. Dezenas de sites norte-americanos ensinam-nos quais os lugares mais prováveis para se sobreviver à tragédia, seja em montanhas, seja nas salas do Capitólio ou em complexos militares. Vendem-se antigos silos nucleares transformados em refúgios contra catástrofes, por quase três milhões de euros. Um pouco menos dá-lhe acesso a um bunker de luxo, construído de raiz, que será enterrado no local onde lhe convier, pela Vivos, uma empresa, já alvo de várias «reportagens» da Fox News, que não se coíbe de apresentar, no seu site, um vídeo, longo de vários minutos, sobre a «profecia» (Niribu 2012 – o fim do mundo), nem de alertar para que a «luta de classes» e a «anarquia» que ai vem vão tomar absolutamente necessária esta sua segunda habitação. Centenas de pequenas empresas como a escola das destrezas Nativas do Oeste ou a Practical Preppers dão cursos de sobrevivência e assessoramento de segurança. O negócio da venda de armas, de artigos de campismo e de comida enlatada apanharam a boleia, e, pelo menos nos EUA, vão de vento em popa. O mesmo fenómeno acontece com os cursos de orientação geográfica, os cursos de primeiros socorros e com os «manuais de sobrevivência» comprados online. Por 20 dólares, pode até adquirir, na net, o «ursinho do apocalipse», Sir Vivor, acompanhado do respectivo certificado de «prepper». Sir Vivor consegue ainda, com apenas duas pilhas AA debitar-se nada menos que nove versículos da Bíblia. Ah!, e não falta uma app para ajudar a contar as horas para o fim do mundo e como sobreviver-lhe: Doomsday 2012, por 3,65 euros, na Loja Apple do seu Iphone…
 
RUSSOS AO COMANDO, AMERICANOS EXCLARECIDOS…
O resultado de tudo isto é que, em 2007, David Morrison já recebia um e-mail por semana a perguntar por 2012. Em 2009, já recebia uma dúzia deles a cada 24 horas. E em 20011 já eram aos milhares. Uma mulher solitária pergunta se não será preferível mandar abater o seu melhor amigo, um gato, a deixá-lo sofrer aos horrores que ao vêm. Um casal de adolescentes diz-lhe que está a pensar suicidar-se, tal é o medo que tem da data. Trata-se de um tipo de e-mail típico e tem aumentado a cada dia que passa, sobretudo nos últimos dias do passado mês de Novembro.
O governo da Rússia, através do ministro com a pasta da proteção civil, teve de vir a público dizer, no ínicio deste mês que acede «a sistemas que monotorizam o que se passa no Planeta Terra» e que o mundo não vai acabar. O mesmo fez o americano, através do site US Gov («Os assustadores rumores de que o mundo vai acabar em 2012 são só rumores»). Uns dias antes a NASA  vira-se obrigada a clarificar, que se um planeta estivesse em rota de colisão com a terra, a organização já saberia e teria avisado os restantes terráqueos. Aos adeptos da teoria da conspiração, a NASA teve ainda de se rebaixar a ponto de assegurar que, dados os milhões de astrónomos amadores existentes no globo, seria virtualmente impossível esconder tal facto – uma vez que ele já estaria à vista de todos.
Mas milhões de pessoas, nos EUA e não só, continuam a crer no apocalipse vindouro: uma sondagem da Ipsoos Gobal Public Affairs divulgada em Maio deste ano e realizada junto de 16 262  indivíduos, em mais de 20 paises, revelou que uma em cada sete pessoas acredita que o fim do mundo está próximo. Cerca de 15% dos inquiridos acham que isso vai acontecer durante a sua vida e 10% acreditam que é já daqui a 15 dias…
 
Mas nem tudo são más notícias praticamente em todos os lugares do mundo maia – México, Guatmala, Honduras; Belize e El Salvador – hóteis e muitos voos têm lotação esgotada, em Dezembro. No início do ano, esperava-se um aumento de 10% do afluxo de turistas a estes países – e em muitos casos as expectativas estão a ser superadas, só nos estados mexicanos de Campeche, Chiapas, Quintana, Roo, Tabasco e Yucatam previam-se 52 milhões de visitantes, este ano, e estiveram planeados mais de 500 eventos culturais mais para 2012. Nenhum destes acontecimentos é, a bem da verdade, uma representação séria do fim do mundo, como «teoricamente» era esperado pelos maias. Nem poderia ser: quando Firmo Choco, um camponês indígena do Belize, de 39 anos, ouviu falar das previsões apocalípticas que os ocidentais new age faziam a partir do calendário maia, ficou espantado: afinal de contas, ele já não o usa e, se usasse, limitar-se-ia a virar-lhe a página. De qualquer forma, disse, estava mais preocupado com as colheitas de milho e cacau que iriam permitir à sua família não passar fome durante todo o ano de 2012. O dia 21 de Dezembro incluído.
 
