domingo, 12 de fevereiro de 2017

Lisboa – O grande Terramoto

Palácio Duques de Aveiro

Diz-se que o povo da cidade saía da missa de Todos-os-Santos quando a terra tremeu. O maremoto e o incêndio aumentaram a tragédia. 

Pintura antes do Terramoto de 1755

O que fez o Marquês de Pombal? Mandou enterrar os mortos e tratar os feridos. Esta frase é um clássico dos manuais da escola primária sobre História de Portugal, uma expressão impressionante para qualquer criança. As imagens de destruição completavam o quadro. Era a história do Terramoto de 1755, o maior abalo sísmico de que há registo.
Nessa manhã de 1 de Novembro, Lisboa perdeu dez mil dos 250 mil habitantes que tinha na época e teve de socorrer um número de pessoas muito superior a este. 

Terreiro do Paço antes do Terramoto

Segundo textos de então, eram 9 horas e 35 minutos quando se ouviu um “estrondo subterrâneo” e a terra começou a tremer; primeiro com lentidão, depois num crescendo de intensidade e de violência. O abalo durou vários minutos – cada autor mede o tempo de forma diferente – e deixou a cidade antiga desfeita em ruínas. Logo a seguir três ondas gigantes – “três grandes serras de água”, conta um autor - entraram pela barra do Tejo e inundaram as zonas mais baixas da cidade. O fluxo e o refluxo das águas atingiu tal dimensão que se via “o centro” do rio,” nunca de vista humana investigado”. Pelo menos duas réplicas do sismo, de menor intensidade, foram ainda sentidas nessa manhã.

Painel de azulejos com a Praça do Rossio antes do Terramoto

À destruição causada pela terra e pela água, juntaram-se os efeitos do “desatino” dos outros dois elementos – o fogo e o ar. Muitos edifícios foram devastados, nos dias a seguir, por um incêndio incontrolável, agravado por ventos fortíssimos.

Ilustração (fantasiosa) do Terramoto de Lisboa

Pode imaginar-se o pânico e o sofrimento dos lisboetas de então. Mas a destruição da cidade, vista à distância de mais de dois séculos, pode ser considerada providencial. Lisboa tinha atingido um ponto de saturação, com a população a aumentar rapidamente – em 1729 os habitantes eram apenas 200 mil – e dificilmente se criaram condições para criar infra-estruturas adequadas a uma cidade medieval de ruas estreitas e tortuosas.
O reinado de D. João V, com os seus inúmeros e grandiosos projectos, terminara cinco anos antes. D. José ordenou em 1752 a construção de uma grande e luxuosa sala de espectáculos – o Teatro da Ópera ou a Ópera do Tejo, a cujo palco subiu, em 2 de Abril, a ópera Allessandro nell’India. O Terramoto deitou por terra este edifício.

Paço Real, OTerreiro do Paço em 1650, meados do séc.XVIII. Óleo sobre tela de Dirk Stoop, patente no Museu da Cidade, em Lisboa

A verdade é que a cidade contava com um forte grupo de arquitectos entre os quais se destacam os grandes nomes da reconstrução: Eugénio dos Santos, o militar que definiu a estratégia, Manuel da Maia, já idoso, e Carlos Mardel, entre outros.

Parte da destruição causada pelo Terramoto e fogo

Foi o Marquês de Pombal quem assumiu com rapidez e eficácia o controlo da reconstrução, integrada numa estratégia de poder que lhe permitiu governar durante 20 anos. Como apontava Siza Vieira, no arranque da construção do Chiado depois do incêndio de 1989, os arquitectos de Lisboa pombalina dependiam do Marquês e nunca tiveram mais do que uma delegação de poderes.

Convento do Carmo em ruínas

As dificuldades burocráticas em que ficou preso o Gabinete do Chiado- no âmbito da Câmara Municipal de Lisboa – foi um entrave à rapidez dos trabalhos. Não se vivia um tempo de poder absoluto e os direitos dos proprietários não podiam ser atropelados. Basta dizer que só o caso do edifício dos Grandes Armazéns do Chiado demoraram nove anos a ter uma solução legal.

Depois Desenho do Terreiro do Paço, atribuido a Carlos Mardel, já com a estátua de D. José ao centro.

Três edifícios ficaram ainda por reconstruir, mas os projectos ficaram prontos a arrancar. Um deles é, tantos anos depois, uma vítima do Terramoto de 1755 – “O Leonel” vistosamente escorado na Rua do Carmo à espera do resultado de um estudo que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil encomendou. Passa mesmo ali a falha sísmica que atravessa o edifício dos Armazéns do Chiado e se prolonga até às ruínas do Convento do Carmo que o mesmíssimo Terramoto derrubou.

Fonte: Revista Focus
Texto/Autor: Ana Sousa Dias
Fotos da Revista e da Net
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Parece Frango, cheira a frango, sabe a frango...