APOCALÍPSE O QUE DIZEM OS CIENTISTAS
 
Autor: Sara Sá
 Profecias à parte, um dia, o mundo vai mesmo acabar. O fim pode vir do espaço, da própria terra ou até ser causado pelo Homem. Conheça os cenários científicos.
 Desde o seu aparecimento, há 3,5 mil milhões de anos, a vida na Terra tem sido sucessivamente ameaçada. Nos períodos de extinção em massa, ainda não se sabe bem porquê, desapareceram mais de 75% das espécies que viviam no nosso Planeta. Os dinossauros são apenas as vítimas mais famosas desses períodos em que a terra se tornou num lugar estranho à vida. Conheça algumas previsões dos cientistas para o fim deste sítio a que chamamos casa.
 
Impacto de um asteroide: Há 65 milhões de anos, um asteroide de 10km de diâmetro atingiu a Terra, perto do Novo México, e acabou com os dinossauros e com mais de metade das espécies que habitavam a Terra. Monica Grady, cientista britânica, especialista em meteoritos, estima que a Terra é atingida por um objeto espacial com mais de seis quilómetros de diâmetro a cada cem milhões de anos. Isto seria suficiente para causar terramotos, tsunamis, escurecer o céu e tornar o planeta num lugar inóspito e pouco recomendável. Neste momento, os astrónomos vigiam 1200 objetos celestes, com um risco potencial de atingir a Terra.
Erupção vulcânica: A caldeira de Yellowsstone, o mais antigo parque Natural americano, tem sido palco de violentíssimas erupções vulcânicas – cada uma mil vezes mais intensa do que o vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial. Nos últimos 2,1 milhões de anos aconteceu três vezes. O último super vulcão explodiu há 640 mil anos, criando a deslumbrante paisagem que atrai milhares de turistas, todos os anos. Pequenas erupções têm continuado a acontecer, desde então. Não se sabe quando voltará a dar-se uma nova mega explosão, para além de poder destruir o continente americano, deixará o ar irrespirável, devido às cinzas, o sol encoberto e os dias transformados num longo inverno vulcânico.
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O fim do Sol: Investigação recente prevê que a Terra venha a ser engolida pelo Sol. Mas, antes disso, a vida na Terra já se terá tornado insustentável, uma vez que, no seu ciclo de vida de gigante vermelho, o Sol ter-se-á tornado demasiado quente, fervendo toda a água do planeta, que se escapará para o Espaço. Este fim está previsto para daqui a mil milhões de anos.
Choque galáctico: dados do telescópio Espacial Hubble permitiram confirmar que a nossa galáxia vai mesmo colidir com a galáxia Andrómeda. O choque está previsto para dentro de 4 mil milhões de anos. O que acontecerá ao Sistema solar e à Terra em particular ainda é uma incógnita. Mas, nessa altura, tal não será muito relevante, uma vez que a vida na Terra já terá desaparecido por causa do aumento da temperatura causada pelo sobreaquecimento do Sol.
A epidemia incontrolável: A gripe das aves, a dos porcos, ou a pneumonia atípica foram uma pequena amostra do que uma epidemia mortal e sem tratamento pode fazer da vida humana. Num mundo globalizado, com viagens intercontinentais à velocidade do som e em que o problema da resistência aos antibióticos preocupa cada vez mais os médicos, não está descartada a hipótese de uma epidemia vir a dizimar a nossa espécie.
O Homem: Ataques com antrax, armas biológicas ou bombas nucleares (as bombas de hidrogénio atuais são 4400 vezes mais potentes que a de Hiroshima) são apenas algumas das ameaças terroristas, bem reais, nos nossos dias. Sem esquecer a poluição e as alterações climáticas com todo o impacto que podem ter no equilíbrio dos ecossistemas. É caso para dizer que o maior inimigo da vida na Terra pode ser o próprio Homem.
Fonte: Revista Visão nº 01031
De 6 a 12 de Dezembro de 2012
Por João Dias Miguel
Mikii

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Poder das Nádegas


Há muitos anos que os cientistas afirmam que o corpo humano foi feito para andar e não para correr. Contudo, um estudo apresentado no jornal “Nature” sublinha que terá sido precisamente a corrida que deu vantagem à raça humana em relação a espécies ancestrais, sendo primordial para a nossa estrutura anatómica.
A parte mais original do trabalho está no facto dele se ter centrado numa região fora do comum: os glúteos, vulgo nádegas. De acordo com os cientistas, é nesta área do corpo que se observa a grande diferença entre os homens e os macacos, mais desenvolvida do ponto de vista muscular devido a longas maratonas percorridas em busca de alimento – acredita-se que a nossa espécie competia nesse especto com hienas e cães selvagens.
 