O desejo de comer carne coloca uma questão ética, desde que os seres humanos conseguiram uma produção agrícola fiável: precisamos, realmente, de matar animais para viver? Mas há mais: os gases e os dejectos de todas essas galinhas, porcos e vacas estão a contribuir para as mudanças climáticas. A ideia da carne de imitação nunca foi, por isso, tão atractiva.
No ano de 2010, cientistas da Universidade do Missiouri (EUA) anunciaram que, após mais de uma década de investigação, tinham criado o primeiro produto de soja que não só pode ser preparado para saber a galinha, como se desfaz na boca da mesma maneira. O mundo vegetariano anda em pulgas para ter acesso à invenção. «Juntamente com o presunto, o frango sempre foi o santo Graal», diz Seth Tibbott, 59 anos, decano dos inventores da carne de soja.
A empresa de Tibbott, a Turtle Island Foods, tornou-se famosa pelo peru falso bem apaladado. Mas Tibbott diz que os esforços para criar um frango falso credível chocam com a textura magra da ave e com o seu sabor delicado. «O peru tem um sabor parecido com o da caça», diz, «e é mais fácil imitar sabores fortes.»

Tibbott está agora a estudar a possibilidade de comprar a invenção do Missiouri. Segundo a Associação de Alimentos de Soja da América do Norte, as vendas anuais de produtos de soja totalizaram 3 300 milhões de Euros em 2008, contra os 240 milhões em 1992. Mas 3300 milhões são, para usar uma metáfora alimentar, apenas pevides. Os norte americanos gastam cerca de meio bilião de dólares em carne, todos os anos. Uma alternativa que conseguisse conquistar nem que fosse 10% deste mercado faria alguém muito rico.


Galinha ‘in vitro’


Há muito que os especialistas de saúde pública anseiam por uma carne de soja credível, pois ela é uma excelente fonte de proteína e tem menos gordura e colesterol do que a de animais. Mas embora a galinha falsa do Missiouri tenha  a consistência certa, ainda lhe falta ser temperada e fortemente salgada para saber a carne. Daí que a próxima fronteira da alimentação verde seja a carne real criada  in vitro – que não é cortada de um animal, mas de um prato de laboratório, e que oferece todo o sabor sem a carnificina de gado.
A Organização People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) oferece um prémio de 1 milhão de dólares (800 mil Euros) a quem consiga colocar no mercado galinha in vitro até 2012. Tal como muita coisa que a PETA faz é uma habilidade publicitária: segundo Jason Matheny, um vegetariano que gere uma firma de capital de risco chamada New Harvest, a carne in vitro está «pelo menos a dez anos de distância».
Entretanto, Tibbott e outros defensores de soja, incluindo os cientistas da Universidade de Missioury, acreditam que podem preencher a lacuna, oferecendo carnes falsas mas realistas. Quem sabe? Talvez um dia possamos encomendar uma fajita de galinha com picante, feita de soja. Podemos até nem dar pela diferença, mas o planeta vai dar.

E do pó fez-se carne


Como é que se cria uma textura carnuda e musculada, sem sangue?
Primeiro
Pega-se numa mistura seca de proteína de soja em pó e farinha de trigo, junta-se água e deita-se num processador de comida industrial. Inicialmente, parece uma massa de bolo. Mas, à medida que passa pelas rodas do misturador e é aquecida a, precisamente, 175 graus, a massa começa a ganhar firmeza e forma estrias complexas. Os cientistas precisaram de muitos anos para chegar à temperatura certa, e mais uns tantos para descobrir como arrefecer o bolo de soja rapidamente, antes de se desfazer.

Fonte: Revista Visão (8 de Julho de 2010)
Texto/Autor: Revista TIME por John Cloud
Fotos da net

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Amêijoa com 405 anos


Nem elefantes, nem mamutes, nem tartarugas, nem peixes pré-históricos. O animal mais velho do mundo é uma amêijoa. A surpreendente descoberta foi feita por um grupo de cientistas ingleses no fundo do Oceano Atlântico, a norte da Islândia. Depois de analisado e testado, chegaram à conclusão de que o bivalve tinha 405 anos.
Tinha, porque entre a recolha do oceano e a análise da sua concha, a amêijoa morreu.
Ming foi o nome dado pelos cientistas a um exemplar de amêijoa oceânica, encontrada no ano de 2006, e cuja idade foi inicialmente datada em 405 anos, através do método de contagem dos anéis da concha. Com esta notícia, Ming passou a fazer parte do Guinness Book por ser o molusco mais velho descoberto até à presente data. O recorde de Ming ultrapassa o de uma outra sua parente com 220 anos encontrada em 1982.