Fonte: Revista...
Mikii

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Coníferas

No Natal há quem prefira decorar uma árvore verdadeira, em vez dos tradicionais pinheiros de plástico. É nesta altura que as coníferas mais se destacam e começam a ser vendidas em maior número.
 
 Informações Gerais
 As coníferas dividem-se em seis famílias, que englobam cerca de 500 espécies, cada uma das quais enquadrando características muito diferentes. Tanto podem ser árvores gigantes, como plantas rasteiras, mas apesar das diferenças, apresentam alguns pontos comuns. São estes: folhagem em forma de escama, estreita, dura e pontiaguda e o facto de não produzirem flores verdadeiras, mas sim espigas e, posteriormente pinhas (foi da forma cónica das pinhas que surgiu o nome coníferas).
 Cultivo
 As coníferas dão sempre um ar de bosque perfumado a qualquer jardim. Possuem um aroma muito característico e, destacam-se pela folhagem pontiaguda que se mantém verde durante todo o ano. Por isso, quem tem jardim pode sempre optar pelo cultivo. Para tal, recomenda-se o plantio em buracos grandes e em solo adubado. Depois, só tem de garantir regas frequentes, especialmente nos períodos secos. As coníferas não costumam ser alvo de pragas ou doenças, pois são muito resistentes.
 Curiosidades
 As verdadeiras árvores de Natal pertencem ao género Cryptomeria e são da família das taxodiáceas. São árvores que podem atingir os 50 metros de altura e que vivem centenas de anos. As condições mais adequadas ao cultivo desta espécie são: clima frio e exposição direta ao sol. Por outro lado, cada pinheiro deve ser plantado a uma distância de três metros, para facilitar o ser desenvolvimento. Refira-se no entanto, que determinadas espécies preferem climas mais amenos/quentes ou sombra.
Fonte: Revista Correio Mulher
Foto da net

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

As mansões dos famosos -3

Luxo e bom gosto em Malibu
Hectares de descontração.

Situadas frente à praia e rodeadas de uma natureza luxuriante, estas casas gozam de uma localização privilegiada, ou não fossem os seus proprietários gente bem posicionada na vida. Malibu apesar de sobrelotada continua a ser um dos destinos prediletos para passar férias na costa californiana e onde se “apanham mais VIPs por metro quadrado.

Ninho de Amor
Para Jennifer Lopez e Marc Anthony quando ainda viviam juntos a privacidade era essencial. Por isso mandaram erguer muros altos à volta de toda a propriedade e plantar arbustos, pensando estar assim a salvo da curiosidade alheia. Da casa fazem parte um campo de ténis, uma piscina e vários hectares de espaço verde, onde não raras as vezes os cantores se reuniam com amigos para grandes patuscadas ao ar livre.

Férias em Família
Cindy Crawford comprou esta magnífica mansão frente ao mar, com piscina para adultos e crianças, jacuzzi, ginásio e casa de apoio á praia, onde se pode tomar um duche rápido para tirar o sal e a areia do corpo antes de entrar no edifício principal.

Casa de Sonho
Jane Seymour sempre ambicionou ter casa em Malibu e assim juntar-se ao grupo de felizardos de que fazem parte Charlize Theron, Ryan O’Neal e Denzen Washington, Mãe de Katherine, Sean, e os gémeos John e Kristopher a atriz cedeu o uso da propriedade para a rodagem do videoclip Ok Computer, dos Radiohead, o que muito agradou aos seus filhos mais novos.

Refúgio na praia
Goldie Hawn possui casa na costa californiana há largos anos. Os seus filhos mais velhos, Oliver e Kate ainda eram pequenos e já gozavam férias em Malibu. Hoje em dia é Wyatt fruto do seu casamento com Kurt Russel quem mais utiliza a propriedade.
Mas quem lá quiser morar também poderá fazê-lo por 90 mil euros por mês.
É esse o preço que a atriz pede numa agência de aluguer de casas.
Fonte: Revista NovaGente
Fotos: Arquivo Impala, Most Wanted Pictures/ADS
Por Mikii

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Calendários de vários cantos do Mundo


Diferentes formas de contar o tempo

Estamos na reta final de 2012, mas já parou para pensar em algumas questões que tomamos como certas, como, por exemplo, o porquê de um ano ter 12 meses e 365 dias?

As origens são remotas e possuem cálculos diferentes, consoante a cultura, para nos localizar no tempo. A origem da palavra “calendário” surgiu na Roma Antiga. Na época, cada mês correspondia ao intervalo de tempo que separava as duas luas novas consecutivas e cuja duração era de, aproximadamente, vinte e nove dias e meio, ou seja, o mesmo tempo que a lua demora a dar uma volta em torno da Terra. O primeiro dia de cada mês era chamado “calendas” (proveniente do latim calendae), que inspirou a palavra calendário. Assim como o Sol, a trajetória da Terra em Volta da estrela é um aspeto fulcral para os calendários de muitos povos.

Solar

O primeiro povo a basear-se no Sol para determinar o respetivo calendário foi o egípcio, há cerca de seis mil anos. Segundo este sistema, é avaliado o tempo que a Terra leva a dar uma volta completa em redor do Sol. Este trajeto dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Para simplificar e arredondar para 365 dias, essas horas, que sobram, também arredondadas em seis, a cada ano são somadas em seis, a cada ano são somadas até que completem 24 horas. Por isso, de quatro em quatro anos temos um ano bissexto.

Lunar

As origens deste calendário remontam aos povos nómadas do Médio Oriente e baseiam-se nas diferentes fases da Lua. Segundo este, o dia começa com o pôr-do-sol e o ano inicia-se sempre com uma lua nova. Contudo, o mês lunar não é igual a um número inteiro, alternam-se meses de 29 e 30 dias. Para corrigir esta diferença de 11 dias em relação ao ano solar, é incluído um mês extra periodicamente. Este sistema serviu de base para calendários como o Chinês e o Judaico.

Chinês

Este calendário, influenciado pelo método lunar, é dividido em ciclos de 12 anos, que começam na lua nova, entre 21 de janeiro e 20 de Fevereiro, e recebem o nome de um dos 12 animais do horóscopo chinês: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.

 Cristão

Foi criado em 525 pelo Abade Dionísio, o Exíguo, com base no calendário romano. Ele definiu que Jesus Cristo teria nascido no ano de 753 da fundação de Roma, após ter estudado os períodos dos reinados romanos. Assim, e segundo este pensamento, o nascimento de Jesus seria o ano1 da Era Cristã.

Romano

Este é a base do calendário que consultamos atualmente. A primeira “versão” suspeita-se que tenha sido criado por Rómulo em 753 a. C., ano de fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. O ano tinha 304 dias divididos por dez meses. Mais tarde, Numa Pompílio, o rei que sucede a Rómulo, dá ao calendário uma base astronómica, acrescentando dois meses.

Judaico

Este é baseado no movimento lunar. O início dá-se com a lua nova e conta-se de Setembro a Setembro. Por isso, cada mês tem de 29 a 30 dias e cada ano, 353, 354 ou 355 dias, no caso de 12 meses, e de 383 a 385 para os anos em que há um 13º mês. Esse mês é incluído para compensar a diferença entre os calendários lunar e solar.

Egípcio

Trata-se do primeiro calendário de que se tem conhecimento na história da Humanidade, que surgiu cerca de 3000 a. C. O ano, para o calendário egípcio, tem 365 dias, 12 meses de 30 dias e outros cinco dias de festivais dedicados a deuses. Começa quando a estrela Sírius aparece no mesmo lugar em que o Sol nasce, na hora em que o rio Nilo atinge a sua maior cheia.

Islâmico

Segundo o calendário islâmico, o ano 1 começou no dia 16 de Julho de 622, data em que o profeta Maomé fugiu de Meca para Medina. Desde então, que os dias e as horas são definidos através da consulta deste calendário.

Maia e Astecas

Estes povos têm um calendário religioso e outro solar. O primeiro compreende 260 dias, divididos em treze meses de 20 dias. Cada dia possui um nome diferente. O calendário solar de 365 dias contém 18 meses de 20 dias e mais um mês de cinco dias. Um ciclo de 52 anos solares harmoniza os calendários religiosos e solar. A cada dois ciclos (104 anos) coincidem um ano solar, um ano sagrado e um novo ciclo.