Uma segunda revisão dos anéis revelou que a idade real de Ming era afinal de 507 anos. A anterior estimativa foi subestimada devido à compressão dos anéis da concha (tal como se faz para saber a idade das árvores), havendo alguns anéis que ficavam sobrepostos sobre outros. A este método tradicional foram feitos outros testes mais avançados, entre os quais o teste do Carbono 14, podendo-se assim ter a certeza de que este molusco nasceu no ano de 1499 (mais ano, menos ano), na época da dinastia Ming na China, e apenas sete anos após a primeira viagem de Cristóvão Colombo até ao continente americano.
Para se ter uma ideia de longevidade, no seu primeiro ano de vida, Portugal estava sob o domínio Espanhol, Filipe II era o rei e William Shakespeare apresentava as suas primeiras obras. Quando completou 308 anos, Portugal passou a ser uma Republica. Alan Wanamaker, um dos cientistas afirmou ao ‘Sunday Times’ que não fazia ideia de que a amêijoa pudesse ser tão velha. Até que se deparou com a descoberta de mais de 400 linhas nas conchas. Em comparação com outros animais do planeta, convém referir que a mais velha tartaruga das ilhas Galápagos chegou aos 176 anos e um esturjão alcança os 150 anos de vida.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Fonte/Autor : RS
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O Regresso dos bisontes


A espécie pode voltar a expandir-se na América do Norte, do México ao Alasca.

São boas as notícias para a natureza, numa altura em que quase todos os dias nos chega a informação de que mais uma espécie (ás vezes, várias de uma assentada) está à beira da extinção.
O bisonte, um dos animais mais emblemáticos da América do Norte, que esteve intimamente associado à “conquista do Oeste” nos Estados Unidos – no decurso dessa epopeia foi caçado quase até à extinção -, pode voltar a povoar largas porções do continente norte-americano, do México ao Alasca, durante os próximos cem anos. A previsão é de um grupo de peritos em ecologia e conservação de espécies, que fez um estudo para avaliar essa possibilidade, a pedido de várias organizações, como a Wildlife Conservation Society.
Os autores desse estudo estão convencidos de que a preservação de regiões de pradaria que existem no continente, nomeadamente no Sudoeste dos EUA, as extensões de taiga no Alasca, e outras zonas idênticas no Canadá, podem voltar a ser repovoadas por bisontes, desde que esses locais permaneçam vedados a qualquer outro tipo de actividades.
Para fazer esta avaliação, os especialistas idealizaram um modelo que incorporou vários factores da ecologia de cada local (incluindo as outras espécies aí existentes). Encontradas desta forma as zonas com mais potencial, o repovoamento terá de ser feito a partir da população que resta desta espécie: 500 mil exemplares, 20 mil dos quais no estado selvagem.

Fonte: Revista Notícias Sábado
Texto/Autor: João Ferreira (Ciência)(Biodiversidade)
Foto da Net
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

As Mansões dos Famosos - 24


Uma antiga moradia do século XIV foi recuperada com carinho pela actriz Jane Saymour.
Parece um castelo mas na realidade é uma antiga casa de campo do século XIV que a actriz de Dr.Quinn e o marido, o realizador James Keach, reconstruiram com todo o amor e cuidado e transformaram num lar para os seus seis filhos.

Assemelha-se em tudo a um castelo, mas Jane Seymour apesar da grandiosidade não gosta que o chamem assim. Na realidade a actriz prefere que a sua mansão, Saint Catherine’s Court, uma grandiosa herdade, seja somente encarada como uma casa de família, a sua, constituída pelos seus seis filhos – dois são enteados – e pelo marido James Keach.
Apaixonada, quando comprou a casa que data do século XIV e viu que muito era necessário fazer, a actriz, com todo o empenho que lhe é característico, falou com arquitectos que lhe deram as directrizes de como transformar a antiga mansão numa casa de família. Tudo parecia estar por fazer: da electricidade à canalização.
O resultado: cada um dos quartos duplos da herdade é verdadeiramente único. Todos eles foram decorados com mobiliário confortável e pleno de sumptuosidade de acordo com a história implícita neste local.


Existem ainda os quartos de criança remodelados com um extremo cuidado, pois, afinal, trata-se de uma casa de família.
A sala de banquetes foi propositadamente deixada com o mínimo de mobiliário pelas suas excelentes condições acústicas que favorece a realização de festas e eventos musicais.
A Suite principal tem ainda a particularidade de ser decorada com peças de fabrico exclusivo para Jane Seymour. Trata-se de um quarto de grandes dimensões e conforto e com uma fantástica vista para o campo.
Na imponente sala de jantar domina uma enorme mesa, sendo este o sítio que a actriz de Dr. Quinn considera como o ideal para receber toda a família e do qual a mãe é uma fã incondicional. Ao todo, Seymour consegue reunir nesta sala do tempo da Rainha Isabel 18 pessoas. O local predilecto da actriz é sem dúvida a biblioteca, não só pelo tecto espectacular, mas também por aqui se encontrarem obras adquiridas pelo seu pai, um grande apaixonado por livros antigos.
As paredes de toda a casa estão decoradas com quadros, alguns da actriz, também pintora, mas muitos deles foram comprados pela proprietária ao longo dos anos. Se os interiores foram essencialmente a preocupação de Jane Seymour, os exteriores são o resultado de um grande investimento pessoal do marido, o realizador James Keach.