Fonte: Revista Mulher Moderna
Fotos da net
Por: C@rlos@lmeida

Francisco Bores


Francisco Bores Lopez nasce em 1898 em Madrid, onde frequenta a escola de Cecilio Pla, na qual conheceu Manuel Ángeles Ortiz, Cossío e Peiñado, com quem parte para Paris em 1925.

Nesse ano torna-se um nome consagrado, participando com uma sala individual na Exposição dos Artistas Ibéricos. Depois de fazer parte, desde 1923, do movimento ultraísta, forma, com Cossío e Hernando Viñes, o grupo da Escola de Paris.


Em 1940 muda-se para San Juan de Luz na companhia de Matisse. Em 1949 o MOMA adquire-lhe um quadro e em 1966 André Malraux nomeia-o Oficial da Ordem das Artes e Letras. No entanto, a Espanha só o reconhece em 1971, quando lhe faz a sua primeira retrospectiva em Madrid, um ano antes da sua morte, ocorrida em Paris.
 

Bores , um dos representantes da pintura espanhola do século XX, respeitado e condecorado em França durante muito tempo ignorado em Espanha. Inicialmente usuário de um léxico neoclássico, em Paris face a um novo conjunto de preocupações e pesquisas, enforma-se como um sintetizador das linguagens cubistas de Picasso e Matisse, cujos léxicos absorve.


Cria então uma linguagem própria, estruturada sobre um jogo cromático e temático claramente otimista e alegre. No convívio com a modernidade, Bores, detentor de uma sensibilidaede poética, tenta libertar o cubismo dos seus esquemas demasiado rígidos. Depois de uma viagem ao Midi, inicia o seu período “pintura-fruta”, como ele próprio o intitulava, conjugando o vigor construtivista com o desfrute sensorial da cor.
Fonte: Revista Caras
Por C@rlos@lmeida
Fotos da net

domingo, 21 de outubro de 2012

Odin


O Deus Supremo

Odin, chefe dos deuses e senhor do Universo, era filho dos gigantes de gelo Bor e Bestia. Juntamente com os seus irmãos, Ve e Vili, Odin derrotou o gigante Ymir, com o corpo do qual formou o mundo, tendo em seguida criado o homem e a mulher.
Governante dos deuses e homens, Odin era, ao mesmo tempo, deus da sabedoria e da guerra, protector das famílias e “pai dos tempos”, Senhor de muitos disfarces, aparecia geralmente sob a forma de um velho alto e barbudo, cego de um olho, que tinha sacrificado para poder beber do poço da sabedoria. Como senhor dos exércitos empunha habitualmente a lança Gungnir, feita pelos gnomos, também autores de Draupner, o anel do poder que Odin ostenta. Esta figura fantástica, que se alimentava apenas de vinho, cavalga Sleipnir, o extraordinário cavalo de oito patas, comanda os lobos Geri e Freki, fazendo-se acompanhar para todo o lado por dois corvos, Huginn e Munnin (Pensamento e Memória), aos quais ordena que voem pelo mundo, para que ele tudo possa inspeccionar.

Como deus das batalhas, Odin era não só propiciador de vitórias, como anfitrião dos guerreiros tombados em combate, que ele acolhia num vasto recinto dourado, com escudos por tecto e paredes formadas por lanças, designado por Valhalla, o paraíso dos bravos. Mas Odin era também um insaciável pesquisador de conhecimento, na busca do qual não só perdeu um olho, como se sacrificou a si próprio na árvore Yggdrasil, onde se aprisionou durante nove dias e nove noites. Trespassado por uma lança, Odin procurou aí através do sofrimento, atingir o conhecimento oculto, que veio a atingir com a revelação das runas, símbolos alfabéticos do Norte da Europa, usadas em rituais mágicos, para lançar encantamentos ou atribuir poderes sobrenaturais aos objectos em que eram escritas.

Fonte: DomingoMagazine Autor: Manuel Rosado
Por: C@rlos@lmeida

sábado, 20 de outubro de 2012

Fertilidade


“Entre nós, os primeiros filhos estão a nascer quando as mulheres têm mais ou menos 30 anos. Quer dizer, coincidentemente com a fase em que em termos estritamente biológicos, a fertilidade começa a declinar.”

Há muitas maneiras de as pessoas serem férteis: nos afectos que prodigalizam, nas ideias que recriam e desenvolvem, nas atenções que dispensam, nas narrativas que produzem e ajudam outros a crescer, no que constroem e é, em si mesmo, marcante ou sentido por alguém como tal.

A fertilidade de alguns escritores, artistas, ideólogos e também a de desconhecidos nossos, que se desmultiplicam em gestos e atitudes que, consensualmente, cremos produtivos, está ai todos os dias a dizer-nos que ser fértil não acaba nem começa no ter filhos.

Apesar disso, apesar dos múltiplos sentidos que a fertilidade pode ter, acho que irremediavelmente a associação vai direitinha para a capacidade de procriar. Parece mais acessível e de prazer mais imediato ter filhos que fazer obra. Parece que ter filhos é um dado da Natureza, que se deve estimar e cumprir e que, ainda por cima, tem a enorme vantagem de nos fazer iguais aos outros, de testemunhar do nosso estado adulto e do nosso desejo de dádiva e de continuidade.

Acontece que nós, seres humanos, tratamos a Natureza com despudorado laxismo. Não lhe ligamos muito. Escrevemos sobre ela, e a propósito dela, discursos curiosíssimos: uns pouco em alguma sintonia e uns muitos à completa revelia dos caminhos que ela parece indicar. Uns desses tortuosos resultados é aquele que se prefigura hoje na questão da fertilidade humana.

Entre nós, os primeiros filhos estão a nascer quando as mulheres têm mais ou menos 30 anos. Quer dizer, coincidentemente com a frase em que, em termos estritamente biológicos, a fertilidade começa a declinar. Depois de termos decidido que os anos abaixo dos 20 eram impróprios para a conceção, em nome de uma longevidade humana cada vez maior, de uma necessidade de diferenciação escolar e profissional crescente, de uma imaturidade psicológica e social óbvias, fazemos agora o mesmo com os 20, mais ou menos pelos mesmos motivos.

Ficamos assim, com a década dos 30 e uma parte da dos 40 como fase procriativa, em que a vida está arrumada, o conforto a garantir às crianças já é possível e todos os precisos parecem nos conformes.

Aí, acontece cada vez mais frequentemente descobrir-se que a criança que se deseja não vem. Que os tratamentos disponíveis não são milagreiros e também eles são atentos à idade dos progenitores. Mais de 35 anos já merecem um olhar esguelhado. Descobre-se que afinal os homens também não são tão férteis quanto a tradição garantia e que muitas vezes o esforço de ter um filho se torna numa aventura traumática e complexa. Depois vem o espanto, o descrédito:

Como é que ninguém me disse que eu, tão novo para tantas coisas, já sou velho para outras?”

Provavelmente ninguém disse, porque felizmente não é sempre assim, mas lá que a situação começa a ser parecida com um problema, começa. Ainda agora uma mulher de 36 anos, com ar de menina, me dizia que um dia talvez gostasse de ter filhos. Espero que esse dia não seja um qualquer tarde de mais.

 
Autor: Isabel Leal
Professora de Psicologia
Clínica no ISPA
Fotos da net
Por: C@rlos@lmeida

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sicília

 

Palermo
 
Velha demais de 2500 anos, Palermo foi fundada pelos Fenícios no século VII a. C. com o nome de Ziz, “a flor”. Conquistada, dominada e perdida por vários povos e culturas, a cidade conheceu romanos, árabes, normandos e bizantinos, entre outros. As vicissitudes por que passou culminaram no século XX, com os bombardeamentos que foi sujeita durante a II Guerra Mundial. Também as marcas do tremor de terra de 1968 ainda hoje são visíveis, e alguns bairros, muito destruídos, nunca chegaram a recuperar o esplendor de outros tempos.
 
A cidade conheceu períodos de prosperidade a que se seguiram tempos de decadência. Este ciclo repetiu-se ao longo dos anos e deixou um precioso património arquitetónico e cultural que constitui a mais-valia de Palermo.
 
 
A cidade italiana está em permanente atividade e parece nunca descansar. Quem chega rapidamente coloca de parte o automóvel alugado, pois o trânsito é caótico e os“palermitas”conduzem de forma intimidatória. Assim, o melhor é mesmo escolher um hotel central e visitar a cidade a pé.
 