No total, são nove quartos, incluindo a suite principal, seis casas de banho, dois tocadores, dois closet, seis salas de estar, uma biblioteca, uma sala de dança, uma sala de jantar, a cozinha e uma sala de pequenos-almoços. Todas estas comodidades estão também ao serviço de hóspedes que o casal costuma receber para algumas actividades lúdicas.
Ao longo de 20 anos, Jane Seymour tem investido o seu tempo e o seu amor em Saint Catherine’s Court e, deliciada, dá todo o tempo e esforço como bem empregues.

Fonte: Revista Flash!
Texto/Autor: Desconhecido
Fotos da revista /net
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Os Brincos nos rituais Mágicos



A origem de muitos rituais mágicos ainda hoje realizados perde-se na noite dos tempos. As práticas vão e vêm ao sabor das modas, mas nunca são esquecidas. O uso de um único brinco na orelha, actualmente muito comum entre os homens, tem uma curiosa origem lendária.

No fim do século XVI, mais ou menos na época do «Invencível Armada», um navio espanhol perdeu-se durante uma tempestade e foi parar à Costa da Noruega. A sua tripulação era constituída por marinheiros cruéis, hábeis e implacáveis, que tiveram de permanecer algum tempo em terra para consertar um dos mastros do navio. Espalharam armadilhas na zona onde tinham ancorado para apanharem pequenos animais e, inesperadamente, certa noite, capturaram um gnomo que rondava o acampamento que haviam montado na praia. Ninguém pode imaginar as torturas e humilhações a que o submeteram. Hornuk – era este o nome do gnomo -, no entanto, era esperto e aguardou o momento certo para negociar a sua vida.


A certa altura ouviu os marinheiros a falarem sobre o seu medo de morrer no mar, onde não poderiam receber uma sepultura adequada, ou de serem levados para uma praia onde os habitantes, considerando-os piratas, os deixassem insepultos.
Hornuk não perdeu a oportunidade. Disse-lhes então que tinha um amuleto capaz de proporcionar aos marinheiros uma sepultura condigna, fosse no mar ou em terra. Isso atraiu a curiosidade dos espanhóis, que lhe ofereceram a sua vida em troca desse amuleto.


Hornuk passou a noite a furar orelhas e a pendurar brincos. A partir daí espalhou-se a crença de que isso garantia aos marinheiros uma sepultura condigna, onde quer que fosse. Na verdade, sempre que um cadáver de um náufrago com um brinco na orelha dava à costa, os gnomos dessa terra encarregavam-se de o enterrar numa sepultura condigna. Desde então, os marinheiros passaram a acreditar na história do gnomo e a furar as orelhas, onde usavam brincos de ouro.
A história de Hornuk foi mais do que uma inspiração do momento para se salvar. Para os gnomos, o ouro, mais do que um bem com valor material, sempre foi considerado um elo entre o homem e o Sol. Por isso gostam de ouro e trazem-no sempre com eles.


Segundo esses pequenos seres, o metal reduz a sua necessidade de sol. Quando fazem amor, mantêm um objecto de ouro de qualquer tipo em contacto com o corpo. Este objecto pode ir de uma pulseira a um anel ou a uma corrente. Segundo eles, qualquer destes objectos reforça a energia. Muitas vezes, na noite de núpcias, espalham pó de ouro sobre os lençóis para garantir energia e felicidade ao novo casal.


Muitos rituais mágicos específicos para os animais ou utilizando elementos da natureza, como plantas, cristais e metais, foram criados por gnomos e espalhados por todo o mundo. A proximidade entre os gnomos e os homens tornou possível a disseminação dessa sabedoria ancestral. Hoje, mais do que nunca, o homem descobre novamente, uma natureza devastada, aliados importantes que foram negligenciados. Com eles, aprende importantes segredos – como estes.

Fonte: Revista Esperança
Texto/Autor: desconhecido
Fotos da revista
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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Paranóia


Entende-se por paranóia o conjunto de perturbações de carácter que pode traduzir-se em orgulho excessivo, na desconfiança em susceptibilidades fora de controlo, na falsidade do julgamento e em interpretações erróneas. Estas disfunções podem provocar reacções agressivas e fazer com que o individuo atinja um estado delirante. Nestes casos, o doente pode desenvolver um delírio paranóico de interpretação, de perseguição ou de reivindicação. Antigamente designava-se por este termo um delírio crónico de interpretação sistematizada, com conservação aparente da clareza e da lógica do pensamento.
A paranóia crónica pode resultar de lesões cerebrais, do abuso de anfetaminas ou do consumo excessivo de álcool. A esquizofrenia ou a doença maníaco-depressiva são também outra das causas. Pode também manifestar-se em pessoas desconfiadas e sensitivas que parecem emocionalmente frias e se melindram facilmente.
Já a paranóia aguda – uma crise com duração inferior a seis meses – pode surgir em indivíduos com perturbações prévias da personalidade e que sofrem alterações radicais no seu meio ambiente. Nestes indivíduos, se existe uma personalidade vulnerável e predisposta a um factor de intenso stress, o resultado pode ser uma ruptura psicótica mais ou menos transitória.