 
Dividida em bairros cujos nomes remontam às origens da urbe, palermo é uma cidade que tem muitos dos seus monumentos mais importantes concentrados na zona histórica. As duas principais avenidas, Maqueda e Corso Emanuele, cruzam-se na famosa Praça Quattro canti, que se encontra rodeada de palácios datados do século XVII, de fachadas côncavas ricamente trabalhadas. Esta pequena praça é considerada por muitos o local ideal para o começo da visita à velha cidade.
Os mosaicos bizantinos da capela Palatina, no Palácio dos Normandos, e da Igreja La Martorana são de tal forma admiráveis que constituem como que o ex-libris de Palermo. O imponente edifício da catedral remonta ao tempo dos Normandos, mas sofreu sucessivas alterações, que vieram desvirtuar a traça original. Contudo, quem o visita não fica indiferente à sua generosidade.
Os habitantes de palermo gozam de uma reputação duvidosa, inúmeras vezes retratada em filmes que fazem parte da história do cinema. Hoje em dia a cidade é bastante mais segura do que há duas décadas. O ambiente é acolhedor e mesmo nos bairros mais degradados é possível passear com segurança. Os negócios escuros, se os há, fazem-se à margem dos turistas que invadem a zona, sedentos de se embrenharem nas estreitas ruas, repletas de história, e de absorverem o seu mágico perfume oriental.
Texto: Peres Rodrigues
Fonte: Revista Caras



 


Fotos da net
C@rlos@lmeida

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mango, o excêntrico

Não se trata de querer dar nas vistas. Não se trata de ser vaidoso. O que se passa é que o diferente é sempre atrativo, ainda que, como é o caso, isso se deva a uma aberração da Natureza. Este tubarão-port-jackson, amarelo fluorescente, é extremamente raro e a ciência explica  a sua cor luminosa como uma invulgar forma de albinismo, que impossibilita o tubarão de se camuflar no seu meio ambiente. Este port-jackson, de dois anos, recebeu o nome de mango e vive no Aquarium de Sydney, na Austrália, após ter sido apanhado numa rede de pesca. Uma fatalidade que lhe terá poupado a vida, já que o problema de pigmentação lhe permitiria sobreviver no seu habitat natural. Mango é por isso um excêntrico que todos desejam conhecer.
 
Fonte: Revista Caras

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Chá - O Aliado Oriental


Embora o frio e a chuva lhe assentem bem, o chá é mais do que uma paixão de Inverno. Ideal e receptivo, aconchega-se aos nossos estados de alma sem perder a personalidade.

As mãos treinadas na colheita de chá desenham as formas dos jardins do Assam, no Nordeste da Índia, retirando as folhas do verde absoluto. São mãos de mulheres, quase sem excepção e pesam-lhes todos os séculos do mesmo destino incontestado. Apesar disso, movem-se com destreza e sabedoria, rápidas como um vento outonal – escolhendo aqui, declinando ali – e recortam os arbustos à medida da perfeição que o chá exige, atentas a subtilezas que uma máquina seria incapaz de perceber.

Talvez haja, nesta tarefa artesanal sem princípio nem fim, uma certa semelhança com a caligrafia e a sua técnica contida e rigorosa, mas animada pelo essencial. Se uma carta manuscrita é portadora de identidade, também é certo que não existem dois chás iguais. Serão as folhas colhidas nos jardins do Assam – e em todos os jardins de chá do mundo – letras de um alfabeto que cada um de nós escreverá à sua maneira? Quase podemos assegurar: prepara-me um chá, dir-te-ei quem és… Ou então: prepara-me um chá, dir-me-ás quem sou.

Da Mão para o Bule


O chá foi um dos temas de eleição de António Mega Ferreira para o livro Uma Caligrafia de Prazeres (Texto Editora), um itinerário personalizado por certos lugares, ideias, vozes, aromas, paladares, livros e outras coisas que trazem significado à vida – e, além de significado, também beleza e intensidade. Os desenhos de Fernanda Fragateiro fazem luz sobre as palavras, discretamente.

Apesar de ter crescido «na convicção de que o chá era bebida essencialmente feminina, por contraposição ao café», Mega Ferreira tomou-lhe o gosto na adolescência, em companhia de um pequeno grupo de amigos, adeptos do bridge fora de horas. «O chá, que nunca deixei de frequentar, tornou-se com o tempo, a minha bebida de estimação: uma longa teoria de chás adorna a prateleira da cozinha, respondendo aos meus humores de momento», escreve.

De verão e de Inverno, convoca o chá para a mesa do pequeno-almoço e declara preferência por chás «fortes, escuros, apaladados», embora nem todos se prestem ao consumo matinal. Caso de um chá preto fumado, o Lapsang Souchong chinês, que acompanha com distinção pratos de carne de aves e aperitivos salgados ou condimentados. À tarde será sempre bem acolhido um chá perfumado como o Earl Grey. A resumir uma prática dos chás, haverá que ter em conta um só princípio: «deve-se beber chá quando nos apetece».