Fonte: Revista Nova Gente (Dicionário de Saúde)
Foto da net
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Pit bull


Foram criados para combater outros cães e divertir a nobreza. Revelaram-se amáveis e obedientes. Durante os séculos XIX e XX eram utilizados para fazer companhia às crianças.
Os Pitt Bull foram responsáveis, com os Rottweiller, por 70% das mortes por ataque canino entre 2005 e 2009 nos Estados Unidos. São considerados uma das raças mais perigosas do mundo, mas o problema pode estar apenas na forma como são treinados. É que durante muitos anos quem tinha filhos escolhia-os como animal de estimação por serem de confiança e carinhosos – até lhes chamavam The Nanny Dog (cão-ama).
A raça nasceu no século XIX. Em 1835, o parlamento inglês proibiu o bull baiting, um jogo em que os bulldogs atacavam touros na arena. A realeza encontrou então uma nova diversão na luta entre cães.
Os criadores misturavam bulldogs e terriers e esse cruzamento foi reconhecido em 1898. Os pit bull começaram a ser usados não só para luta e caça, mas também para protecção: além de eleitos por famílias ricas para tomarem conta dos filhos, eram os preferidos dos soldados da I e da II Guerra Mundial.
Especialistas defendem que eles não são naturalmente perigosos e que é o treino que lhes define a personalidade. Um estudo da American Temperament Tests Society, de 2004, diz mesmo que, 83% destes cães não são agressivos - a média geral é de 77%.



Crânio achatado e focinho largo e comprido. As orelhas são pequenas; o temperamento é alegre e são fiéis ao dono. Não são agressivos para os humanos, mas podem revoltar-se contra outros cães; precisam de socializar, de exercício físico e de regras.

Fonte: Revista Sábado
Texto/Autor: Sofia da Palma Rodrigues
Fotos da Net
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Rei Eduardo VII


Curioso episódio no funeral do Rei Eduardo VII



No livro «Memórias do Sexto Marquês de Lavradio» há um episódio, por ocasião do enterro de Eduardo VII, Rei de Inglaterra, que merece ser transcrito. Ei-lo contado por quem a ele assistiu e muito quis a El-Rei D. Carlos:
«Às 9.25 da manhã saía o féretro de Westminster para a estação de Paddington, de onde seguiu o comboio para Windsor.
Incorporaram-se no cortejo, seguindo a cavalo em filas de 3, de Westminster para a estação: O Rei Jorge, O Imperador da Alemanha, o Duque de Connaught, os Reis da Noruega, da Grécia, de Espanha, de Portugal e da Bélgica, os Príncipes herdeiros da Turquia, da Áustria, da Roménia e da Sérvia e mais 35 príncipes, por si ou como representantes dos seus soberanos.


Da estação de Windsor para a capela de St. George seguiram todos a pé.
Em Windsor, os ofícios realizaram-se na capela de St. George, havendo depois almoço na Waterloo Chamber.
Como disse, os Reis, em Londres, seguiram a cavalo o féretro do Rei Eduardo. O Rei Fernando da Bulgária, que já não era criança e era pesado, teve alguma dificuldade em montar, o que provocou sorrisos dos Reis de Portugal e Espanha, então novos e montados com ligeireza. O Rei Búlgaro viu os sorrisos e, depois de estar a cavalo, aproximou-se deles e disse-lhes: «Meus queridos amigos, com certeza estais mais firmes na sela do que eu, mas qual de nós estará mais firme no trono?».

Fonte: Almanaque Diário de Notícias
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da Net
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Tremoços


Aperitivos lendários



Uma das lendas em redor desta semente afirma o nome “Estremoz” teve origem na palavra “tremoços”

A utilização dos tremoços como aperitivo perde-se na história dos hábitos dos portugueses. Embora também se comam noutras alturas do ano, é com a chegada do calor que o seu consumo dispara. Afinal, as pessoas bebem mais cerveja nos dias quentes, algo que não se faz sem se trincar uns tremoços. Esta é uma regra bem conhecida de todos.
Em Portugal, o tremoço está para a cerveja como a manteiga está para o pão e café que se preze tem que oferecer o pires de tremoços. A relação que os portugueses estabelecem com estas sementes só tem semelhança em alguns países mediterrânicos, como a Itália e a Grécia. Assim, não admira que existam lendas sobre os próprios tremoços. A mais famosa conta que, em certo dia, a Sagrada Família atravessou um campo de tremoceiros enquanto fugia dos soldados do rei Herodes. A família caminhava lentamente na tentativa de passar despercebida mas, a cada passo que José e o burro davam, os tremoceiros estalavam por baixo dos seus pés. Em cima do burro e com Jesus no colo, Maria desesperava com a situação e decidiu amaldiçoar os tremoços, afirmando que nunca mais estas sementes matariam a fome a alguém. Lenda ou não, a verdade é que quem come um tremoço, come sempre o segundo e depois o terceiro. Alem disso, os tremoços servem sempre como aperitivo, ao contrário de outras sementes que servem de alimento, como o feijão, a ervilha e a lentilha. Outra das lendas afirma que o nome “Estremoz” teve origem na palavra “tremoços”.


Supostamente quando os primeiros habitantes chegaram ao local onde hoje se encontra a cidade, nada mais havia do que o sol, a lua e campos gigantescos de tremoceiros. Estas e outras estórias podem ser fruto da imaginação popular, mas demonstram como estas sementes estão enraizadas na cultura portuguesa. Fazer o tremoço saltar da sua casca é uma arte que os portugueses aprendem desde crianças. E enquanto houver sol, calor e cerveja, mais portugueses aprenderão a comer tremoços e mais lendas serão inventadas.
A maioria dos tremoceiros tem a propriedade de fixar azoto nos solos, e muitos são utilizados como fertilizante natural em zonas agrícolas.


A Lupinus albus L. é originário da Península Balcânica, bastante cultivada na região mediterrânea, Macaronésia, centro e sudeste da Europa, Rússia, norte de África, África do Sul, Austrália e América. Reconhecida pelas suas propriedades medicinais a Lupinus albus L. também é usada para alimentação humana e animal.
 Subespontânea no nosso país em searas, campos e lugares arenosos, em solos ácidos, a Lupinus albus L. ficou conhecida popularmente como Tremoço.
 Os tremoços crus e secos são utilizados para baixar o diabetes. Deve ser tomado logo pela manhã com um copo de água e em jejum. O uso do Tremoço não deve ser constante por causa de sua toxidade se consumido em grande quantidade.

 Uso: Os tremoços são usados crus. Macetar 3 Tremoços crus e sem casca, colocar num copo com água e deixar repousar durante a noite, beber de manhã em jejum. Esta prática não só lhe vai reduzir a glicemia, como também o ácido úrico.

Fonte: Jornal Diário de Notícias
Texto/Autor: João Silva
Fotos da Net
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

As casas de Garrett


Almeida Garrett, que conforme nos diz o seu biógrafo Gomes de Amorim, tinha o gosto das mudanças, pelo que não parava por muito tempo na mesma casa, foi, em 1836, morar para o pátio do Pimenta 13 – A, ali ao, ainda hoje pacato e aristocrático sítio de Santa Catarina. A residência era pequena, mas bonita, e muito ao gosto de Garrett, pois dispunha de um jardinzito de que ele próprio tratava com o maior cuidado. Que contraste entre o Garrett requintadamente elegante, poeta e dramaturgo, homem de Estado e diplomata, e o Garrett, jardineiro, talvez de socos e avental, largo sombreiro de palha e regador na mão…

Naquela casa decorreram serenamente os primeiros anos da sua ligação com D. Adelaide Pastor e ali nasceu, em 1837, o seu primeiro filho. O falecimento deste, em 1839, levou Garrett a mudar-se para a rua da Conceição de Cima, à Cotovia, mas em 1844 voltou ao Pátio do Pimenta, desta vez para a casa com o número 13 – F, e vindo da rua do Alecrim.

Fonte: Almanaque Diário de Notícias (1954)
Texto/Autor: Desconhecido
Foto da Net
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A Aldeia que mata os seus mortos

No sul da Roménia ainda há quem espete estacas no coração dos cadáveres, não vão eles querer voltar a este mundo.

(Imagem do príncipe romeno Vlad Tepes que ficou conhecido por Drácula.)

Amarastii de Sus é uma aldeia árida da Olténia (Região do Sul da Roménia), construída, como qualquer outra aldeia das planícies, em redor de uma longa rua central, ladeada de casas cuidadas e algumas tabernas barulhentas. Porém a tranquilidade da aldeia é perturbada por uma tradição ancestral: "matar“ os mortos antes que se tornem moroi (assombrações) e voltem para apavorar os seus ante queridos. Todos os mortos de Amarastii são “preventivamente” espetados no coração ou no estômago, com espetos levados ao rubro, pois assim “não saem dos seus túmulos”.
Numa tarde de domingo, alguns vizinhos de uma zona pobre da aldeia estão à conversa num banco de jardim. O trabalho não aperta, a safra de trigo foi boa e os animais estão sonolentos. Uma vez esgotada a coscuvilhice local, as conversas tomam um rumo underground. “ Eu nunca fui assombrado por mortos, porque espetei o coração a todos, e assim não há problemas”, declara Dumitra, de 71 anos. Não o fez pessoalmente, recorreu a um “intermediário”, gente experimentada, com provas dadas de sangue-frio. Diz-se que, por vezes, após a morte, a alma  do falecido não se contenta em ser chorada durante 40 dias, ou em beber um copo de água ou de vinho deixado pela família no peitoril das janelas. Por vezes, dizem os moradores, o espírito sai do túmulo e torna-se um fantasma.