Geografias do Chá

 
O Chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Chá preto, chá verde, chá branco, chá semi-fermentado, chá fumado… todas as variedades têm origem na mesma planta, a Camélia sinensis. As diferenças procedem, essencialmente, da época de colheita, do método de fabrico, das características do solo e do clima, da qualidade da água e da forma de o preparar. Na China e no Japão, o chá verde é mestre e imperador; no Magrebe, bebe-se com folhas de menta e muito açúcar; os tibetanos juntam-lhe sal e manteiga de iaque; na Grã-Bretanha e na Irlanda, acrescenta-se-lhe quase sempre um pouco de leite…


Razão tem quem disse: «Por estranho que pareça, até agora a humanidade encontrou-se na chávena de chá. É o único cerimonial asiático que merece a estima universal». De Kakuzo Okakura, O Livro do Chá (ed.Cotovia) permanece, desde a publicação no início  do século XX, um legado fundamental da sabedoria do chá. Indissociável do budismo zen e do taoísmo, a cerimónia do chá japonesa faz parte de «uma religião da arte da vida».

Como poderemos nós, os náufragos da cidade, alguma vez entender isto? Como podemos ser salvos por um saquinho de chá desconsolado, a afundar-se na água quente de uma cafeteira inox?
Fonte:Revista NotíciasMagazine
Texto: Carla Maria de Almeida
Ilustrações retiradas de O livro de chá, de J.Duarte Amaral, Ed.Temas e Debates,2001
C@rlos@lmeida

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tarzan

Da Selva para o Mundo

Tarzan nasceu em África mas tornou-se conhecido nos Estados Unidos, tendo mais tarde conquistado fãs em todo o planeta. Foi, sem dúvida, a maior personagem saída da imaginação de Edgar Rice Burroughs, um Norte-americano oriundo de Chicago que fez de tudo um pouco até criar o jovem “rei da selva”, numa vida tão recheada que dava uma história de aventuras.

Habituado a ler as “pulp magazines” do inicio do séculoXX, Edgar Burroughs cedo decidiu deitar mãos à obra e fazer, ele mesmo, várias novelas. Começou com “Dejah Thoris, Martian Princess”, depois intitulada “A Princess of Mars”, na qual utilizou o pseudónimo Normal Bean. A obra valeu-lhe 400 Dólares, uma fortuna para a altura, e funcionou como estímulo para continuar. Após a rejeição da segunda novela, o escritor não parou e em 1912 produziu o conto “Tarzan of the Apes”, que marcou o aparecimento de Tarzan no meio Literário.

A partir de então, seguiram-se as adaptações ao cinema, a primeira das quais em 1918 (a primeira película sonorizada sob a égide da MGM apareceu apenas em 1932, com o título “Tarzan, o Homem Macaco”), dando ainda mais popularidade ao seu autor.

Edgar Burroughs escreveu um total de 26 livros do Tarzan, foi o correspondente de guerra mais velho a operar no cenário do pacífico – aconteceu devido a ter ido viver para o Hawai – e chegou a ter uma editora livreira. Morreu a 19 de Março de 1950.

Fonte: Revista Domingo Magazine Correio da Manhã
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Jano


O Começo e o fim
Jano, o deus romano de cujo nome deriva o mês de Janeiro (Januarius, em latim), era uma das mais importantes divindades do panteão romano. Diz a lenda que, originário da Tessália, na Grécia, navegou até Itália, onde se estabeleceu na região do Lácio. Sob o seu reinado foram introduzidas as leis, a agricultura e o dinheiro, pelo que Jano surge, desde logo associado à transição da barbárie da civilização. Deus da mudança e do recomeço, entre os seus muitos atributos destaca-se o dom de conhecer o passado e o futuro, sendo por isso, habitualmente representado com duas faces, olhando em sentidos opostos. Tornou-se desta forma, o Deus que presidia às mudanças, do passado para o futuro, de um mundo para o outro, da paz para a guerra, do ano que finda para o ano que inicia.
Era sob a égide de Jano que os romanos iniciavam as sementeiras ou realizavam os casamentos; era a sua protecção que invocavam para os recém-nascidos e a sua bênção que pediam no começo de cada dia e de cada mês, bem como no início do ano, no primeiro dia do mês de Jano.
Deus do Céu e da Terra, simbolizados na sua dupla face, porteiro do Céu e mediador das preces dirigidas aos outros deuses, era pelas portas do templo a ele dedicado que passavam os comandantes das legiões quando marchavam para a guerra. Com eles partia Jano e, por isso, enquanto as hostilidades durassem, as portas do templo, situado no Fórum, ficavam abertas, só voltando a ser fechadas quando a paz regressasse e, com ela, Jano voltasse ao seu santuário.

Autor: Manuel Rosado
Foto da net