A Vox populi diz que é durante as primeiras seis semanas após o funeral que se vê se o morto passou a ser ou não um moroi. Durante esse período, se o seu coração não foi espetado, ele volta à noite e seca o leite às vacas, tira o vigor aos homens, provoca granizo ou seca e pode ir mesmo ao ponto de se “alimentar da sua própria família”, isto é, levar consigo aqueles com quem tem laços de sangue. Se um parente ouve um morto chamá-lo, não deve nunca responder, porque perde pelo menos a  voz. Se o morto não der sinais de vida durante 40 dias, então a família pode dormir sossegada.

A influência ancestral do “além”


Ioana Popescu, directora de investigação do Museu Rural Romeno, em Bucareste, afirma que tais práticas persistem nas zonas rurais, onde o mundo gira todo em torno da comunidade. “Nas sociedades tradicionais, acontece muitas vezes que, por qualquer razão, depois da morte de um membro da família ou da colectividade, algo ruim acontece. Faz-se assim a relação com o morto, pensando que ele arrasta os vivos consigo para o outro mundo ou que volta para se vingar dos inimigos.”
A investigadora considera que “não devemos julgar à luz da nossa mentalidade contemporânea uma prática tradicional, criada num dado momento por um imaginário colectivo”.
Com particularidades que variam de região para região, a tradição diz que estão destinados a tornar-se moroi as pessoas de olhos azuis, as crianças não baptizadas, os mortos que se portaram mal em vida, os que morreram enforcados, afogados ou a tiro e os mortos não velados sobre os quais passem gatos, cães, ratos, galinhas ou aves estranhas. Daí a tradição de manter os mortos em casa e de trancar todos os gatos durante o velório. Para evitar a transformação do morto em moroi, as pessoas desenvolveram diversos tipos de práticas, mas o método mais seguro continua a ser furar-lhe o coração antes do enterro…

Fonte: Jornal Evenimentul Zilei (Bucareste) (Jornal Expresso)
Texto/Autor : Cristina Lica
Tradutora: Ana Cardoso Pires
Fotos da Net
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Malta


Pode correr-se o risco de se ficar esmagado pelo gozo de gozar em gozo. O calão permite-se quando está em causa o melhor da vida. Isto é, uma capital excêntrica com nome de mulher e Rainha – Victória -, águas semi-virgens do Mediterrâneo e terra de cavaleiros do templo. Uma das três ilhas do arquipélago de Malta, o lugar imaginado da utopia. 


Se numa noite de verão o viajante subir à Cidadela de Gozo, verá divisar-se, entre as nuvens de pó que se erguem na planície, a figura mística do quinto cavaleiro. Como um mensageiro de Deus ou um anjo (ou uma alma penada), este virá montado num possante corcel, oculto por um longo manto e a dobra espessa do turbante.


Quando o vento acalmar e a investida e as patas empinadas lhe estiverem a dois palmos do nariz, o viajante fará uma vénia e subirá para o dorso musculado do corcel, levantando do chão apenas pelo sopro vulcânico da terra.


Antes de o sol nascer, e no tempo de um pestanejar, acordará deitado num tapete de Damasco e diante dos seus olhos pasmados terá no lugar de ouro, incenso e mirra, ou de um burro, uma vaca e um charolês, a sublime visão de Malta. É neste clima épico que se pronuncia a fantasia. Diz-se que os malteses herdaram o melhor dos ingleses, o que está patente na arquitectura das casas, na pontualidade, na gastronomia – as tartes são um prato recorrente – ou na língua que usam como mãe. 


Mais recentemente, as noções de aculturação estendem-se ao futebol e as ruas de Gozo e Malta encheram-se de sósias de David Beckham. Assim, rapaz que preze a virilidade usa patilhas com madeixas, muda de penteado dia sim, dia não e sonha em ter uma namorada de nome Victória, uma rainha ocidental com voz de cotovia. Talvez isso explique a metamorfose das raparigas, que se juntam aos grupinhos para ensaiar temas da pop inglesa vestidas como as Doce nos seus tempos áureos, como se o seu futuro sentimental e a hipótese de constituir família dependessem do talento para as cantigas.


Depois há as senhoras de meia-idade e as avós com caras – e bigodes – de lobo mau, que olham de lado estes excessos, pesarosas de as filhas e netinhas trocarem promissora carreira no convento por um espectáculo tão deprimente. Tudo se passa na rua e o momento é risível. Mas, se pergunto a Maria – uma das muitas Marias da terra – se se importa com os maneirismos da neta, só comenta que gostava mais de vê-la na igreja a ajudar o padre-cura na missa ou a cursar catequese. Parece medieval, mas é o que é. Os tempos mudam, porém. Os filhos e netos malteses preferem hoje imaginar-se nos palcos de concertos de musica, nos estádios de futebol – onde nunca lograram sucesso – ou nas salas de cinema com o cabedal de Brad Pitt e os penteados de David Beckham.

(O Exterior da Catedral de Assumption))

O fervor religioso foram busca-lo aos italianos, os únicos que os superam na proporção de igrejas por habitante. Dos turcos consta que a herança está no poder de encaixe… das bebidas pesadas. E se numa noite de verão o viajante se deita à varanda depois de um dia inteiro de romaria, ocorre-lhe pensar que a religião é o ópio do povo e o povo, é quem mais ordena, e o que lhe apetece, afinal, é demolhar as papilas num Lavagulin ou fumar ervas por um cachimbo de água. (O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

(O Interior da Catedral de Assumption na Cidadella em Victória)

Um daqueles cachimbos de essências lúbricas dos souks do Cairo que depois de fumados deixam um homem santo. E nada é impossível de conseguir se até um reluzente disco de vinil dos Abba lhe foi dado comprar no mercado de Gharb, em Victória, ou um escafandro untado de um verdete falso posto à pressa nessa manhã e que o hábil vendedor o tentou convencer ter sido pertença de um marujo de Drake. 

(Basílica de St. George's)
(Interior da Basílica de St. George's)

Onde andaria o Drake quando Malta era potência do Mediterrâneo e vespeiro onde todos procuravam assentar o ferrão? Ainda se fosse de algum corsário fariseu a soldo de Filipe II… De resto, para animar em Malta não faltarão pretextos: das rotas esotéricas do glorioso Corto Maltese, aos trilhos dos cavaleiros da Grã Ordem, das farras olímpicas possíveis em qualquer taverna de estrada e a qualquer hora aos mais selectos restos de paleta mediterrânica, como o impagável Sultan, um grego cipriota rendido aos ares malteses, com tabanca posta nos areais de Comino.

Nota Histórica

Malta é habitada desde cerca de 5200 a.C., durante o Neolítico. Os primeiros achados arqueológicos datam aproximadamente de 3800 a.C. Existiu nas ilhas uma civilização pré-histórica significativa antes da chegada dos fenícios, que baptizaram a ilha principal Malat, o que significa refúgio seguro. 


Os agricultores neolíticos viveram sobretudo em cavernas e produziram uma cerâmica similar à encontrada na Sicília. Entre 2400 e 2000 a.C., desenvolveu-se um elaborado culto aos mortos, possivelmente influenciado pelas culturas das ilhas Ciclades e de Micenas (idade do bronze). Essa cultura foi destruída por uma invasão, provavelmente vinda do Sul da Itália. Por volta do ano 1000ª.C. as ilhas eram uma colónia fenícia. Em 736 a.C. foram ocupados pelos gregos e posteriormente passaram a ser domínio dos cartagineses (400 a.C.), e depois dos romanos (218 a. C.), quando recebeu o nome de Melita. 

(Estatuetas Neolíticas Xaghra)

Segundo a lenda nos Actos dos Apóstolos, no ano 60 da era Cristã, São Paulo naufragou e chegou à costa maltesa, onde promoveu a conversão dos seus habitantes. A partir desta data, os malteses aderiram ao Cristianismo e permanecem-lhe fiéis até hoje. Com a divisão do Império Romano em 395 d.C., a zona leste da ilha foi cedida ao domínio de Constantinopla (Império do Oriente). 

( Estes templos em Xaghra, Gozo, são dos mais importantes sítios arqueológicos em Malta.  As origens de Ggantija remontam à data de (3600-3200 a.C). 

O Império Bizantino controlou-a até 870, quando foi conquistada pelos árabes muçulmanos, que influenciaram o seu idioma e cultura. Após a conquista árabe, Malta foi convertida ao islamismo. A  Influência árabe pode ser encontrada na moderna língua maltesa, uma língua fortemente romanizada que deriva do árabe vernáculo.

(Círculo de pedra de Xaghra)

As Ilhas que fazem parte da União


A Republica de Malta é composta por um arquipélago de cinco ilhas muito próximas, situadas a 93 km do sul da Ilha da Sicília, a Sudoeste da Itália, e a 290km ao Norte da Líbia, na África. Está situada no centro do Mediterrâneo. As cinco ilhas do arquipélago maltês são: Malta, Gozo, Comino, e duas ilhas desabitadas, Cominatto e Filfla, as quais, no total, têm uma superfície de 316km2 e abrigam uma população estimada em 400 214 habitantes. A Republica de Malta passou a fazer parte da EU – União Europeia – a partir de 2004.
A terra de Corto Maltese
Entre os ilustres nativos malteses, o herói da banda desenhada Corto (Maltese) mantém a sua popularidade intacta. O viajante deve munir-se de notas biográficas de Hugo Pratt (‘O desejo de ser Inútil’, edições Relógio d’água) e fazer-se ás estradas, cavernas, grutas, rochedos, mares…
Muitas missas e festas
O Arquipélago maltês é um dos lugares com mais religiosos praticantes por metro quadrado. Recomenda-se ao visitante ateu ou beato que assista pelo menos a uma missa, e se for em época de festas, que acompanhe o corso ou a romaria.

Fonte: Revista Domingo
Texto: Tiago Salazar
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